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Maria da Glória Cardia de Castro (1941-2012)

Escritora de livros infantojuvenis

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

"Menina Mãe" fala de gravidez na adolescência. "Em Carne Viva" é sobre drogas e "Quem Roubou Minha Infância?", sobre rejeição materna.

A escritora paulistana Maria da Glória Cardia de Castro foi pioneira ao tratar desses assuntos em livros voltados ao público infantojuvenil.

Nascida em 19 de outubro de 1941, foi registrada como sendo de 21 de outubro, porque o pai, que fazia aniversário na data, queria que ele e a filha comemorassem juntos.

O pai, que teve várias profissões (de contador a pianista), incentivou-a desde cedo a escrever, apresentando-lhe autores. Ele escrevia contos.

A filha acabou apaixonada por literatura -especialmente pela obra de Clarice Lispector- e arte em geral. Adorava Edith Piaf e Chico Buarque; via filmes, óperas e apresentações de balé ao menos duas vezes por semana.

Como sempre achou que quem ficava parado era árvore, como disse certa vez numa entrevista, morou em Paris, Lisboa, Rio, São Paulo, Maceió, Araraquara e Guarujá.

Trabalhou como secretária em multinacionais, com vendas de publicidade, jornalismo e administrou uma casa do menor no litoral paulista.

Começou a publicar em 1986 e lançou mais de dez livros, lembra a filha, Débora, que descreve a mãe como guerreira. Nos últimos três anos, enfrentou um câncer.

Numa cadeira de rodas, usava o metrô e costumava enviar e-mails ao governo com críticas e sugestões.

Realizou o sonho de ser mãe aos 39 anos, mas não teve tempo de ver a defesa de doutorado em ciência política da filha, no ano que vem. Morreu na quinta (19), aos 70.

coluna.obituario@uol.com.br

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