Autores e autoras usaram seus espaços na programação da Bienal do Livro Rio para registrar o fato de que esta quinta-feira foi, afinal, um 7 de setembro. Este Dia da Independência se difere dos últimos justamente por ter passado praticamente em branco, na contra-mão dos ataques à democracia, ameaças de golpe e idealização de padrões militares que vinham ocorrendo nos últimos por parte da gestão anterior do governo federal e seus seguidores. “Hoje é 7 de setembro e não vou ser ameaçada por um golpe. Não preciso ficar entendendo mensagens de ódio. Vou conversar sobre livros e Amazônia com pessoas que respeito. Estou muito feliz”, desabafou a jornalista e escritora Miriam Leitão, autora do novo Amazônia na encruzilhada: o poder da destruição e o tempo das possibilidades (Intrínseca). Ela participou de uma mesa com Eliane Brum e Márcia Kambeba, mediada pela também jornalista Cristina Serra. Intitulada “Amazônia Agora e Sempre”, a mesa fez parte de uma proposição da curadoria da Bienal de discutir um “redescobrimento” do Brasil, e “mobilizar o público sobre o que amamos (ou não) no país, 'refundando' um lugar de escuta, empatia, propósito e transformação”. Laurentino Gomes, Ailton Krenak e Ynaê Lopes dos Santos são outros autores que participaram das mesas ao longo do dia, sob a mesma égide. Clique no Leia Mais para ver como foi o feriado na Bienal.

O mercado editorial precisa se atentar à discussão do Projeto de Lei 2.338/2023, o marco regulatório da inteligência artificial no Brasil, em pauta na comissão especial sobre o assunto no Senado. O alerta foi feito pelo advogado e diretor da Associação Brasileira de Direitos Reprográficos (ABDR), Dalton Morato, no último dia do Rio International Publishers Summit, promovido no contexto da Bienal do Livro Rio. O advogado comentou no encontro sobre a carta enviada, ainda em maio, a senadores envolvidos na discussão. A carta, assinada pelas principais entidades do livro (SNEL, CBL, IPA, ABDR e Abrelivros), manifesta preocupação com o artigo 42 do projeto de Lei. De acordo com o texto, o PL – apresentado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e elaborado pela Comissão de Juristas da casa – pretende estabelecer “normas gerais de caráter nacional para o desenvolvimento, implementação e uso responsável de sistemas de inteligência artificial (IA) no Brasil, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais e garantir a implementação de sistemas seguros e confiáveis, em benefício da pessoa humana, do regime democrático e do desenvolvimento científico e tecnológico”. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Na tarde desta quarta (6), durante a programação do Rio International Publishers Summit, o PublishNews anunciou o vencedor do Prêmio Especial do Jovens Talentos, que em parceria com a MVB Brasil, reconhece profissionais com menos de 35 anos que se destacaram na indústria editorial. Raissa Boniolo, criadora e coordenadora do Centro de Dados e Estratégia do Grupo Companhia das Letras foi a escolhida desta sétima edição do Prêmio pelo júri composto por Marifé Boix-Garcia (Feira de Frnkfurt), Dante Cid (presidente do SNEL), Fernanda Garcia (diretora executiva da CBL), Lu Magalhães (PublishNews) e Ricardo Costa (CEO da MVB Brasil). Ela viajará para Frankfurt com as despesas de passagem e hospedagem custeadas pela organização do prêmio. Graduada em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda pela Faculdade Cásper Líbero (2021) e especialista em estudos de Cultura Material & Consumo pela ECA-USP (2023), Raissa criou o Centro de Dados e Estratégia do Grupo Companhia das Letras, sendo responsável pelas áreas de CRM, Mídias Digitais, Inteligência de Mercado e SEO. Ao longo de dois anos, ela desenvolveu metodologias para identificar oportunidades de títulos de acordo com sazonalidades, aplicando pesquisas quantitativas que geraram valiosos insights sobre o comportamento do público, especialmente nas redes sociais. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

