Yendis adquire 50% da Girassol Brasil
PublishNews, Iona Teixeira Stevens, 01/08/2012
Sócios estrangeiros se retiram e abrem espaço para reestruturação nacional da editora infanto-juvenil.

Os grupos editoriais Susaeta Ediciones, baseado em Madri, e a editora Girassol, de Portugal, venderam sua participação de 60% na editora Girassol Brasil Edições, após 12 anos de parceria. Os acionistas brasileiros Karine Pansa e Benedito Gonçalves compraram mais 10% da participação e a editora Yendis adquiriu os outros 50%.

“Tudo começou quando um acionista da Girassol Portugal disse que ia se aposentar, queria viver a vida, e colocou as cotas da empresa em possibilidade de compra para o resto da sociedade”, declarou Karine Pansa, sócia-proprietária da Girassol Brasil ao Publishnews.

Foi o pontapé inicial para as editoras estrangeiras tomarem a decisão estratégica de terminar a sociedade com a Girassol Brasil, iniciada em 2000. A crise econômica europeia foi também um fator relevante: “Uma coisa acabou puxando a outra; a disponibilidade de um sócio de sair da sociedade e a realidade difícil lá fora acabou levando a essa decisão”, afirmou Karine, que manterá sua função executiva na Girassol.

Começou então um processo de 7 meses de estudo e negociações até encontrarem um comprador. O acordo foi fechado com a editora brasileira Yendis. À primeira vista, poderia parecer improvável que a Yendis, uma editora paulista especializada em livros técnicos e profissionais (CTP) fundada em 2004, tivesse interesse em comprar uma editora de literatura infanto-juvenil como a Girassol. Karine Pansa, porém, lembra que haverá uma relação de troca: “Hoje a Girassol está presente no mercado de varejo e nas vendas em bancas; já a Yendis possui o governo e o ‘porta a porta’”. A executiva ainda ressaltou que, além do porte similar, a complementaridade entre as empresas foi determinante na escolha do novo acionista: a Girassol teria experiência com vendas em livrarias, mas não o melhor método para lidar como vendas para o governo. Já para a Yendis, a situação seria inversa. “Foi algo do tipo eu tenho uma coisa que você não tem, então vamos nos juntar”, explicou Karine.

Na Bienal do Livro de São Paulo, a nova parceria já estará em vigor, dividindo o mesmo espaço, mas o remanejamento estratégico está planejado apenas para o ano que vem. A princípio, não haverá fusão das marcas, e ambas continuarão a existir. Karine Pansa, que também é presidente da Câmara Brasileira do Livro, espera crescimento do grupo com a nova consolidação editorial. As empresas optaram por não divulgar os valores da operação.

[01/08/2012 00:00:00]