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Lançamento triplo na estação das cerejeiras
PublishNews, Redação, 27/04/2010
Estação Liberdade lança três obras de autores japoneses nesta que é, lá, a mais bela das estações

A Estação Liberdade traz ao mercado nesta semana três livros de grandes escritores japoneses. Os lançamentos coincidem com a chegada da mais bela entre as estações japonesas, a primavera, com o florescimento das cerejeiras, fenômeno que encanta orientais e turistas de todo o mundo que atravessam o globo para ver as árvores carregadas.

O lago (164 pp., R$ 37 – Trad.: Meiko Shimon), do Nobel de 1968 Yasunari Kawabata, conta a história do professor Ginpei, atingido pela obsessão por seguir as mulheres bonitas com que se depara nas ruas. Ele argumenta que, se não o fizesse, esses encontros não passariam de episódios efêmeros. Será isso, no entanto, o que move o personagem? Ginpei tem um problema muito particular com o aspecto de seu corpo: seria esse outro fator inconsciente de sua insistente procura por beleza?

No Japão, o período do pós-guerra trouxe definitivamente à tona toda sorte de questões que mantiveram caráter de tabu durante tempos, numa tradição secular de silêncio e discrição. Isso faz com que o enredo de O fuzil de caça (112 pp., R$ 29 - Trad.: Jefferson José Teixeira), cujos personagens estão enleados em um caso de amor extraconjugal, não constitua por si só uma novidade ou um fator de estranhamento. É também na forma, e não apenas em sua temática, que a obra se consolida como fundamental no panorama da literatura japonesa contemporânea. A obra é de Yasushi Inoue, foi lançada em 1949 e só agora chega ao Brasil.

Já em Quinquilharias Nakano (284 pp., R$ 46 – Trad. Jefferson José Teixeira), de Hiromi Kawakami, não vá chamar esse singular estabelecimento comercial de Tóquio de antiquário! O patrão não deixa de jeito nenhum. Simpático microcosmo de uma megalópole frenética, ali a premeditação e o instinto, o disfarce e a espontaneidade mesclam-se aos mais inusitados bricabraques, frutos das picarescas “retiradas” nas mais variadas moradias. Enfileirados nas prateleiras e tentando chamar a atenção de clientes, formam uma espécie de contrapé do Japão dos dias atuais.

[27/04/2010 00:00:00]
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