A Storytel, serviço de streaming de audiolivros, contratou Ana Julia “AJ” Ghirello como nova Gerente Geral de Mercados em Expansão e Vice-Presidente de Parcerias Globais. Ana Julia vai liderar o crescimento da Storytel em mercados emergentes como América Latina, Oriente Médio e APEC, assim como o crescimento global da Storytel com parcerias estratégicas para todos os mercados. Em seu mais recente cargo, ela atuou como Vice-Presidente de Parcerias na HBO Max LatAm. Ana Julia tem mais de 15 anos de experiência em serviços por assinatura e mercados digitais. Ela ocupou várias posições de liderança nos setores de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações. Antes de ingressar na HBO Max, ela liderou o negócio D2C (Direto ao Consumidor) e over-the-top (OTT) da rede brasileira Telecine. Outra empresa de tecnologia e editorial também anunciou recentemente uma nova contratação, a Bookwire. A partir de 1º de outubro de 2023, Christian Lindemann assumirá o cargo de COO e Diretor Executivo. Na sua função de COO, Christian Lindemann se concentrará na gestão dos aspectos operacionais do negócio e na otimização contínua dos processos e serviços. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Secretaria de de Educação do governo Tarcísio tem vivido uma crise interna, com diversos recuos nos anúncios da Educação. O Uol publicou o mais recente deles que aconteceu essa semana, quando o governador voltou atrás na resolução de que alunos que faltassem 15 dias seguidos sem justificativa seriam excluídos do sistema estadual. O Estado publicou no Diário Oficial na quarta (06), novas ações para a busca ativa a partir do terceiro dia de ausência. O Estadão apurou a queda do coordenador pedagógico da Educação de São Paulo, Renato Dias, considerado 'nº 2' de Feder. Em uma matéria do Globo, 26 organizações internacionais, inclusive a brasileira ANJ (Associação Nacional de Jornais) da qual fazem parte jornais como O Estado de S. Paulo, Globo, Valor Econômico— se uniram na iniciativa "Princípios Globais para a Inteligência Artificial". A Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro divulgou que a campanha "Ler tá no sangue" arrecadou 730 bolsas de sangue e apontou um aumento de 21% nas doações, em comparação com o mesmo período no ano passado. No Dia da Alfabetização (08), o portal de notícias R7 fala sobre como o prazer pela leitura pode ser usado como ferramenta contra a desigualdade. Na BBC, uma reportagem sobre como Paulo Freire virou pivô de disputa com queima de livros didáticos no México. No caderno Pensar, do Estado de Minas, a história da Livraria e Sebo Horizonte, que vende livros R$ 5 a conjuntos de pergaminhos de R$ 25 mil. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Matrix Editora, conhecida por suas obras de não ficção, estreia o seu selo infantojuvenil, Trix. A primeira obra da nova marca será Florisbelo, o dragão, da escritora, diretora e roteirista de desenhos animados Mariana Caltabiano, e que chega ao mercado este mês. Com ilustrações de Eduardo Jardim, o livro mostra que não há vergonha em ser diferente e convida os pequenos leitores para uma jornada repleta de encantamento e grandes lições. Para cuidar do selo, a Matrix contratou a editora Cristina Yamazaki, responsável pela coordenação editorial. A especialista vem selecionando publicações, autores e ilustradores no mercado para encorpar o catálogo. “A Trix chega para reafirmar nosso compromisso com as crianças, com a formação de novos leitores e com a educação”, afirma Paulo Tadeu, proprietário da Matrix Editora. Fundada em 1999, a Matrix tem quase mil títulos publicados e lança oito novos livros todos os meses. É especializada em títulos de não ficção, como biografias e livros-reportagem, além de obras de negócios e motivacionais. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

No dia 1º de setembro de 2023 uma nova editora iniciou as suas operações no mercado editorial brasileiro: a Editora Nauta. Idealizada pelo escritor e tradutor Marcelo Nunes, a Nauta, com sede em São Paulo, tem como foco a literatura brasileira contemporânea, com o compromisso de descobrir talentos. As obras são vendidas exclusivamente em seu site. A editora estreia no mercado com o lançamento de dois livros: Lágrima sobre a Pastoral e Imago. Escrito por Rafael Azevedo, Lágrima sobre a Pastoral fala sobre dois irmãos em conflito e uma família decadente de fazendeiros no interior da floresta. Neste movimento de vozes, Azevedo constrói uma saga familiar com maestria, em um romance lírico e impressionista. Já Imago, obra de poesia de Fernanda Spinelli, é feita à imagem e semelhança de palavras que se não são raras, lhe são caras: amor e morte. Uma poesia filiada à tradição. Ecos de Al Berto, brincadeiras de Bandeira ("demissionária de atribuições românticas"). Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A escritora Nara Vidal e a jornalista Fernanda Ávila acabam de lançar o projeto Sala de Escrita, que tem como objetivo explorar as mais criativas possibilidades da língua portuguesa. A Sala nasce em três países: Brasil, Portugal e Inglaterra, e contará ainda com professores de outras localidades como Angola e Moçambique. Aulas, cursos, imersões, leituras guiadas e eventos ligados à literatura farão parte do projeto internacional, que já tem programação a partir deste mês. A pluralidade da língua portuguesa, oficial em dez países e falada por milhões de pessoas pelo mundo, será representada nas atividades da Sala de Escrita. “Nossos encontros serão online, geograficamente generosos e amplos, mas também presenciais. Nossos pés estão em Portugal, na Inglaterra e no Brasil”, explica Nara. Faz parte da essência do projeto democratizar a escrita criativa, proporcionando diferentes encontros com temáticas variadas, em formatos diversos, para qualquer pessoa interessada na escrita como ferramenta, seja para desenvolvimento pessoal ou profissional. O segundo curso da Sala de Escrita já está com inscrições abertas. A portuguesa Sara Carinhas ministra Partir de, workshop que utiliza ferramentas do improviso, autoreferencialidade, transformação e fantasia para resultar me liberdade e movimento na escrita. Os encontros ocorrem nos dias 11, 12, 13 e 14 de setembro. Clique no Leia mais para conhecer os detalhes do projeto e ter informações sobre os próximos encontros.

