Potes de tinta, pincéis, cola, papel e estiletes são todo o material necessário para transformar papelão em capas de obras de autores como Alan Pauls, Fabián Casas, Glauco Mattoso e Haroldo de Campos. Esta é a proposta de Eloísa Cartonera, uma editora independente e autogerida, criada em 2003, ano em que a Argentina sofria as repercussões do colapso político-econômico do país em 2001. A ideia era simples: comprar papelão de catadores por valores mais justos do que os geralmente oferecidos e transformá-lo em livros. Cortados e pintados à mão de um a um, o material então inutilizado, destinado a acumular mais detrito nos lixões da cidade, deram título a mais de 200 obras de autores latino-americanos, vendidas a preços acessíveis à população. [Essa matéria foi escrita por Luciana Taddeo e publicada no dia 14 de maio pelo site Opera Mundi]


