Sejam bem-vindos! Não poderia estrear esta coluna sem as devidas apresentações e explicações. O que farei por aqui? O que eu poderia acrescentar diante deste super time já existente no PublishNews (que, diga-se de passagem, sou fã)? Bom, algumas coisas! A começar pelas discussões e esclarecimentos sobre as últimas novidades do mercado literário digital. Todo este redemoinho que se deu diante de novas tecnologias, novas palavras, novos hábitos e mil e uma facilidades (para alguns, claro!).

Posso dizer que sou uma felizarda. Trabalho hoje com literatura 100% digital. Na verdade, me sinto uma simples intérprete. Traduzo o mundo literário e editorial para este pessoal estranho de TI que chega ao nosso mundinho acadêmico e aconchegante, silencioso e cheio de traças, para acabar com nosso sossego de editores, supertranquilos nas casas familiares editoriais. Casas estas que enchem o Brasil de conteúdo, mas que até hoje caem no dilema da má distribuição e péssima relação entre os envolvidos no processo mercadológico (ora, ora, não vamos fingir aqui que nunca uma livraria brigou com a editora que brigava com os autores, que brigavam com as editoras, que brigavam... bla bla bla).

“Meta o quê?”; “XML, que diacho é isso?”; Gadgets; ePub; mídias sociais; conversão; “Não, você não precisa de linhas de corte no PDF para comercializá-lo...”; PCD; HTML; DRM; tablets; e toma novas terminologias, e toma surra para converter arquivo, e toma lição de “como este mercado está bom assim, e não precisa mudar”. Há mais ou menos um ano, trabalhando em meu aconchego na editora técnica, onde tudo aprendi sobre produção editorial, gerenciando o setor de edição, acompanhando projetos de mais de 70 livros ao mesmo tempo, me deparei com o fenômeno Kindle. Pesquisa vai e vem, descobri que existia uma livraria digital no Brasil também. Daí por diante, mergulhei de cabeça.

Descobri o mundo maravilhoso de se trabalhar com desenvolvedores que fazem robôs para facilitar sua vida; o mundo de relatórios em tempo real, onde acabariam brigas no meio mercadológico editorial; o fim do dilema da distribuição e dos estoques homéricos que definham dentro dos galpões. Ei, para um país do tamanho do Brasil, era um sonho.

Sonho que se tornou batalha, árdua às vezes. Estamos falando de algo que desperta paixões: o livro! Ame ou odeie a ideia, o livro digital veio, está e ficará. As novas gerações, com seus nativos digitais, já veem isso com naturalidade. É fato consumado. Por isso estou aqui.

Esta coluna é meu diário de bordo. Vou discutir e revelar as dificuldades, alegrias e tristezas de viver 100% no digital, no Brasil. Novidades, batalhas ganhas, batalhas perdidas, pensamentos e conclusões... tudo o que achar necessário - e me for permitido, claro! Nas próximas colunas colocaremos a mão na massa. Ou seria no teclado? Espero vocês quinzenalmente, toda quinta-feira.

*Agradecimentos:

Laura Souza @souzalaura pela revisão e sugestão do texto!

Gabriel Sicuro @sicurow pela ilustração