O sol mal tinha aparecido às margens do rio Main, nesta quinta-feira, 16 de outubro, e uma garoa paulistana atrapalhava a vida dos profissionais que chegavam à Feira do Livro de Frankfurt, enquanto editores brasileiros e o pessoal da Câmara Brasileira do Livro se desdobravam para abrir as caixas de livros enviados do Brasil, que finalmente haviam sido entregues no evento. Nesta quarta-feira, como foi divulgado pela imprensa, a maior feira de livros do mundo abriu sem os títulos de todos os editores brasileiros, já que as caixas com os preciosos objetos ficaram retidas em Madri. O motivo teria sido a inscrição "perigo, líquido corrosivo", em uma das caixas. Isso fez com que durante toda a quarta-feira os criativos editores retomassem a antiga arte de contar histórias e superassem um dia difícil com bom humor. Miriam Gabbai, da editora Callis, de São Paulo, disse ao jornal alemão Deutsche Welle que lamentou o incidente, mas estava conformada. "Isso não é tão incomum. Já fiquei sem livros por três dias na feira de Guadalajara. Uma vez, em Bolonha, a caixa de livros foi extraviada...Todo editor que faz feira sabe que isso pode acontecer", declarou na matéria. "Tive sorte, porque trouxe livros na mala." Com a presença dos ilustres convidados - os livros -, o estande do Brasil ganhou mais vida e cor, e foi perceptível a diferença da área brasileira neste ano em relação aos anteriores. De acordo com a presidente da CBL, Rosely Boschini, o estande deste ano foi projetado por um escritório de arquitetura, o que fez com que ele se diferenciasse do padrão básico dos estandes frankfurtianos.