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Jorge é Amado na Romênia
PublishNews, Iona Stevens, 28/11/2012
Editora Univers investe em literatura brasileira

Romênia não é o primeiro país que vem à mente quando se pensa em consumo de literatura brasileira. No entanto, a editora romena Univers, especializada em literatura internacional, vem mostrando o gosto do país por autores brasileiros. Fundada em 1960, a casa começou a publicar literatura brasileira logo em 1962, com a escritora Carolina Maria de Jesus. Desde então publicou clássicos como Machado de Assis, José Lins do Rego, Herberto Sales, Graciliano Ramos, Oswald de Andrade, Erico Verissimo, Jorge Amado, Murilo Mendes, Neida Lucia Moraes, entre outros, além de uma antologia da poesia brasileira na década de 1970.

A editora aproveita os programas de bolsas para tradução de outros países para traduzir obras diretamente do norueguês, finlandês, holandês, dinamarquês, turco, japonês, alemão, entre outras línguas que possuem poucos especialistas na Romênia. “Isso não seria possível sem essas bolsas, já que tradutores de línguas menos conhecidas são poucos, estão sempre ocupados e cobram mais”, explica Diana Crupenschi, diretora editorial da Univers. O programa da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) veio então em boa hora, afinal, dos 15 títulos brasileiros traduzidos na Romênia com ajuda das bolsas da FBN entre 2011 e 2012, 9 são da Univers. Entre os autores tradicionalmente traduzidos lá fora, como Moacyr Scliar e Jorge Amado, a editora aposta em novos nomes com Rakushisha e Sinfonia em Branco de Adriana Lisboa, publicados em 2011, e Histórias de Literatura e Cegueira, de Julián Fuks, e O filho eterno, de Cristóvão Tezza, que serão publicados pela editora em 2013, tendo em vista a participação do Brasil na Feira de Frankfurt.

Diana Crupenschi nos contou que os títulos brasileiros normalmente têm uma tiragem inicial de mil cópias, que leva cerca de um ano para ser vendida. “Os pedidos das livrarias variam, as vendas tendem a começar devagar e depois aumentar com o tempo. Acho que leva um tempo para um livro achar seus leitores, que repassam as recomendações uns aos outros”, explica Diana. “Um livro como A Guerra no Bom Fim, de Moacyr Scliar, um dos meus favoritos, foi publicado em fevereiro deste ano e vendeu algumas centenas de exemplares na primeira metade do ano; aí, em outubro, ficamos supresos ao ver que a tiragem inicial de mil exemplares estava quase esgotada”, comentou a diretora.

Jorge Amado parece ser um dos preferidos no país europeu. Gabriela, Cravo e Canela está esgotado, e a Univers se prepara para um sucesso semelhante com o recém-lançado Dona Flor e seus dois maridos, que ganhou uma capa à la Fifty shades abrasileirada na edição romena.

E de onde vem o apelo da literatura brasileira para os romenos? Segundo Diana, ambas as línguas têm sonoridade, calor e musicalidade parecidas, além de personagens com os quais os romenos podem se identificar. “Lendo Dona Flor e seus dois maridos, eu fiquei impressionada com a semelhança entre algumas personagens femininas do livro e mulheres romenas de hoje em dia”, falou Diana Crupenschi.

[28/11/2012 01:00:00]
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