Um motorista, muitas histórias
PublishNews, 06/05/2011
Um motorista, muitas histórias

Moro em Santos, a 70 km da capital. “Subo a serra”, como dizemos, toda semana. Os assuntos que me levam à capital são muitos: conversas com autores, prospecção de títulos novos para a editora, pré-produção do nosso festival de literatura, a Tarrafa Literária. Esses encontros acontecem desde cedo até altas horas, às vezes num botequim (porque o livreiro não é de ferro e essas conversas dão uma sede danada!).

Nessas maratonas semanais tenho um aliado especial, Correa, o taxista. Discreto, caladão com quem não conhece, sabe tudo de São Paulo. O motorista me ajuda a vencer e chegar em média a umas cinco reuniões por semana em pontos diferentes da capital.

Trabalhamos juntos há quase 10 anos e posso dizer que depois da sua contratação as coisas avançaram mais rápido, sem duplo sentido. Não guio em São Paulo, me atrapalho com esse labirinto. Falo pelos cotovelos ao telefone, xereto e-mails e falo em voz alta os planos do dia para o motorista. Além disso, não me preocupo com estacionamentos ou vagas nas ruas. E nos dias de botequim volto falando mole em meio a umas “pescadas”, o descanso do guerreiro, hic.

Ficam em Santos a Ana e meus três filhos, a maior com quatro anos, devidamente motorizados.

Nesses dez anos aconteceram muitas histórias, sendo que em algumas delas Correa foi protagonista. Nas próximas colunas vou contar essas passagens. Muitas delas parecem ficção, mas garanto que é tudo verdade. Apertem os cintos!

[05/05/2011 21:00:00]