Quem reclama de um voo atrasado não imagina que o tempo perdido em um episódio assim pode render uma reflexão profunda sobre a vida. É o que acontece com Benjamin Ford, que viajava de Nova York para Los Angeles com sua mãe, ansioso para rever a filha e cumprir a promessa de levá-la ao altar em seu casamento, quando é surpreendido por um pouso de emergência. Assim começa sua longa e tediosa jornada no aeroporto de Chicago, aguardando a conexão que atrasou e temendo “estragar tudo, mais uma vez”. O tradutor decide dedicar seu tempo a escrever uma carta à companhia aérea e solicitar o reembolso de sua passagem. Entre passeios pela praça de alimentação e a área para fumantes, Bennie salpica sua carta com trechos do romance polonês que está traduzindo e episódios marcantes de sua vida. Romance de estreia de Jonathan Miles, Querida companhia aérea (Globo, 216 pp., R$ 27,90 - Trad.: Helena Londres) foi aclamado pela crítica e eleito um dos melhores lançamentos de 2008 pela imprensa norte-americana. Com Benjamin Ford, Miles propõe uma reflexão contundente sobre o que perdemos ao longo de nossas vidas.