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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Empresários criticam eficácia das medidas do governo
Em jantar promovido pelo
Iedi anteontem, em São Paulo,
com o presidente do Banco
Central, Henrique Meirelles, os
empresários criticaram a eficácia das medidas que vêm sendo
tomadas pelo governo para tentar injetar mais liquidez no
mercado.
O maior problema continua
sendo a restrição ao crédito,
mas os empresários também
consideraram tímida a decisão
do governo de adiar por apenas
dez dias o pagamento de alguns
tributos federais.
Os empresários presentes ao
encontro, representantes de
grandes empresas de setores
variados da economia, deixaram bem claro que eles não enfrentam problemas de restrição ao crédito.
No caso deles, o problema
não é de ausência de crédito,
mas do custo do dinheiro. Os
"spreads" cobrados pelo banco
subiram bastante após a crise.
O problema de restrição ao
crédito vem sendo enfrentado
principalmente pelas pequenas
empresas, que são clientes ou
fornecedoras das grandes companhias. Dessa forma, muitos
clientes das grandes empresas
começam a atrasar seus pagamentos ou adiar suas compras.
"O crédito se tornou mais seletivo", afirma Josué Gomes da
Silva, presidente do Iedi e da
Coteminas e organizador do
jantar na sexta-feira.
Há uma semana, o Iedi também tinha promovido uma reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. No encontro, os empresários manifestaram essa mesma preocupação
com o crédito.
Para enfrentar esse problema, os empresários sugeriram a
Meirelles que o governo comece a usar com mais intensidade
o BNDES, o Banco do Brasil e a
Caixa Econômica Federal para
atender as necessidades de crédito das pequenas e médias empresas. Uma das idéias é a de o
Tesouro aumentar a capitalização desses bancos.
Os empresários também
consideraram insuficiente a
medida adotada pelo governo
de adiar por dez dias o pagamento de alguns tributos federais.
"O prazo poderia ser maior",
diz Josué Gomes da Silva. "O
mais importante é que o governo tem adotado medidas para
atender as necessidades de liquidez do mercado."
Frase
"O crédito tornou mais seltivo"
JOSUÉ GOMES DA SILVA, presidente do ledi e da Coteminas
Logotipo do Google tem digital brasileira
Uma brasileira (e também
israelense e americana) está
por trás de um dos logos mais
famosos do mundo. Ruth Kedar, 53, foi quem criou o simples mas marcante símbolo
do Google, em 1998. Ela conheceu Larry Page e Sergey
Brin, os fundadores do site
de busca, na Universidade
Stanford.
Na época, seu trabalho não
foi remunerado com ações
da empresa, como está habituada a ser paga por outras
das suas criações. "Fui bem
paga para o padrão da época.
Mas, se tivesse recebido em
ações, teria sido melhor",
brinca a designer, dizendo
que, se isso tivesse ocorrido,
hoje ela estaria "aproveitando a costa brasileira".
Quando começou, Kedar
diz que não podia ter noção
da proporção que seu trabalho ganharia, mas que podia
imaginar que a empresa
cresceria muito. "Eram só
Larry, Sergey e menos de dez
pessoas. Sabíamos que a internet tinha futuro." Ela não
atua mais no Google, que hoje tem seus símbolos trabalhados internamente.
Kedar, que deixou o Brasil
adolescente para ir morar
em Israel, nunca produziu
trabalhos para empresas
brasileiras. "Eu gostaria. Tenho clientes na Europa, mas
não no Brasil." Entre suas
criações estão o site da Aliança Francesa em Paris, produções para a Adobe e outros,
de internet na maioria.
Em seu escritório em
Mountain View, Califórnia, a
crise ainda não chegou, diz.
"Os impactos ficarão aparentes a partir do próximo ano."
DIÁRIA
O segmento hoteleiro já começou a sentir os reflexos da
crise, segundo Nagi Naoufal, vice-presidente de operações da
Accor para a América Latina. Os cancelamentos de reservas
começaram a ocorrer a partir de outubro. De acordo com
Naoufal, uma das explicações para a queda é a redução das
viagens de negócios. "O mercado deve reagir com o resultado das eleições americanas", diz. Para Naoufal, no Brasil, a
queda na taxa de ocupação ainda não preocupa. Mas na Argentina e na Colômbia já houve registro de reduções. "Na
Colômbia, onde temos dois hotéis, houve queda por conta
dos turistas e dos executivos americanos que pararam de
chegar." Ainda assim, por enquanto, Naoufal diz que os investimentos serão mantidos. O grupo vai investir cerca de
US$ 200 milhões na região até 2010.
DIA E NOITE
A rede Banco24Horas, gerenciada pela TecBan, especializada na gestão de redes
de auto-atendimento bancário, acaba de atingir 5.000
terminais ativados no Brasil.
O plano da TecBan é, até o final do ano, ativar mais 250
máquinas. Com isso, a empresa vai fechar 2008 com
5.250 terminais.
PENTEADEIRA
Três meses após seu lançamento, o Serum, da marca
Seda, alcançou 12% de "market share" no segmento de
reparadores de pontas de cabelos, segundo a ACNielsen.
O instituto Research International diz que no país o
segmento detém apenas 2%
do mercado de cuidados
com os cabelos, que abrange
produtos como xampu, condicionador e cremes de tratamento.
NA PRATELEIRA
A Saraiva vai fechar parceria com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo para dar descontos aos
servidores públicos. Eles poderão comprar livros, CDs,
DVDs e artigos de papelaria
na rede de livrarias e na loja
virtual da Saraiva com descontos de até 20%.
ÁLCOOL
A banca Tauil & Chequer
Advogados e o escritório
americano Thompson &
Knight promovem, na terça-feira, em São Paulo, o seminário EUA e Mercado de
Etanol no Brasil: Como Fazer Parte. O evento terá palestras de advogados nacionais e internacionais dos
dois escritórios. O seminário
vai abordar a legislação internacional para o álcool e os
caminhos para a regulamentação desse setor no mundo.
COWBOY
Jessia Lobo Krell, embaixadora de luxo da Pernod Ricard, que vai trazer ao Brasil 25 caixas do Chivas Regal 25 Years Old nesta semana; produzido em quantidade limitada, o uísque será vendido por cerca de R$ 1.200; já há lista de espera
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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