Brasil ganha destaque em apresentação no evento
PublishNews, Redação, 15/02/2012
Gráfico sobre a luta contra a pirataria no Brasil mostra que quase não há julgamentos, condenações e penas cumpridas

E não mais que de repente um gráfico sobre o Brasil surge nas telas do principal auditório da conferência TOC em Nova Iorque. O palestrante da vez era Joe Karaganis, pesquisador da American Assembly, ligada à Universidade de Columbia, e editor de trabalhos como Media Piracy in Emerging Economies (2011). Especialista em pirataria, Karaganis comentava os resultados da luta contra esta prática em países emergentes e usava o Brasil como exemplo. O gráfico mostrava que apesar de buscas e apreensões contra piratas acontecerem no Brasil, o número de casos julgados, de condenações e de sentenças cumpridas era próximo de zero. Segundo o especialista isto acontece em diversos países, não sendo uma exclusividade tupiniquim. “Preços altos, baixa renda e tecnologias digitais de baixo custo são os principais ingredientes da pirataria”, explicou Karaganis. “E as tentativas de repressão têm sido irrelevantes”, continuou. Por meio de outros gráficos de seus estudos, o pesquisador provou que a maior parte da população não enxerga a pirataria como um crime sério e que a grande maioria das ações piratas é de pessoas compartilhando arquivos com amigos e conhecidos e não atos de maior escala econômica e criminal.

Para Karaganis, a luta contra a pirataria está mais próxima de uma concorrência comercial, de negócios, do que de uma questão criminal. “Sempre haverá acesso, a questão é quem vai conseguir oferecê-lo de forma conveniente e barata”, explicou. “E a cultura da cópia somada a dispositivos digitais mais baratos será um desafio perturbador”, continuou. Para o acadêmico, a solução está no desenvolvimento de uma agenda positiva coletivamente. Como exemplo disto, ele citou a Declaração de Washington, que pode ser acessada aqui em português.

Algumas horas depois, o tema da pirataria surgiria outra vez em uma mesa redonda que contou com a presença de vários palestrantes. O divertido autor de The Information Diet, Clay Johnson, fez declarações um tanto liberais quanto à pirataria. “Fico feliz que as pessoas roubem meu livro. Façam isso e me mandem 5 dólares via Paypal se gostarem do livro – é mais do que recebo da editora”, declarou. Para Johnson, seu livro possui uma missão social que acaba sendo mais importante do que a remuneração em si. “Faça o que você tiver de fazer para ler meu livro, vá em frente.”
[15/02/2012 01:00:00]