Após 10 anos sem participar da Bienal do Livro Rio, a Pallas Editora está de volta, no stand P 17 do Pavilhão Verde, no Riocentro. A editora divide o espaço com a Jandaíra, com autores coincidentes e de peso, como Conceição Evaristo, Lázaro Ramos e Eliana Alves Cruz, e assuntos afins. "Coisa boa é abrir as comemorações pelo meio século da Pallas, em 2024, participando agora do maior evento literário do país, que completa 40 anos", diz a editora Cristina Fernandes Warth. A Pallas veio para a Bienal com 14 autores e ilustradores e cerca de 300 títulos combativos, para todas as idades. A maioria tem visitado o stand para autografar livros e dar um abraço na equipe da editora, que ainda preserva o jeito antigo e caloroso na recepção de leitores e escritores. Além dos supracitados Conceição, Eliana e Lázaro, a Pallas emplacou na programação oficial da 21ª edição do evento literário diversos outros nomes: Cidinha da Silva, Marcelo Moutinho, Luana Génot, Ondjaki, Janaína Tokitaka, Renato Noguera, Ynaê Lopes dos Santos, Rogério Athayde, Clara Zúñiga, Kiusam de Oliveira e Sonia Rosa. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Bienal de Quadrinhos de Curitiba volta ao presencial entre os dias 7 e 10 de setembro, no Museu Municipal de Arte (MuMA) (Avenida República Argentina 3432 – Curitiba / PR), com mais de 40 convidados e homenagem à Lilian Mitsunaga, artista responsável pelo letreiramento das edições brasileiras dos quadrinhos da Disney e criadora de fontes para edições brasileiras de obras de Will Eisner e Craig Thompson, que estará presente segundo a organização do evento. A entrada é gratuita. O tema da vez é “Resistências, existências: quadrinhos e corpos plurais”. A curadoria é formada só por mulheres: Mitie Taketani, proprietária da Itiban Comic Shop; Maria Clara Carneiro, pesquisadora, tradutora de quadrinhos e professora do departamento de Letras Estrangeiras Modernas da UFSM; e Dandara Palankof, tradutora, editora no estúdio de produção editorial de super-heróis da Mythos Editora e coeditora da Revista Plaf, especializada em quadrinhos. Entre os artistas convidados e convidadas, já confirmaram presença Ilustralu, Marcelo D’Salete, Marília Marz, Ramon Vitral, Carol Ito, e Tai Silva. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) vai lançar nesta sexta-feira (8), na Bienal do Livro Rio, a obra Entre laços – A história de 7 vidas conectadas pela literatura. O livro representa o resultado final da primeira edição da Academia Editorial Júnior (AEJ) e apresenta uma compilação de textos produzidos pelos jovens acadêmicos. O evento de lançamento está marcado para às 14h, no estande do SNEL na Bienal. A AEJ é um projeto SNEL que visa capacitar novos talentos para trabalhar no mercado editorial brasileiro. A ação tem como objetivo engajar jovens, unindo a questão social a um maior interesse pelo ofício editorial. A primeira edição do projeto contou com a participação de profissionais do mercado, que concederam palestras exclusivas sobre as mais diversas etapas do processo de produção do livro. Desde o mês de maio, os jovens passam por um treinamento que termina nesta edição comemorativa de 40 anos da Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro. O conteúdo das aulas abordou diversos assuntos, como redação, criação, design, diagramação, revisão, produção de conteúdo para redes sociais, marketing digital, entre outros. A AEJ conta com parceiros que patrocinam a primeira edição do projeto: GL Events Exhibitions, HarperCollins Brasil, Grupo GEN, Moderna, Record, Rocco e Sextante. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Como encarar as incertezas e as angústias diante do fim? Às voltas com a doença terminal da mãe e sua rotina de hospitais, exames e silêncios, ao protagonista de Antes do silêncio (Dublinense, 160 pp, R$ 59,90) só resta ser pragmático enquanto tenta encontrar alguma graça (e ironia) no cotidiano. A vivência de dores tão íntimas quanto universais, pouco a pouco, vai revelando o mais banal dos segredos: a vida sempre insiste em continuar — seja na redisposição dos móveis da casa adaptada, no flerte vacilante com a vizinha ou na insólita convivência com um sobrevivente do Holocausto obstinado em ler sempre o mesmo livro. Antes do silêncio é o livro inédito de Rogério Pereira, fundador do jornal Rascunho. Junto com a obra inédita, a Dublinense lança também nova edição de Na escuridão, amanhã, cuja publicação original da Cosac Naify, finalista do Prêmio São Paulo de Literatura, completa 10 anos em 2023.

