No dia 13 de dezembro se celebra, anualmente, o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual – e, há poucas semanas, a Fundação Dorina Nowill para Cegos divulgou um estudo, viabilizado pela Lei de Incentivo à Cultura, para compreender os hábitos de leitura de pessoas com deficiência visual no Brasil – 63% dos entrevistados afirmaram gostar de ler, e a leitura é um hábito para 48% deles. Denominado Programa Nacional de Apoio à Cultura 204759 “Ler para ser – Literatura como cidadania”, o estudo foi realizado por meio do Datafolha e entrevistou 400 pessoas, entre junho e julho deste ano, homens e mulheres, de diferentes faixas etárias, a partir de 12 anos e média de 48 anos, com baixa visão ou cegueira, abrangendo diferentes estados e regiões brasileiras. O principal ponto destacado pela pesquisa foi o gosto pela leitura. Houve um aumento nesse aspecto em comparação com a pesquisa anterior, passando de 55% para 63%. A pesquisa também revelou que a leitura é um hábito diário para 48% dos entrevistados, enquanto 32% afirmaram ler, pelo menos, uma vez por semana. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

O Museu Casa das Rosas (Av. Paulista, 37 – São Paulo / SP) anunciou que abrirá as inscrições para a 12ª edição do Clipe – Curso Livre de Preparação de Escritores, na categoria adulto, entre os dias 2 de janeiro e 2 de fevereiro de 2024. O curso, oferecido pela instituição desde 2013, é totalmente gratuito e tem o objetivo de contribuir para a criação literária em todas as suas etapas e nos gêneros prosa e poesia. A formação também proporciona capacitação técnica e profissionalização para autores iniciantes que buscam publicar as próprias obras literárias. Na edição de 2024, a Casa das Rosas retoma o curso de modo presencial para as turmas que vivem na capital e região metropolitana de São Paulo, após o período de pandemia somado ao restauro do museu. Já o formato online será voltado aos participantes que residem em outras regiões do Brasil. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Quatro meses depois de ser vendida para a empresa de investimentos KKR por US$ 1,62 bilhão, a Simon & Schuster anunciou na última semana o seu primeiro conselho de direção. Em um tom otimista, o CEO Jonathan Karp – já confirmado na programação da próxima Feira de Londres – nomeou os diretores enquanto a empresa “embarca em sua jornada como uma editora independente e autônoma”. Sobre as nomeações, Karp comentou: “A formação deste conselho marca um novo e emocionante capítulo na história da Simon & Schuster. Estamos entusiasmados por ter uma equipe tão dinâmica e altamente qualificada nos guiando adiante”. Com sete membros, o conselho é composto pelo próprio Karp, por Madeline McIntosh – ex-CEO da Penguin Random House USA, V Pappas, ex-COO do TikTok; e Kareem Daniel, profissional com 18 anos de experiência em estratégia, narrativa e comercialização na Disney. Do lado da KKR, fazem parte do conselho Richard Sarnoff, que já foi executivo sênior e membro do conselho de supervisão da Bertelsmann; Ted Oberwager, sócio da KKR, e Chresten Knaff, diretor da empresa de investimentos. Clique no Leia mais para conferir a nota na íntegra.

A Quatro Cinco Um e a Tinta-da-China Brasil, em parceria com a editora Ubu, abrem nesta sexta (15) e sábado (16) suas portas para leitores e livreiros conhecerem a revista, a editora e a equipe da Associação Quatro Cinco Um e da Ubu, além de comprarem livros e revistas. As editoras e a redação da revista compartilham um espaço no Largo do Arouche (Largo do Arouche, 161, sobreloja 2 – São Paulo / SP), na sala ao lado das equipes da Maré Produções (correalizadora d’A Feira do Livro com a Quatro Cinco Um) e da Pro Helvetia América do Sul, junto também de uma população flutuante de trabalhadores da cultura que frequenta o mezanino com janelas para as bancas de flores do Arouche. Esta é a quarta edição do evento, apelidado de Arouche aberto. Como nas edições anteriores, o público está convidado a conversar com a equipe e desvendar os bastidores da produção de livros e revistas, além de poder comprá-los com descontos e conhecer os planos de assinatura da revista dos livros. Os livros da Tinta-da-China Brasil estarão com descontos. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O PublishNews publica regularmente a Área Indie, espaço publieditorial que reúne informações sobre livros lançados de forma independente ou autopublicados. Nesta semana, são duas novas obras. Thiago Gonçalves narra um conto de fadas contemporâneo em Andarilhos de vidro (268 pp, R$10), sobre titãs de vidro que se erguem do oceano, e sua relação com a Armandoca, um pacato vilarejo. Nascido no Rio de Janeiro, Thiago é formado em Letras, apaixonado por Literatura e RPG. Quando criança, aprendeu a escrever sozinho e vem criando histórias desde então. Já em Soberania cabocla (435 pp, R$ 18,60), primeiro romance escrito por Dan Massil, o leitor encontra um retrato minucioso dos conflitos existentes no recôncavo baiano do século XIX. Quando a sinhazinha Ana foge para não se casar com o filho do barão, uma reviravolta lhe assalta as rédeas da vida e ela se vê obrigada a viver na capital da província. Sua melhor amiga, Cida, uma ambiciosa aia, segue o seu exemplo e foge para a ilha de Itaparica. É quando a guerra incitada pelo Dr. Álvaro, irmão da sinhazinha, alcança Ana e Cida em seus rincões.

