A semana pós-Black Friday e pós-Flip iniciou de maneira tímida as vendas de Natal nas livrarias medidas pela Lista de Mais Vendidos do PublishNews, que registrou um aumento de 14% no volume de vendas em relação à semana anterior. A Lista divulgada nesta sexta-feira (8) registra as vendas de 27/11 a 03/12/2023, e aparece com 10 novos títulos. O mais bem posicionado é Desperte a mulher rica que existe em você (Gente), de Kênia Gama, em sétimo lugar geral. O livro conta como a autora, após enfrentar muitas dificuldades financeiras, conseguiu dar a volta por cima e alcançar a prosperidade em sua vida. Alguns livros religiosos também aparecem pela primeira vez e bem posicionados, como a Novena de Natal 2023 (Santuário), do Santuário Nacional de Aparecida, e Devocionário e novena à Misericórdia Divina (Edições Loyola). Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Prisca Agustoni e o escritor cabo-verdiano Joaquim Arena foram anunciados, na noite desta quarta-feira (7) em São Paulo, como os vencedores do Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa 2023. Prisca levou pelo livro O gosto amargo dos metais (7Letras), e Arena – o primeiro autor de Cabo Verde a levar o Oceanos – pelo romance Siríaco e Mister Charles (Quetzal). Cada vencedor recebe R$ 150 mil. A cerimônia foi realizada na Sala Vermelha do Itaú Cultural na Av. Paulista. Agustoni – suíça naturalizada brasileira – explicou um pouco do processo de criação do seu livro, que nasceu a partir do impacto dos crimes ambientais em Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais. "A poesia foi o caminho que encontrei para recuperar uma voz de algo que tinha sido silenciado", explicou. Joaquim Arena não estava presente, mas também falou ao vivo durante o evento – primeiro, por uma chamada de vídeo que não deu certo, e depois por uma ligação telefônica conduzida com simpatia pela atriz Fernanda D’Umbra e pelo Cônsul-Geral de Portugal em São Paulo, António Pedro Rodrigues da Silva. O seu romance, ainda sem publicação no Brasil, conta a história de uma amizade ficcional entre dois personagens reais: Charles Darwin e Siríaco, um desconhecido homem negro, ex-escravizado, que nasceu no Brasil, foi educado em Portugal e, por ter a pele marcada por vitiligo, integrou a chamada “corte exótica” da Rainha Dona Maria I. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

“Todo mundo entende que a leitura é um instrumento absolutamente necessário para qualquer tipo de mudança, para qualquer projeto mais ambicioso do ponto de vista da mudança da sociedade”. A fala é do escritor e produtor cultural Julio Ludemir, durante o Sabatina PublishNews realizado nesta quinta-feira (7). Julio é curador e um dos criadores – junto com Écio Salles – da Festa Literária das Periferias, a Flup. Evento que, com 13 anos de história, cresceu, incorporou pautas pouco exploradas no cenário cultural, deu espaço para as mais diversas vozes e se popularizou, realizando na última edição até o campeonato mundial de slam. “Na medida em que você vai aumentando os níveis de escolaridade de uma população, você vai aumentando os níveis de possibilidades de produção de narrativas”, disse, ao comentar sobre o crescimento da Flup e da luta para trazer nomes diversos e importantes para a favela. “Os novos momentos históricos são sempre acompanhados de novas narrativas e novos narradores, foi essa premissa que nos levou a propor o Festival Literário, todo ele, o tempo inteiro, associado à produção de livros”, comentou. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

As eleições da Associação Nacional de Livrarias (ANL) ocorreram na tarde desta quinta-feira (7), em São Paulo. Alexandre Martins Fontes (Livraria Martins Fontes/SP) assumirá o cargo de Diretor-Presidente da instituição para o biênio 2024/2025. A chapa eleita também traz Leandro Teles (Livraria Leitura/DF) como Vice-presidente financeiro; Rui Campos (Livraria Travessa/RJ) como Diretor de Comunicação; Bernardo Gurbanov (Livraria e Ed. Letraviva/SP) como Diretor Institucional e Monica de Carvalho (Livraria da Tarde/SP) como Diretora Secretária. Os novos membros assumem a partir de 1º de janeiro de 2024, com o objetivo de trazer ainda mais visibilidade para o mercado livreiro brasileiro, atendendo as expectativas e necessidades institucionais e comerciais de seus associados. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Neste sábado (9), Salvador (BA) recebe a terceira edição do Elas Publicam – Encontro de Mulheres do Mercado Editorial, projeto idealizado por Lella Malta, escritora e produtora cultural brasiliense, que também coordena o projeto Escreva, Garota!. Depois de passar por Brasília (DF) e Campinas (SP), o evento levará para o Teatro SESI Rio Vermelho (Rua Borges dos Reis, 9 – Salvador / BA) palestras, oficinas e mesas que abordarão temas como escrita e feminismo; poesia; inteligência artificial, sistemas de escrita e digitalização da literatura; o caminho da distribuição de livros no Brasil; literatura para infâncias; a construção de espaços de poder entre escritoras; juventude e representatividade; as possibilidades da publicação independente e como escolher e ser escolhida pelas editoras. “A energia está a mil, afinal, esta é a edição do axé. Estou muito feliz em saber que a Bahia está abrindo as portas do nordeste para a gente. O foco desta edição está na diversidade, na pluralidade”, comenta Lella. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota e os detalhes da programação.

