São Paulo, domingo, 09 de novembro de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Empresários criticam eficácia das medidas do governo

Em jantar promovido pelo Iedi anteontem, em São Paulo, com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, os empresários criticaram a eficácia das medidas que vêm sendo tomadas pelo governo para tentar injetar mais liquidez no mercado.
O maior problema continua sendo a restrição ao crédito, mas os empresários também consideraram tímida a decisão do governo de adiar por apenas dez dias o pagamento de alguns tributos federais.
Os empresários presentes ao encontro, representantes de grandes empresas de setores variados da economia, deixaram bem claro que eles não enfrentam problemas de restrição ao crédito.
No caso deles, o problema não é de ausência de crédito, mas do custo do dinheiro. Os "spreads" cobrados pelo banco subiram bastante após a crise.
O problema de restrição ao crédito vem sendo enfrentado principalmente pelas pequenas empresas, que são clientes ou fornecedoras das grandes companhias. Dessa forma, muitos clientes das grandes empresas começam a atrasar seus pagamentos ou adiar suas compras.
"O crédito se tornou mais seletivo", afirma Josué Gomes da Silva, presidente do Iedi e da Coteminas e organizador do jantar na sexta-feira.
Há uma semana, o Iedi também tinha promovido uma reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. No encontro, os empresários manifestaram essa mesma preocupação com o crédito.
Para enfrentar esse problema, os empresários sugeriram a Meirelles que o governo comece a usar com mais intensidade o BNDES, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal para atender as necessidades de crédito das pequenas e médias empresas. Uma das idéias é a de o Tesouro aumentar a capitalização desses bancos.
Os empresários também consideraram insuficiente a medida adotada pelo governo de adiar por dez dias o pagamento de alguns tributos federais.
"O prazo poderia ser maior", diz Josué Gomes da Silva. "O mais importante é que o governo tem adotado medidas para atender as necessidades de liquidez do mercado."

Frase

"O crédito tornou mais seltivo"
JOSUÉ GOMES DA SILVA, presidente do ledi e da Coteminas

Logotipo do Google tem digital brasileira

Uma brasileira (e também israelense e americana) está por trás de um dos logos mais famosos do mundo. Ruth Kedar, 53, foi quem criou o simples mas marcante símbolo do Google, em 1998. Ela conheceu Larry Page e Sergey Brin, os fundadores do site de busca, na Universidade Stanford.
Na época, seu trabalho não foi remunerado com ações da empresa, como está habituada a ser paga por outras das suas criações. "Fui bem paga para o padrão da época. Mas, se tivesse recebido em ações, teria sido melhor", brinca a designer, dizendo que, se isso tivesse ocorrido, hoje ela estaria "aproveitando a costa brasileira".
Quando começou, Kedar diz que não podia ter noção da proporção que seu trabalho ganharia, mas que podia imaginar que a empresa cresceria muito. "Eram só Larry, Sergey e menos de dez pessoas. Sabíamos que a internet tinha futuro." Ela não atua mais no Google, que hoje tem seus símbolos trabalhados internamente.
Kedar, que deixou o Brasil adolescente para ir morar em Israel, nunca produziu trabalhos para empresas brasileiras. "Eu gostaria. Tenho clientes na Europa, mas não no Brasil." Entre suas criações estão o site da Aliança Francesa em Paris, produções para a Adobe e outros, de internet na maioria.
Em seu escritório em Mountain View, Califórnia, a crise ainda não chegou, diz. "Os impactos ficarão aparentes a partir do próximo ano."

DIÁRIA

O segmento hoteleiro já começou a sentir os reflexos da crise, segundo Nagi Naoufal, vice-presidente de operações da Accor para a América Latina. Os cancelamentos de reservas começaram a ocorrer a partir de outubro. De acordo com Naoufal, uma das explicações para a queda é a redução das viagens de negócios. "O mercado deve reagir com o resultado das eleições americanas", diz. Para Naoufal, no Brasil, a queda na taxa de ocupação ainda não preocupa. Mas na Argentina e na Colômbia já houve registro de reduções. "Na Colômbia, onde temos dois hotéis, houve queda por conta dos turistas e dos executivos americanos que pararam de chegar." Ainda assim, por enquanto, Naoufal diz que os investimentos serão mantidos. O grupo vai investir cerca de US$ 200 milhões na região até 2010.

DIA E NOITE
A rede Banco24Horas, gerenciada pela TecBan, especializada na gestão de redes de auto-atendimento bancário, acaba de atingir 5.000 terminais ativados no Brasil. O plano da TecBan é, até o final do ano, ativar mais 250 máquinas. Com isso, a empresa vai fechar 2008 com 5.250 terminais.

PENTEADEIRA
Três meses após seu lançamento, o Serum, da marca Seda, alcançou 12% de "market share" no segmento de reparadores de pontas de cabelos, segundo a ACNielsen. O instituto Research International diz que no país o segmento detém apenas 2% do mercado de cuidados com os cabelos, que abrange produtos como xampu, condicionador e cremes de tratamento.

NA PRATELEIRA
A Saraiva vai fechar parceria com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo para dar descontos aos servidores públicos. Eles poderão comprar livros, CDs, DVDs e artigos de papelaria na rede de livrarias e na loja virtual da Saraiva com descontos de até 20%.

ÁLCOOL
A banca Tauil & Chequer Advogados e o escritório americano Thompson & Knight promovem, na terça-feira, em São Paulo, o seminário EUA e Mercado de Etanol no Brasil: Como Fazer Parte. O evento terá palestras de advogados nacionais e internacionais dos dois escritórios. O seminário vai abordar a legislação internacional para o álcool e os caminhos para a regulamentação desse setor no mundo.

COWBOY

Jessia Lobo Krell, embaixadora de luxo da Pernod Ricard, que vai trazer ao Brasil 25 caixas do Chivas Regal 25 Years Old nesta semana; produzido em quantidade limitada, o uísque será vendido por cerca de R$ 1.200; já há lista de espera

com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI



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