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Agora até Scliar pode ganhar um Booker
PublishNews, 02/06/2004
O Man Booker Prize é o maior prêmio de literatura do Reino Unido para livros de ficção. Desde 1969, a honraria é concedida para um romance publicado ao longo dos últimos doze meses, sempre acompanhada de um cheque de valor considerável. Em 2003, por exemplo, o australiano DBC Pierre faturou 50 mil libras esterlinas ao levar o Booker com o livro Vernon God Little. Para a editora do livro vencedor, a premiação é garantia certa de um estouro de vendas na Inglaterra e em outros países de fala inglesa. O Man Booker Prize, no entanto, só é concedido para escritores da Comunidade Britânica, da longíqua Austrália e do continental Canadá à isolada Santa Helena e às disputadas Malvinas. Os EUA, portanto, sempre ficaram de fora. Aliás, já são lendárias as histórias de editores norte-americanos que fazem de tudo para tentar provar que seus autores teriam cidadania de algum país da Comunidade Britânica e, assim, poderiam concorrer ao Booker. No entanto, como o comitê do Booker nunca aceitou tias-avós canadenses como comprovação de cidadania, as editoras dos EUA sempre chuparam o dedo. Mas só até agora, pois os organizadores do Man Booker Prize acabam de anunciar a criação do Man Booker International Prize, que tem como objetivo complementar o prêmio já existente e reconhecer trabalhos de ficção de uma forma mais inclusiva e global. O Man Booker International Prize premiará um escritor vivo a cada dois anos pelo conjunto de sua obra em ficção, que pode tanto ter sido escrita originalmente em inglês ou estar amplamente disponível na língua de Shakespeare por meio de traduções. O cheque que acompanha o novo prêmio internacional, patrocinado pelo Man Group, será de 60 mil libras e cada escritor só poderá ser contemplado uma vez. O primeiro felizardo será anunciado já em 2005. "O novo prêmio reconhecerá grandes realizações internacionais, mas, ao contrário de outros prêmios globais, terá como foco a ficção em inglês ou traduzida para o inglês, celebrando portanto ficção em língua inglesa como uma força maior no mundo moderno", declarou John Carey, presidente da comissão de jurados do prêmio inaugural. Ou seja, agora os norte-americanos têm chance. E quem sabe até o brazuca Moacyr Scliar, cuja obra Max e os Felinos inpirou o livro ganhador do Booker de 2002 - The Life of Pi, de Yann Martel - possa agora ganhar um booker de forma, digamos, um pouco mais direta.
[02/06/2004 00:00:00]
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