Um viva à leitura
PublishNews, Redação, 23/10/2009
Vencedores do Prêmio Vivaleitura foram conhecidos na noite desta quinta-feira e vem do MT, PE e MG

Como cenário, o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, como anfitriões, os ministérios da Educação e da Cultura. Assim foram conhecidos na noite desta quinta-feira, dia 22, os vencedores do Prêmio Vivaleitura, reconhecimento que o MEC concede a iniciativas de todo o Brasil de incentivo à leitura e acesso aos livros. Os grandes contemplados da edição 2009 vieram dos estados de Mato Grosso, Pernambuco e Minas Gerais. Ao todo, quinze projetos finalistas concorreram ao prêmio. Na categoria “Bibliotecas Públicas e Privadas” o projeto vencedor foi o “O Caminho da Leitura”, de Campinápolis (MT), na categoria “Escolas Públicas e Privadas” o reconhecimento foi para o trabalho “Flis – Festival Literário do Sertão”, de Sertânia (PE), já na categoria “Instituições e/ou Pessoas Físicas” quem faturou foi o trabalho “Poesia Viva – A Poesia Bate à sua Porta”, de Mariana (MG). Cada vencedor levou para a casa a quantia de R$ 30 mil. Na abertura do evento o ministro da Cultura, Juca Ferreira, disse acreditar que à família, à escola e às bibliotecas são hoje o principal agente na construção de um Brasil leitor. “O livro e a leitura precisam ser melhor apresentados nas escolas, para que não sejam considerados pelos alunos uma tarefa árdua e chata”, disse.

Conheça os projetos vencedores do Vivaleitura 2009

Categoria “Bibliotecas Públicas e Privadas”

O projeto vencedor foi o “O Caminho da Leitura”, de Campinápolis (MT). A iniciativa combate o analfabetismo entre os indígenas da região através de uma biblioteca que professores e caciques construíram dentro da aldeia Xavante “Semente Viva”. Os primeiros 200 livros do acervo foram doados pelo projeto “Expedição Vagalume”, que também ajudou na formação de mediadores de leitura. No início, cerca de 260 crianças e 80 adultos usufruíam do acervo. Hoje, a biblioteca consegue atender, além da “Semente Viva”, mais outras seis aldeias da região.
O índio Ciro José Sahairo, responsável pelo trabalho, recebeu o prêmio na cerimônia e declarou que o direito à educação é de todos os brasileiros. Com o valor recebido do Vivaleitura, prometeu construir um galpão para abrigar um acervo ainda maior.

Categoria “Escolas Públicas e Privadas”

O projeto vencedor foi o trabalho “Flis – Festival Literário do Sertão”, de Sertânia, município do interior de Pernambuco situado no sertão de Moxotó, área que representa um dos índices mais baixos de IDH do estado. O festival é realizado pela escola pública, Olavo Bilac, para valorizar a produção literária local e a identidade cultural da região. Em suas duas primeiras edições, o Festival promoveu atividades como saraus, palestras, leitura de contos, poesias e encenações sobre autores e artistas locais. Mais de duas mil pessoas, entre alunos, professores, pais e responsáveis já foram beneficiadas pelo projeto. Segundo o professor de português e literatura da escola, Josessandro Batista de Andrade, que também é o idealizador do Flis, os resultados são visíveis: “desde 2007 registramos um aumento contínuo no número de livros retirados em empréstimo na biblioteca da escola, os alunos criaram um jornal de poesia, chamado “O Nascer do Poeta”, com obras próprias e dos professores, e com o apoio de comerciantes locais realizamos encontros de autores e poetas da região”, diz. Segundo o professor, o próximo Flis acontecerá no mês que vem, entre os dias 15 e 17, sob o tema “Os 60 anos da escola Olavo Bilac – Uma usina de talentos”.

Categoria “Instituições e/ou Pessoas Físicas”

O trabalho “Poesia Viva – A Poesia Bate à sua Porta”, de Mariana (MG) foi idealizado pela artista plástica, Andréia Aparecida Silva Donadon Leal e bate de porta em porta, nas casas, estabelecimentos comerciais e escolas da cidade e municípios vizinhos, para ler contos, romances e poesias às pessoas. A iniciativa conta com o trabalho voluntário dos poetas da Associação Aldrava Cultural que, além de visitarem as casas, distribuem gratuitamente o jornal da associação e livros aos habitantes. A ideia do projeto é estimular o hábito da leitura no lar e usar a literatura como elo de afetividade entre as famílias. “Acredito que é na família que começa o gosto pela leitura, e é lá que ele também precisa ser cultivado”, disse Andréia. Com a verba do prêmio, ela pretende publicar as obras dos poetas da associação e ampliar o acervo de livros que é distribuído pelo projeto. Atualmente, o “Poesia Viva” acontece em Mariana, Ouro Preto, Santa Bárbara, Belo Horizonte e Ipatinga.
[23/10/2009 01:00:00]