Centenário da APL em livro
PublishNews, Redação, 24/06/2009

A centenária história da Academia Paulista de Letras (APL) e seus imortais foi retratada por José Renato Nalini, presidente da entidade, no livro 100 anos – Academia Paulista de Letras (Imprensa Oficial do Estado de S. Paulo/Academia Paulista de Letras, 240 pp.,). O título será lançado nesta quinta-feira, 25 de junho, no Museu da Língua Portuguesa (Praça da Luz, s/nº - 3º andar – Centro. São Paulo/SP. Tel.: 11 3326-0775), às 18h. A obra narra a história desde a fundação, em novembro de 1909, e lembra todos aqueles que já passaram por lá. Para os membros atuais, como Lygia Fagundes Telles, José Mindlin e Ignácio de Loyola Brandão, há biografias e retratos. Destaque também para o texto do fotógrafo Marcio Scavone sobre o pai, o escritor Rubens Teixeira Scavone, e a avó Maria de Lourdes Teixeira, a primeira mulher eleita para a academia.

A obra rememora fatos distantes como as primeiras discussões para a instalação, em São Paulo, de uma entidade que congregasse escritores paulistas; traz depoimentos da época e a repercussão na imprensa sobre a sua fundação; e resgata os diversos cenários que serviram de ponto de encontro para seus imortais – da residência de seus membros, passando pelo salão nobre do Conservatório Dramático e Musical, pelo salão de inverno da Casa Mappin, por uma das salas da Biblioteca Municipal, até chegar à sede própria, na década de 40.

A visita do Bento XVI também é lembrada. À época, o papa foi homenageado com o título de Acadêmico Honoris Causa da Academia Paulista de Letras em reunião reservada no Mosteiro de São Bento. O Canto de amor à Academia, de Paulo Bomfim, a relação de todos os presidentes e de todos os que já ocuparam uma cadeira na APL também estão no livro. Ao escrever o texto, José Renato Nalini teve a preocupação de dedicar a cada acadêmico o mesmo número de toques e se ocupou de contar os flashs dessa história centenária. “O meu propósito foi editar um livro de celebração, com as fotos dos 40 acadêmicos”, conta.

Sobre os desafios de fazer um livro sobre uma história tão longa e com tantos personagens, Nalini destaca duas dificuldades. Como Scavone não usou flash em suas fotos, tiveram que contar com os finais de tarde ensolarados nas reuniões semanais. A outra diz respeito à morte de alguns membros. “O maior desconforto foi a desobediência dos acadêmicos que estavam proibidos de morrer e, mesmo assim, morreram antes do livro ser publicado”. Enquanto preparavam o livro, os colegas Esther de Figueiredo Ferraz, Benedicto Ferri de Barros, Crodowaldo Pavan e Israel Dias Novaes faleceram – mas seus perfis foram incluídos na obra.
[24/06/2009 00:00:00]