Jaime Prado Gouvêa no Sempre um Papo
PublishNews, Redação, 23/06/2010
Ele é o diretor do Suplememento Literário de Minas Gerais

Em uma aparição inédita em público, o Sempre um Papo leva a São Paulo o premiado escritor mineiro e diretor do Suplemento Literário de Minas Gerais, Jaime Prado Gouvêa, para debate e noite de autógrafos de seus livros Fichas de vitrolas & outros conto (Record, 256 pp., R$ 37,50) e O altar das montanhas de Minas (Record, 208 pp., R$ 37,90). O evento ocorre no Sesc Vila Mariana (Rua Pelotas 141 - Vila Mariana – São Paulo/SP. Tel.: 11 5080-3000), a partir das 20h

Mineiro de Belo Horizonte, safra de 1945, Jaime Prado Gouvêa é bacharel em Direito pela UFMG. No jornalismo, teve passagens pela redação do Jornal da Tarde, de São Paulo, e pela sucursal belo-horizontina de O Globo, entre 1971 e 1973. Integrou a geração responsável pelo Suplemento Literário do Minas Gerais, criado por Murilo Rubião, em algumas de suas fases mais importantes (entre 1969 e 1986). Estreou em livro com os contos de Areia tornando em pedra (Editora Oficina) em 1970, vencedor do Concurso Nacional de Contos Estado do Paraná do ano anterior, prosseguindo com Dorinha Dorê (Editora Interlivros), de 1975, e Fichas de Vitrola (Editora Guanabara), de 1986, que vencera o Prêmio Nacional Guimarães Rosa da Secretaria de Cultura de Minas Gerais em 1982. Lançou também, em 1991, seu único romance: O altar das montanhas de Minas, pela Editora Siciliano. Atualmente, é diretor do Suplemento Literário de Minas Gerais.

O livro Fichas de vitrolas & outros contos deixa bem clara as intenções de Jaime Prado Gouvêa ao reunir, depois de 16 anos sem publicar, os melhores contos (18 dos 42 textos publicados, além de três inéditos) de sua carreira.

"Depois, alguns fatos, mortes de pais, necessidade de dar outros rumos à vida e a sensação de que se escreve demais e se lê muito pouco neste país, tudo isso aliado a uma doce aposentadoria e a uma desavergonhada preguiça, me fizeram relaxar até descobrir, meio assustado, que passei do início às 'obras completas' antes da hora. Mas, agora, com o passado republicado e passado a limpo, talvez seja a hora de recomeçar. Pesou também a necessidade de não me repetir e o medo de piorar (que faria bem a muita gente...)", explica o autor, com apenas quatro títulos lançados desde sua estréia em 1970.

Após quase vinte anos da sua primeira edição, o escritor Jaime Prado Gouvêa relança O altar das montanhas de Minas. Aqui, o autor se inspirou na sua própria trajetória para escrever o seu primeiro romance, que se passa na época da ditadura militar. A boemia mineira, a repressão e o clima de tenso das redações fazem parte do cotidiano do personagem Dirceu Dumont, um homem que contém a tragédia de uma geração inteira e que não conseguiu ver seus sonhos realizados. Sobre a obra, Caio Fernando Abreu escreveu na orelha da edição original: "violento feito um soco, cortante como uma navalhada".
[23/06/2010 00:00:00]