O seu terrível abraço (Todavia), romance de Tiago Ferro publicado neste ano, vai sair em Portugal, no ano que vem, pela Tinta da China. O livro também ganhará uma versão em espanhol pela Yarumo Libros e será lançado na FILBo, de Bogotá, em abril de 2024 – ocasião em que o Brasil será o país homenageado. Já o romance anterior do autor, O pai da menina morta (Todavia), vencedor do Jabuti – que já foi publicado em Portugal, Colômbia e Argentina – chegará aos leitores suecos pela editora Prosak Forlag, também em 2024. Em agosto, o autor – que também é editor pioneiro na publicação digital de qualidade, um dos fundadores da e-galáxia – participou do Podcast do PublishNews. A conversa passou pela sua adesão relativamente tardia à leitura e à literatura e esclareceu o caminho até se tornar um ficcionista. Falamos também de maneira detida do seu trabalho como editor de livros digitais. Também conversamos sobre alguns meandros da crítica literária no Brasil, seu estudo sobre a obra de Roberto Schwarz e da relevância do jornalismo de literatura em nossos tempos.

Nesta quarta-feira (13), o programa Trilha de Letras – que a TV Brasil exibe às 22h – traz uma entrevista com o escritor carioca e colunista do PublishNews Henrique Rodrigues, autor de mais de 20 livros que transitam entre o infanto-juvenil, o romance, a poesia e a crônica. Na conversa inédita com a apresentadora Eliana Alves Cruz, o convidado destaca a importância da escola como aliada no estímulo à formação de novos leitores. Ex-aluno de escola pública, Henrique Rodrigues utiliza o espaço estudantil como cenário de seu mais novo romance, Áurea (Estrela Cultural). A obra revela a história de uma protagonista de mais de 60 anos que aprende a ler. Durante o programa, Henrique também fala sobre sua variada produção literária. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Segundo o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, a violência nas escolas aumentou 50% em 2023, em relação ao ano anterior. Dado esse cenário, as organizações Abraspe (Associação Brasileira de Sistemas de Ensino e Plataformas Educacionais) e programas como Líder em Mim (Somos Educação), Programa Semente (Semente Educação), LIV - Laboratório Inteligência de Vida, OPEE (FTD Educação), Escola da Inteligência (Arco Educação), Programa Pleno (Arco Educação) e Educa decidiram apoiar o Movimento Socioemocional pela Vida – #EscolaspelaPaz. Trata-se de uma iniciativa nacional para resgatar o papel da escola como ambiente de aprendizado, transformação e escuta, além de disseminar a cultura de paz dentro e fora dos muros das instituições de ensino. Juntas, essas organizações atingem cerca de 4,6 mil escolas e 1,6 milhão de alunos em diferentes estados brasileiros. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Alunos da EJA (Educação para Jovens e Adultos) e CIEJA (Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos) da cidade de São Paulo agora também são autores. O livro Antologia Literária foi escrito por pessoas como Edison da Silva, de 53 anos, paulistano, criado no bairro Santa Mônica, que estudou em uma escola estadual, mas no 7º ano do ensino fundamental, por necessidades econômicas, precisou largar os estudos e começar a trabalhar. Outra autora é a Maria Lúcia Vieira Barros, de 63 anos, que migrou de Pernambuco para São Paulo e não conseguiu seguir com os estudos e hoje busca terminar o segundo grau e depois estudar psicologia. O livro conta com 128 escritores em um total de quatro escolas. A ideia é pioneira e surgiu ainda no início deste ano, durante a 12ª Semana Municipal de Incentivo e Orientação ao Estudo e à Leitura de São Paulo, tradicional evento da cidade. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Mário Pedrosa: revolução sensível (Edições Sesc, 468 pp, R$ 85), feita em parceria com a Fundação Perseu Abramo, é organizada pelos historiadores Everaldo de Oliveira Andrade, Francisco Alembert e Marcelo Mari. Mário Pedrosa foi um homem de muitas facetas: como militante político, ferrenho defensor da democracia e dos interesses da classe trabalhadora; como intelectual, considerado imprescindível na constituição e no aprofundamento da crítica de arte no Brasil; e também como vanguardista arrojado, além de amigo carismático e agregador, interessado no ser humano e confiante no poder transformador da arte e da consciência política como motores da revolução social. A trajetória ímpar de Pedrosa é analisada por pesquisadores, artistas e familiares em 23 ensaios, sete depoimentos e textos introdutórios de Maria Amélia Bulhões e dos organizadores. O leitor também encontra uma parte dedicada às artes visuais, com uma seleção de imagens de duas exposições que o homenageiam. A obra será lançada nesta quarta (13), às 19h, no Sesc Avenida Paulista (Av. Paulista, 119 – São Paulo / SP). Everaldo, Francisco e Marcelo farão um bate-papo, seguido de sessão de autógrafos.