A divulgação da pesquisa inédita Panorama do Consumo de Livros no Brasil, da Nielsen em parceria com a Câmara Brasileira do Livro, foi um dos assuntos da semana. De acordo com os dados, o preço do livro é o fator que mais desmotiva novas compras. Esse dado independe da classe social: pessoas com maior poder aquisitivo consideram o livro caro da mesma forma que pessoas com menor poder aquisitivo. O segundo fator para a dificuldade de compra seria a falta de uma livraria próxima. E, ainda, que 84% da população adulta no Brasil não comprou livros no último ano. O estudo buscou identificar o perfil e hábitos dos compradores de livros no Brasil e ouviu 16 mil pessoas com 18 anos ou mais, entre os dias 23 e 31 de outubro de 2023. A Folha de S. Paulo teve acesso a um manuscrito inédito de Getúlio Vargas. O jornal também falou sobre o 'hipnotizante' livro É a Ales (Companhia das Letras), romance mais recente do vencedor do Nobel de Literatura Jon Fosse. O Globo falou sobre como se inscrever para o Prêmio Literário José Saramago, concurso que publica obras inéditas. O Estadão divulgou uma lista com 10 livros de autores que escrevem sobre a morte e o luto. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A editora Manole está à procura de um executivo de vendas com formação superior em áreas relacionadas à Comunicação, Marketing, Administração ou áreas da Saúde. A editora pede também experiência comprovada em vendas B2B no setor de serviços para a área da saúde ou em captação de patrocínios para eventos; familiaridade com a indústria farmacêutica e suas dinâmicas de mercado; conhecimento básico de plataformas digitais, e familiaridade com as tendências tecnológicas na produção de conteúdo online. Prospectar ativamente clientes do mercado farma/saúde; realizar captação de patrocínios para eventos; compreender as necessidades específicas dos clientes e apresentar soluções personalizadas; demonstrar o portfólio de serviços e conduzir negociações comerciais; analisar o mercado para identificar tendências e oportunidades de expansão; e monitorar o sucesso pós-venda estão entre as principais atribuições do cargo. Interessados devem enviar e-mail com currículos para rh@manole.com.br com assunto "Vaga vendas farma".

A Globo Livros abriu uma vaga de estágio para o editorial. Para se candidatar é preciso cursar Letras ou Produção Editorial a partir do 3º período; ter conhecimento do inglês em nível intermediário / avançado; domínio de gramática, ortografia e de diferentes registros linguísticos; e ser usuário do Pacote Office. As principais atividades da vaga incluem revisão textual; conferência de emendas; pagamentos aos editores; rotinas burocráticas; e auxílio em todas as etapas do processo editorial. Os benefícios incluem bolsa auxílio, vale transporte, vale refeição e seguro de vida. Interessados devem enviar currículos para dayane.vilella@infoglobo.com.br até 13 de dezembro.

A editora Morro Branco abriu uma vaga para o cargo de analista de comunicação sênior. Para a posição, é preciso ter formação superior em Marketing ou áreas correlatas e inglês avançado. As funções do cargo se resumem à prática e conhecimento em plano de comunicação e produção de conteúdo. A vaga é PJ e interessados devem encaminhar currículos para contato@editoramorrobranco.com.br.

