O político sérvio Radovan Karadžic, mentor e estrategista da limpeza étnica de bósnios e croatas, que durante os anos de guerra na Bósnia (1992-1995) levou terror à região da antiga Iugoslávia, havia finalmente sido capturado. Essa foi a notícia que chegou a redação da emissora de TV que o jornalista Gustavo Silva trabalhava e que iria mudar sua vida. Karadžic cometeu vários crimes de guerra, entre eles, a matança de oito mil muçulmanos em Srebrenica.
A inquietude ocasionada por essa história fez com que o jornalista, um ano depois, desembarcasse na Bósnia-Herzegóvina com o objetivo de investigar in loco, a partir de relatos e vivências contemporâneas, o terror do genocídio. O resultado pode ser conferido no livro Da rosa ao pó – Histórias da Bósnia pós-genocídio (Tinta Negra, 200 pp., R$ 29,90), ), que será lançado hoje, dia 29, às 19h, na Livraria da vila Lorena (Al. Lorena, 1.731 – Jardins – São Paulo/SP).
Na base do relato do jornalista estão as surpresas, as descobertas, os encontros e desencontros que construíram sua experiência em terras bósnias. O resultado de uma extensa pesquisa jornalística ampara a construção do texto: dados e números sobre a guerra, sobre a história da região e sobre o ódio que foram moldando o panorama de terror. Com olhos de estrangeiro e curiosidade afiada de repórter, ele vai desvendando os pedaços tão complexos de um país onde a violência não conseguiu abafar a gentileza, onde as pequenas alegrias brotam lado a lado com as lembranças do terror.