A escrita como faca e outros textos (Fósforo, 240 pp, R$ 52,90 - Trad.: Mariana Delfini) é uma reunião de textos de Annie Ernaux em que a autora promove um mergulho em sua biografia e obra. Por meio desses escritos, temos acesso ao seu pensamento que deu novo brilho à relação entre política e literatura ao revolucionar o modo de contar a própria história. No primeiro texto, Vingar minha raça (2022) — discurso que proferiu ao receber o prêmio Nobel de literatura —, ela apresenta uma síntese de seu percurso e de suas motivações e elenca os principais aspectos de seu projeto literário. Na sequência, esmiuça anos de trajetória em A escrita como faca (2003), entrevista concedida ao longo de meses para o escritor francês Frédéric-Yves Jeannet em que responde com sinceridade e precisão sobre sua experiência como escritora. Ernaux dá detalhes dos conceitos marcantes de sua obra e comenta, por exemplo, o que chama de “postura de escrita”, o método de exploração interior e exterior, social e individual que garante que o ato de escrever seja sua arma, como uma faca. Por fim, Retorno a Yvetot (2012) é uma conferência dada por Ernaux na pequena cidade onde viveu com os pais até se mudar para cursar a universidade. A visão da literatura como um sistema de poder, o processo que a levou a abandonar a ficção para escrever sobre a “classe dos dominados”, a importância da experiência como professora, o autorreconhecimento como “trânsfuga de classe” e a relação com seus diários e com a sociologia, a psicanálise, a fotografia, a política: são inúmeros os temas que tornam a leitura deste livro — repleto de aforismos e frases lapidares — uma oportunidade preciosa de conhecer a admirável visão de mundo de uma das maiores escritoras do nosso tempo.

Zicartola: Política e samba na casa de Cartola e D. Zica (Cobogó, 168 pp, R$ 72) conta a história do lendário Zicartola, casa de samba pioneira de Cartola, grande sambista da Mangueira, e sua esposa, dona Zica, cozinheira e antiga pastora da verde e rosa. Em menos de dois anos funcionando em um sobrado da Rua da Carioca, 53, entre os anos de 1963 e 1965, o ambiente criado pelo casal influenciou importantes acontecimentos culturais da turbulenta década de 1960. Ali, dona Zica comandava a cozinha e Cartola cuidava da programação musical. Foi no palco do lugar em que ressurgiram sambistas como Ismael Silva, Nelson Cavaquinho e Zé Kéti, e nasceu uma nova geração do gênero, com nomes como o de Paulinho da Viola, por exemplo, que recebeu no Zicartola seus primeiros cachês. Com filas quilométricas que se estendiam até a Praça Tiradentes, a casa logo se tornou ponto de encontro, em tempos de agitação que antecederam o golpe de 1964. Com histórias do cotidiano e dos bastidores deste local épico, depoimentos de nomes como Dona Zica, Carlos Lyra, Elton Medeiros, Ferreira Gullar, Paulinho da Viola, Nelson Sargento, Zicartola: Política e samba na casa de Cartola e D. Zica, de Mauricio Barros de Castro, traz ainda imagens dos convites, do cardápio da casa, fotos de arquivo, além de dados sobre a recepção do estabelecimento na imprensa da época, mostrando que o Zicartola já dava o que falar e apontava os motivos para entrar para a história.

Renato Prieto lança agora sua autobiografia Quem disse que seria fácil? (Agir, 208 pp, R$ 49,90). Neste livro, ele revê os momentos mais difíceis, os episódios mais divertidos, as lutas, as confusões, as peripécias passadas nas coxias e nos sets de filmagem. Como toda boa história, o percurso de vida dele tem lugar para lágrimas e também espaço para alegria, e, na interseção das duas, há bravura e fé. Esta é uma história de quem nunca conjugou o verbo “desistir”, seguindo em frente com sua crença nos poderes redentores da arte e na força do mundo espiritual. No livro, o astro revisita suas memórias, num texto bem-humorado e comovente, relembrando sua conexão com o teatro, o despertar de sua fé e os bastidores da franquia Nosso Lar. O ator é o protagonista de peças teatrais de sucesso como Encontros Impossíveis e Chico Xavier em pessoa.