O lançamento de um novo vídeo vai marcar o evento "Hora de Clarice" em 2023. Criado em 2011 pelo IMS, "Hora de Clarice" nasceu com proposta de fazer com que o dia 10 de dezembro, data de nascimento da autora, seja comemorado e faça parte do calendário cultural do Brasil e de outros países. O Rio de Clarice Lispector tem direção de Eucanaã Ferrraz, roteiro de Bruno Cosentino e edição de Laura Liuzzi – que vêm regularmente produzindo material audiovisual para o site dedicado à escritora mantido pelo Instituto Moreira Salles. O vídeo O Rio de Clarice Lispector será lançado no domingo (10/12), em um bate-papo com Eucanaã Ferraz, Teresa Montero, Laura Liuzzi e Flavia Trocoli. O evento será na Livraria da Travessa do Shopping Leblon (Av. Afrânio de Melo Franco, 290 – Rio de Janeiro / RJ), às 17h. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Em vida, Bukowski publicou milhares de poemas em mais de trinta coletâneas. Arder na água, afundar no fogo (HarperCollins, 240 pp, R$ 69,90 – Trad.: Alexandre Bruno Tinelli) reúne quatro livros que contêm os poemas escritos entre 1955 e 1973: “Meu coração em outras mãos”, “Crucifixo na mão de uma caveira”, “Rua do Terror esquina com Via da Agonia”, e o que dá título ao livro. Preenchido pela essência do autor em cada verso, a obra passeia por tópicos pelos quais é conhecido e oferece uma visão prematura daquilo que Bukowski se tornaria para a literatura e a cultura a nível global. Com prefácio de Angélica Freitas, Arder na água, afundar no fogo é uma das mais reverenciadas obras de poesia do último maldito da literatura. Charles Bukowski nasceu em 1920 em Andernach, na Alemanha, mas viveu nos Estados Unidos desde os dois anos de idade. Filho de um soldado norte-americano e uma alemã, ele viveu pelas ruas de Los Angeles por cinquenta anos. Em vida, Bukowski publicou mais de 45 livros de prosa e poesia que foram responsáveis por consagrá-lo como um dos autores contemporâneos mais relevantes da literatura americana. Morreu em 1994, em San Pedro, na Califórnia.

Gosta de poesia? Ponti Pontedura é atento ao ritmo, é aquele que deixa no ar o poema com voz trêmula. Repleto de sinestesia e correndo com intimidade para dentro da possibilidade do poema, o autor não economiza nas múltiplas metáforas do corpo. Corpo tal que pode ser lido como corpo do texto ou corpo da pequena dançarina que escapa das mãos, e que é coisa cadente, / estrela abandonada. Um corpo que anseia acolher o mundo dotado de um dicionário singelo. Os versos anunciam o desejo generoso do poeta de salvar a humanidade como em um ato lírico. Ainda que o blues de uma fina melancolia possa acometê-lo, há uma insistência no movimento das palavras: iguarias gostosas da língua portuguesa. Nessa ondulação poética entre o grandioso e o ínfimo, em Palavras azuis acordam a madrugada (7Letras, 108 pp, R$ 54) “o poema renasce na rua e rompe o tédio ruminante” e suplica: “Vem, escreve uma palavra e tua alma será salva”. Os pontos finais não findam a inquietude de quem crê na salvação por meio da poesia. A interrogação fundamental persiste no corpo do leitor: Ora, poeta, o que você sabe sobre isso?

Em Violado (Patuá, 88 pp, R$ 50), novo livro do escritor e jornalista piauiense Hermes Coêlho, o autor percorre, em um rito de passagem, temas como traumas de infância, cenas poético-amorosas contemporâneas e um latente desejo homoerótico. Dividido em seis partes, Violado começa com o bloco “inescapável”, em que o autor quase revela os motivos pelos quais voltou a escrever. Ao receber da vida esta missão, resolveu dividir-se novamente e trazer à tona seu lado poeta. Através de versos curtos, mas minuciosamente escolhidos e milimetricamente versados, Hermes reinventa, em sua segunda obra, traços que surgiram 20 anos atrás em seu primeiro livro, Nu, de 2002, publicado pela Fundação Cultural Monsenhor Chaves. Um destaque de Violado é a carga homoerótica dos poemas que escapa por entre as frestas dos versos curtos e que saltam ao leitor como revelações, como pequenas epifanias de um desejo que parece ter sido ocultado diversas vezes. Por meio de uma linguagem simples, na maioria das vezes prosaica, o escritor tem também a coragem de não parecer antiquado: quando quer, faz uso das rimas ou encurta os poemas que quase soam como haikais desconstruídos. O livro tem prefácio assinado pelo escritor Adriano Lobão Aragão e orelha escrita pelo também escritor Maurício Melo Júnior.

Ar aberto (Nós, 88 pp, R$ 60) é um livro para ser lido a plenos pulmões, ainda que aos sussurros. Dureza de pedra e esperteza de vento, os versos da autora mineira Mariana Paz vêm com força pulmonar, de suspiro fundo, como se expelissem, a cada lufada, o que há de venoso das palavras – e, na inspiração, limpam o ar, filtram, e expulsam o ruim. A poesia se faz pulmão. Poemas-quase-haicais, pregam no tempo a matéria da palavra, mas, visto tão de perto, o movimento é dança. Fotografias ligeiras, haicais equilibrados entre o aéreo da metafísica e o concreto do concretismo. A poesia se faz corpo. De um poema a outro, Mariana joga pedra-papel-tesoura, num jogo de pulso e palma da mão. Se a mão descansa “sobre qualquer resto/ qualquer beira”, se a lua pode ser “pesada como uma mão sobre o papel”, na alegria viva no inseto, “os casulos tecem-se à revelia das mãos”. A poesia se faz gesto, se faz chama.