Leusa Araujo lança livro no Canto Madalena
PublishNews, Redação, 22/06/2010
“Náufragos Emergentes” reúne seis histórias ordinárias criadas por Leusa Araujo

Muito se fala sobre a desigualdade social do país e do impacto causado pelas mudanças de status – seja do homem que migra do campo para a cidade ou do sujeito de vida modesta que passa a frequentar a alta sociedade, e vice-versa. No entanto, assuntos delicados como os conflitos íntimos gerados pela mobilidade social nas últimas décadas não são abordados na literatura. Mas este é justamente o tema de Náufragos Emergentes – seis histórias ordinárias (Opera Prima Editorial, 152 pp., R$ 36), de Leusa Araujo, premiado pelo Projeto de Ação Cultural da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo – ProAc 2009. O volume é composto com 50 ilustrações do artista plástico Ulysses Bôscolo.

O lançamento será hoje (22), às 19h, no Canto Madalena (R. Medeiros de Albuquerque, nº 471 – Vila Madalena – São Paulo/SP).

Este é o quinto título de Leusa Araujo. Os anteriores, dedicados ao público juvenil, receberam indicações ao prêmio Jabuti, seleção para o Catálogo da Feira de Bolonha e selo altamente recomendável da FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil).

Nas narrativas polifônicas de Náufragos Emergentes, acompanhamos a gerente de multinacional que tenta fazer a mãe, ex-lavadeira, adaptar-se ao apartamentozinho novo, com tanque minúsculo (A Filha da lavadeira); o ex-feirante e homem de esquerda que vê seus antigos valores éticos destruídos pela advocacia no ramo de seguros e o casamento com ex-quatrocentona, em O Chamado de Laura; a universitária desempregada que muda de nome e se prostitui, em Registro geral; o futuro que poderia ter sido da mocinha suburbana em Um Dia no Vaticano;o conflito de um professor-doutor com os novos rumos da política e o afastamento conjugal em O menino que atira pedra; e o choque cultural da família “emergente” com uma moça saída da roça, em Pousada do Bom Abrigo.

A autora

Em 2005, Leusa Araujo lançou A Cabeleira de Berenice (coleção Barco a Vapor, SM Edições), no qual um dos temas centrais é o bullying nas escolas, que lhe valeu a indicação para o Prêmio Jabuti (categoria: "Melhor Livro Juvenil") e selecionado pela FNLIJ para o Catálogo da Feira do Livro Infantil de Bologna (Itália). Publicou também a obra de não ficção Tatuagem, piercing e outras mensagens do corpo (Coleção Prismas, Cosacnaify), com selo altamente recomendável pela FNLIJ.

A autora acaba de lançar, pela editora Scipione, o livro Ordem, sem lugar, sem rir, sem falar (Série Diálogo) para o público jovem, com memórias de um menino entre os anos de 1968 e 1972, auge do autoritarismo da ditadura militar brasileira.

Leusa estreou na literatura com Agitação à beira-mar, da coleção Vagalume (Ática). Sua trajetória na área literária inclui a pesquisa e edição de textos para os livros Chic; Chic Homem (Senac); Chic[érrimo] (Cónex,); e Alô, Chics! (Ediouro), todos de Gloria Kalil. Foi redatora do livro Maquiagem: Duda Molinos (Senac), e seu conto A Dona da casa não está, para o público adulto, teve os direitos adquiridos pela Rede Globo de Televisão para produções audiovisuais.

Ilustrações

O artista plástico Ulysses Bôscolo vai muito além da tarefa de ilustrar o volume da Opera Prima Náufragos Emergentes. Seus cinquenta desenhos, com o traço e estilo que o notabilizaram na nova edição de Os Irmãos Karamázov (Editora 34) promovem um verdadeiro diálogo com o texto de Leusa Araujo sobre a maré de mobilidade social e suas conseqüências para os protagonistas.

Ulysses já participou de vários outros livros, com destaque para seus trabalhos na Editora 34: Histórias de Bulka, de Tolstói e O cão fantasma, de Turguêniev. Atualmente orienta cursos de xilogravura e gravura em metal no Ateliê Piratininga e na Oficina Cultural Oswald de Andrade. Possui obras nos acervos do Museu de Arte Contemporânea de Americana (SP) e da Galeria Gravura Brasileira (SP).

Originais assinados das ilustrações do livro, em técnica naquim, encontram-se à venda no Opera Prima Cultural.
[22/06/2010 00:00:00]