Segundo Ednilson Xavier, presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL), a entidade vai insistir na defesa da implantação do sistema do preço fixo no Brasil. Por meio desse sistema, os lançamentos do mercado editorial têm preço tabelado por um determinado período. A medida, que é usada em países como França e Argentina, visa garantir aos pequenos livreiros a possibilidade de competir com as grandes livrarias nas vendas desses produtos, já que estas conseguem dar descontos maiores num mercado de preços livres. “Planejamos mobilizar a sociedade civil, escritores e livrarias para encaminhar o assunto”, afirmou Xavier ao PublishNews. O tema já esteve em pauta em diversas ocasiões e chegou a fazer parte de projeto de lei, sem sucesso.

Pesquisa de 2011 da ANL mostrou que um quinto das livrarias detém quase 44% do faturamento do setor no Brasil. Para Xavier, essa fato atesta que há uma concentração de mercado. “Ela dificulta a sobrevivência do pequeno e micro livreiro, porque gera uma concorrência predatória”, diz.

A concorrência predatória, segundo ele, é promovida pelos descontos oferecidos por grandes livrarias, portais de venda na internet e também pelas próprias editoras.

Na queixa da ANL, sobra até para as feiras de livros, onde as editoras vendem obras direto ao consumidor final com descontos de cerca de 40% nos preços de capa, já que deixam de passar pela livraria. “A editora vende direto e tá ganhando um pouco mais, mas matando o canal de distribuição”, afirma Guto Kater, vice-presidente da ANL.