Cinco anos após a publicação de Histórias mal contadas, Silviano Santiago, recém-contemplado com o Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura pelo conjunto de sua obra, está de volta às narrativas breves. Ele retorna também ao espaço majoritário de sua literatura: o território onde se encontram os personagens anônimos, aqueles que experimentam, de forma sempre original, os sobressaltos da existência. Entre seus personagens, um entregador de tecidos, uma supervisora de supermercado, um órfão, um garçom aposentado, um revisor de jornal. Em comum, a presença do ambiente doméstico com suas tensões, alegrias e verdades subterrâneas – dramas contados em primeira pessoa, outra das marcas deste que é um dos mais prolíficos e premiados intelectuais do país. Anônimos (Rocco, 192 pp., R$ 26) reúne dez histórias nas quais o autor parte do ordinário para uma perturbadora poética da experiência popular.