Ferreira Gullar faz 80 anos e lança livro em SP
PublishNews, Redação, 10/09/2010
“Em alguma parte alguma” é o primeiro livro de poemas de Gullar em 11 anos

Ferreira Gullar faz 80 anos hoje e há alguns dias vem sendo homenageado país afora. E nessa época de festa, quebra o jejum de 11 anos sem lançar poesia e apresenta Em alguma parte alguma (José Olympio, 144 pp., R$ 30). Nestes 59 poemas inéditos os temas se misturam: a existência, o universo, o ofício de poeta, entre outros, que revelam o método criativo do autor: o espanto.

A sessão carioca de autógrafos aconteceu na semana passada. Nesta segunda-feira (13), o poeta faz o lançamento em São Paulo, às 19h, na Loja da Record da Livraria Cultura (Av. Paulista, 2.073 – Bela Vista – São Paulo/SP).

Segundo o autor, seus escritos nascem do inesperado, como sentir o cheiro de um jasmim ou esbarar em um móvel. Esta espontaneidade e outras características do poeta são analisadas por Antonio Carlos Secchin e Alfredo Bossi em dois textos críticos.

Dividido em quatro partes, o livro apresenta grande unidade e consolida Gullar como um dos mais importantes poetas do Brasil. Aqui, fala de diversos temas, entre eles, arte, universo, exílio, e um dos seus preferidos: frutas podres. Desta vez, a banana ganha destaque.

“Com 61 anos de ofício, a poesia de Ferreira Gullar torna-se cada vez mais nova. Neste arrebatador Em alguma parte alguma pulsa a urgência da vida, por meio de um olhar que se lança tanto microscopicamente à textura espessa das frutas condenadas ao apodrecimento, quanto telescopicamente à solidão esquiva e silenciosa do cosmo”, analisa Antonio Carlos Secchin, poeta, professor, membro da ABL e um dos maiores especialistas da obra de Gullar.

O autor do célebre Poema sujo segue com arrebatadora criatividade suas reflexões sobre a vida e mostra porque é considerado o maior poeta brasileiro vivo. Nestes últimos anos, a obra de Ferreira Gullar, já consagrada pela crítica e pelos leitores, foi homenageada com importantes prêmios como o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, e, este ano, com o Prêmio Camões, a mais alta distinção que se concede a escritores de língua portuguesa. Gullar foi também indicado para o Prêmio Nobel de Literatura, em 2002 e 2004.
[10/09/2010 00:00:00]