O Brasil foi o país convidado da Feira de Frankfurt em 1994, mas como bem disse o diretor Juergen Boos, muita coisa mudou de lá para cá. E foi por essa nova imagem do país, que anda despertando a curiosidade mundo afora, e para incentivar as editoras a ir à luta e vender seus livros no exterior, coisa que tem diminuído nos últimos anos, como ele observou, que escolheram novamente o Brasil. E nossa participação não vai se restringir apenas à feira. “Vai ser uma espécie de ano do Brasil na Alemanha”, disse Boos. Haverá espaço para a produção cultural brasileira em museus, galerias, centros culturais e em outros lugares de diversas cidades alemãs. Isso vai coincidir com a homenagem que o Brasil presta à Alemanha também neste ano. E se somos um povo receptivo, por que deixar de fora os outros países que falam português? Juca Ferreira aventou a possibilidade de o Brasil ter um espaço para a literatura de Moçambique, Angola, Cabo Verde... Mas ainda é só uma ideia.
A notícia boa para os tradutores é que o ministro deve ampliar de 20 para 100 o número de bolsas de fomento à tradução oferecidas pela Biblioteca Nacional. E isso quer dizer que está valendo tradução das nossas obras para qualquer idioma. Com isso, e com os esforços individuais das editoras, o país chegará à feira de 2013 com os livros já traduzidos, o que pode facilitar, e muito, os negócios.
Boos se impressionou com a receptividade do ministro e sugeriu a ida de membros da comissão que vai organizar a participação brasileira à edição deste ano da feira para só então começar a planejar as ações. A única preocupação é que no meio do caminho haverá uma eleição... Apesar de 2013 estar distante e de ser importante conhecer a feira antes, há ações que já devem ser feitas. Por exemplo, o contato com os museus e centros culturais.
De acordo com o diretor da feira, quem organiza a participação é o país convidado - que conta com a orientação dos profissionais da empresa alemã. Ao lado do Ministério da Cultura estarão o da Educação e o das Relações Exteriores. Lá na feira, haverá um auditório exclusivo do Brasil para palestras, debates e apresentações, além de espaço para exposição dos títulos das editoras brasileiras.
O protocolo de intenções foi assinado na segunda-feira (21), em Brasília, e o contrato fica pronto nos próximos dias.
Outro assunto discutido com os diretores da feira é a criação de um escritório da empresa no Brasil – há outros em cidades como Nova York, Moscou e Cidade do Cabo. Boos disse que essa é a vontade deles. Mas Marifé Boix Garcia, vice-presidente da Feira de Frankfurt, comentou que eles precisam amadurecer a ideia. Montar outra feira do livro não é o objetivo, mas pensam em fazer algo na área educacional.
Neste ano, a Argentina é o país convidado. No ano que vem, a Islândia. O convidado de honra de 2012 ainda não foi escolhido. Se o mundo não acabar aí, em 2013 estaremos lá. Agora é aproveitar a oportunidade e se preparar. E depois tomar como o exemplo a Turquia, que após ter sido o país convidado continuou investindo na partipação na feira alemã e estará lá esse ano, de novo, com um bom espaço... pertinho do estande do Brasil. “Se o país não continua a desenvolver suas ações depois da feira, todo o esforço é em vão”, disse Boos.
