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A memória e a palavra em Os informantes
O Estado de S. Paulo, Eric Nepomuceno, 01/05/2010
Colombiano trata da relação entre um pai e seu filho ao mesmo tempo em que desvenda o sistema político do país

Todo autor, ao publicar seu primeiro livro, corre o risco de ser massacrado por algum crítico azedo. Foi o que aconteceu com o jornalista colombiano Gabriel Santoro. A diferença é que, no seu caso, a crítica mais virulentamente demolidora partiu de um intelectual de refinada ironia, um respeitado e influente professor de retórica que também se chamava Gabriel Santoro e era seu pai. O que teria levado o Gabriel pai, que não se dedicava à crítica literária, a demolir tão impiedosamente o primeiro livro do Gabriel filho? Descobrir essas razões é um dos chamarizes da trama de Os informantes (L&PM, 288 pp., R$ 39 – Trad. Heloisa Jahn), do colombiano Juan Gabriel Vásquez, nascido em 1973 e que mora em Barcelona desde 1999. E já que a vida nem sempre imita a arte, o autor teve melhor sorte que seu desafortunado personagem. Com seu primeiro romance, Vásquez foi alvo de uma consistente saraivada de elogios, inclusive em The New York Times e Washington Post, além de prêmios que costumam consagrar consagrados e revelar revelações. E não sem razão: Os informantes é bem estruturado, mantém um ritmo narrativo seguro e atrativo, supera com galhardia o perigoso recurso de fazer um suposto jornalismo para narrar uma história de ficção

[01/05/2010 00:00:00]
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