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Jornada nas Estrelas dá o ar da graça no TOC
PublishNews, Redação, 15/02/2012
Ator lembra a importância de se contar histórias e jornalista da Wired prega o respeito às expectativas dos leitores

O mundo editorial digital possui dois grandes eventos anuais em Nova Iorque: o Digital Book World e o Tools of Change for Publishing. O primeiro, conhecido por DBW, é organizado pela FW Media e pela Publishers Launch Conferences e aconteceu em janeiro. Já o TOC, como o segundo evento é conhecido, começou ontem em Nova Iorque, e é organizado pela O’Reilly. Existe uma clara diferença entre as duas conferências. O DBW é mais focado no dia a dia do negócio editorial e procura discutir como a revolução digital já está afetando o negócio editorial. Já o TOC discute o futuro dentro de limites mais amplos que incluem questões filosóficas e políticas, não apenas o próprio negócio do livro. O TOC, portanto, é menos prático, não traz soluções prontas, mas leva sua audiência a pensar e refletir sobre o futuro da atividade editorial.

Ontem, terça-feira, começou a quinta edição do TOC em Nova Iorque – o evento ocorreu na cidade pela primeira vez em 2008, após uma edição californiana realizada em 2007. O tema deste ano é “Change/Forward/Fast” (Mude/Avance/Rápido) e o discurso de abertura foi feito pelo ator e diretor LeVar Burton. Em sua fala, o ator, mais conhecido por seu papel na série Jornada nas Estrelas como o tenente cego Geordi La Forge, enfocou a importância do ato de se contar histórias e temperou seus argumentos com histórias pessoais. “Minha mãe era professora de inglês e em casa ou você lia um livro ou era atingido por um; de uma maneira ou outra havia um encontro com a palavra escrita”, lembrou Burton. “Vocês vieram aqui para colocar sua imaginação a serviço de se contar histórias, e o trabalho editorial ainda está e sempre estará ligado ao ato de se contar histórias”, desafiou.

Depois do momento Jornada das Estrelas, foi a vez de Tim Carmody, jornalista da prestigiada revista Wired, apresentar sua visão sobre a atual indústria editorial. Carmody lembrou que durante o período entre 1850 e 1950, que ele chama de Modernismo do Papel, o surgimento de novidades como o telégrafo, o jornal, o cinema, a máquina de escrever e a impressão off-set permitiu que o texto ganhasse uma presença muito maior no cotidiano, de forma que os leitores, neste período, não faziam diferença entre as diversas mídias. Para o jornalista de tecnologia, estamos em um momento semelhante onde existe uma convergência das mídias e seus formatos perderam importância. Carmody também enfatizou que as editoras devem respeitar as expectativas dos leitores em meio aos avanços digitais. Segundo ele, é fundamental respeitar as referências visuais, as convenções e as habilidades que os leitores já têm. “A expectativa dos leitores é mais importante do que aquilo que eles desejam”, afirmou. Discussões semelhantes continuariam ao longo do dia.

Ao contrário do DBW, onde 35 brasileiros marcaram presença este ano, o PublishNews não conseguiu identificar nenhum compatriota entre os mais de 1.400 participantes – este foi o número de pessoas presentes no ano passado e, segundo a organização do evento, a edição deste ano bateu todos os recordes de participação.

Apesar da baixa presença tupiniquim, a verdade é que a partir deste ano fica mais fácil participar de um dos TOCs. Agora basta ir à Feira do Livro de Buenos Aires e se inscrever no TOC local, cuja primeira edição acontece no dia 20 de abril. Desta vez, tomamos um balão dos hermanos e foi 1 x 0 para Argentina.
[15/02/2012 01:00:00]
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