Ao narrar os últimos cinco dias de seu pai em O garoto do meu pai (Autêntica Contemporânea, 136 pp, R$ 54,90 – Trad.: Adriana Lisboa), levado por um câncer, a autora Emmanuelle Lambert justapõe memórias íntimas e coletivas, que tanto problematizam quanto conferem sentido umas às outras. A aventura da vida de uma família em seu contexto social e político e as anedotas mais íntimas, dolorosas e afetuosamente irônicas se conjugam para a composição de um texto quase inclassificável, belo, comovente, cheio de verve. Lambert escolhe a terceira margem, da qual não estão ausentes o profundo sentimento (do contrário, por que narrar esta história?) nem a quase banal atestação de que, no fim das contas, o chavão nunca deixou de estar correto: acompanhar a morte pode ser, também, nos casos mais afortunados, celebrar quem se vai e quem, ao permanecer, ao ultrapassar seus mortos no tempo, de certo modo lhes confere sobrevida. Desse modo, a autora – ela era ‘o garoto do seu pai’, que só teve filhas – presta homenagem não só a um ente querido, mas à própria arte de narrar: outra grande aventura, da ordem da morte, da ordem da vida.

Durante a cobertura do incêndio em uma boate em Auckland, na Nova Zelândia, uma mulher aparece caminhando entre a fumaça e os escombros. Em Quando acreditávamos em sereias (Principis, 416 pp, R$ 69,90 – Trad.: Gabriela Peres Gomes), a personagem Kit Bianci acreditava que sua irmã mais velha Josie havia morrido fazia 15 anos, entretanto ao assistir à cobertura televisiva do incêndio reconhece a irmã. Depois de chegar à Nova Zelândia, Kit começa sua jornada acompanhada de memórias do passado: os dias vividos na praia com Josie o adolescente perdido que fez parte de sua família e o trauma que assombrou as duas irmãs por toda a vida. Agora, se as duas irmãs se reencontrarem, segredos podem ser revelados e talvez seja preciso encarar a devastadora verdade que as separou por tanto tempo. A autora Barbara O'Neal é norte-americana, e possui mais de dez romances premiados e best-sellers.

De cunho existencialista, o romance de estreia de Ernesto Sabato, um dos mestres da literatura argentina e ganhador do prêmio Cervantes, é narrado um por assassino confesso. Pode-se que dizer que O túnel (Carambaia, 160 pp, R$ 89,90 - Trad.: Sergio Molina) é um romance policial pelo avesso. O crime e seu autor são revelados na primeira frase do livro pelo protagonista e assassino, o pintor Juan Pablo Castel. Segue-se um relato angustiado das circunstâncias e engrenagens íntimas que o levaram a matar a mulher pela qual se apaixonou, María Iribarne. Não há detetives, mas uma autoinvestigação que tangencia a loucura, embora recoberta por uma racionalidade aparentemente rigorosa. A Castel falta habilidade para se comunicar e sobram niilismo e repulsa pela humanidade. Sua insatisfação o leva a desejar reter a presença e a atenção de María, o que se revela impossível. A relação entre os dois se alterna entre momentos de ternura e muitas situações de atrito. Com fortes tintas existencialistas, o romance chamou a atenção de Thomas Mann e Albert Camus. Como os anti-heróis de Sartre e do próprio Camus, o protagonista de é um “eu” em processo de desintegração, preso num túnel que não consegue romper.