Madrugada de 22 de janeiro de 1961. O transatlântico “Santa Maria”, um dos dois mais luxuosos navios de Portugal, navegava pelo mar do Caribe, levando mais de 600 passageiros. A maior parte da tripulação e dos passageiros dormia. De repente, dois grupos armados invadem a sala iluminada apenas pelos instrumentos de navegação. Há um rápido tiroteio e, acesas as luzes, o terceiro piloto e o navegador estão caídos, feridos. Poucos minutos depois, o navio está nas mãos de um grupo que pretendia levá-lo, sigilosamente, para a África e de lá iniciar um movimento para a derrubada das ditaduras de Antonio Salazar, em Portugal, e Francisco Franco, na Espanha. Em O sequestro do Santa Maria – Um sonho de liberdade (Cia. dos Livros, 272 pp., R$ 39,90), o jornalista Ludenbergue Góes relembra o primeiro ato político desse tipo da era moderna.