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Alaúde amplia linha editorial
PublishNews, Maria Fernanda Rodrigues, 26/04/2011
Editora paulista apresenta nesta terça-feira dois novos selos: Tordesilhas, exclusivo para ficção, e Tordesilhinhas, para livros infantis

A Alaúde é uma editora jovem. Criada em 2004 para editar livros de nutrição, automobilismo e assuntos cotidianos, viu sua história começar a mudar em 2010 quando Fernando Ullmann, diretor presidente e um dos acionistas da Ipsis Gráfica e Editora S/A, comprou 25% da editora paulista. Com sua entrada, a Alaúde teve R$ 3 milhões a mais para continuar investindo em seu projeto de expansão – desde 2007, a editora cresce cerca de 30% ao ano.

Hoje, em evento na Biblioteca Mario de Andrade, em São Paulo, a editora mostra que quer mesmo ser maior e lança os selos Tordesilhas, para livros exclusivamente de ficção, e o infantil Tordesilhinhas. Lá, os convidados vão poder conhecer os primeiros oito títulos editados sob a coordenação de Joaci Pereira Furtado.

A proposta da Alaúde é lançar clássicos de diversas culturas, conciliando qualidade e entretenimento. Joaci afirma que as edições serão muito rigorosas e que um time de peso ajuda a dar essa cara aos novos selos. Kiko Farkas foi o responsável pela criação dos logotipos e desenhou o miolo padrão dos livros. Outro exemplo: para traduzir Senhorita Christina, do romeno Mircea Eliade, Joaci contratou o brasileiro Fernando Klabin, que mora em Bucareste. A proximidade com a Ipsis Gráfica, sempre presente entre os vencedores do Prêmio Fernando Pini de Excelência Gráfica, também é um ponto a favor da Tordesilhas. A equipe interna, no entanto, é pequena. Joaci trabalha ao lado de Daniel Abrão, editor-assistente dos dois selos, e dos funcionários da própria Alaúde.

“É muito gratificante poder criar um selo e dar uma cara a ele. Todo editor sonha em publicar só literatura e estou muito feliz”, disse Joaci, ex-editor da Globo Livros. Para inaugurar o catálogo, ele escolheu oito títulos. Um deles, A fome, de Rodolfo Teófilo, é antigo e não tinha uma nova edição desde 1879. “Por muito tempo A fome permanceu como um romance maldito por causa de seu realismo. Resgatamos o texto do esquecimento, aparatamos a edição e incluímos a cronologia”, conta.

O outro, A pianista, apresenta aos leitores brasileiros a Nobel de Literatura de 2004 Elfriede Jelinek, até então inédita no país. Escrito pela argentina Alejandra Pizarnik, A condessa sangrenta narra a história real da condessa húngara condenada por ter matado cruelmente mais de 600 mulheres. “O livro mostra um texto terrível do ponto de vista da história que narra. Os assassinatos são descritos e ilustrados”, contou o editor.

Serão lançados ainda o policial As joias da coroa, de Álvaro Cardoso Gomes, e Os trinta e nove degraus, escrito por John Buchan em 1915 e que inspirou Alfred Hitckcock. Quem gostar da história pode ainda conferir a peça em cartaz no Rio de Janeiro.

Pelo Tordesilhinhas saem agora três títulos da escritora portuguesa Isabel Minhós Martins, lançados originalmente pela Planeta Tangerina. São eles: Coração de mãe (ilustrações de Bernardo Carvalho), Quando eu nasci (ilustrações de Madalena Matoso) e Uma mesa é uma mesa. Será? (ilustrações de Madalena Matoso).

O que vem depois

Passada essa primeira fase, a editora pretende lançar dois títulos por mês até novembro. Isso inclui um inédito de contos de Glauco Mattoso que será lançado em julho em comemoração aos 60 anos do escritor (além de todos os outros que ficarão reunidos na nova casa) e o livro de memórias de Marilyn Monroe (com direito a reprodução fac-similar de suas anotações, texto original em inglês e a tradução, e ainda fotografias), previsto para outubro. Ricardo Ramos, neto de Graciliano Ramos, também estará no catálogo com o infantil No prato da macarronada, com ilustrações de Fernando Vilela. Outro destaque é a edição de luxo do Kama Sutra, que deve chegar às livrarias em outubro.
[26/04/2011 00:00:00]
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