Durante quase um ano a autora do best-seller Comer, Rezar, Amar estudou a instituição do casamento. Elizabeth Gilbert descobriu, por exemplo, que entre as mulheres hmong - pequena tribo que habita os picos mais elevados das montanhas do Vietnã, da Tailândia, do Laos e da China - não existe a ilusão de que seus maridos serão a fonte principal da felicidade.
Ela descobriu também que o casamento romântico, com vestido branco e véu, é uma novidade criada pela rainha Vitória em 1840, e que até 1215, na Europa, para duas pessoas casarem, bastava que fossem adultas e trocassem votos em voz alta e por vontade própria.
Mas o que é o casamento hoje, por que nos atrai, e como podemos fazer as pazes com essa instituição conturbada e vital? É o que revela Gilbert, em Comprometida (Objetiva, 240 pp., R$ 33,90 – Trad. Beatriz Medina), seu novo livro. No “Leia Mais”, outras informações sobre o livro.
A história de Comprometida começa 18 meses depois do fim do livro anterior, crônica sobre o ano em que a autora enfrentouum divórcio, uma depressão debilitante e outro amor fracassado até que se livrou de todos os bens materiais, demitiu-se do emprego e partiu para uma viagem de um ano pelo mundo, sozinha. Nos últimos capítulos de Comer, Rezar, Amar, Liz Gilbert conhece o brasileiro Felipe. Naturalizado australiano e divorciado, ele vivia na Indonésia quando conheceu Liz, 17 anos mais nova - é ele o “coroa” da dedicatória do novo livro escrita em português até na edição de língua inglesa.
Como todos os que já passaram pelo divórcio, Felipe e Elizabeth, traumatizados, juraram, nunca, em nenhuma circunstância, casar novamente. Mas eis que problemas com a imigração americana os obrigam a oficializar a união: quando chegavam de uma viagem, um oficial do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos deteve o casal e lhes apresentou uma escolha: ou se casavam, ou nunca mais ele entraria no país dela.
Nos dez meses seguintes, enquanto os dois vagaram pelo sudeste asiático esperando que o governo norte-americano os deixasse voltar ao país e se casar, o assunto foi a obsessão da autora. Com humor e inteligência, Comprometida examina questões de compatibilidade, paixão, fidelidade, tradição familiar, expectativas sociais, os riscos de divórcio e as responsabilidades mais mundanas.
Liz Gilbert desfaz os mitos, desmonta os medos, constrói uma perspectiva histórica e troca, enfim, fantasias românticas por vitais compromissos emocionais. Assim, o livro se torna uma celebração do amor — com toda a complexidade e as consequências que o amor verdadeiro, sem ilusões, sempre acarretará.