Um cachorro escritor. Nada mais, nada menos. É assim que Nanquim, um labrador de pelo negro, inteligente e irresistível de tão fofo se considera. Em Nanquim – Memórias de um cachorro da Pet Terapia (Paulinas – Col. Magia das letras - Série Letras & Cores, 48 pp., R$ 22,80), de Helena Gomes, ilustrada por Semíramis Paterno, o animalzinho convencido conta sua história. Com tantos atributos, é óbvio que só ele podia ser o escolhido pelo “Doutor”, em uma ninhada de sete filhotes, para morar em uma casa grande e silenciosa, cheia de corredores e alas, onde tudo era branco. Ali também moravam duas coelhas. Sua função era visitar as pessoas que iam e vinham, fazer graças, receber carinhos. Em uma dessas visitas, ele conheceu Maia que, diferente das outras crianças, não correspondia às suas gracinhas, ao seu olhar derrete-coração. As coelhas lhe contaram que a menina sofria de uma doença grave e corria o risco de morrer. Abalado, o cão fugiu da casa para conhecer “o mundo colorido”, pois, até então, no seu mundo só havia o branco e o cinza. Na rua, conheceu a vira-lata Gengibre que lhe explicou o significado de seu trabalho: Nanquim morava em um hospital que tratava de pessoas com câncer.
