A Editora Melhoramentos anunciou a saída de Fernanda Saboya do cargo de diretora-geral da editora. Sua saída acontece após um ciclo de dois anos nos quais esteve à frente do reposicionamento da marca, ampliação das linhas editoriais e reestruturação interna. Ela, que foi gerente de Investimentos em Marketing Direto da Coca-Cola, retorna para o mercado de varejo e bebidas. A Melhoramentos anunciará em breve o profissional que assumirá a posição de Fernanda e dará sequência ao processo de expansão da companhia. Mudança também na Editora DCL - Difusão Cultural do Livro. Marcus Vinicius Barili Alves – que ao sair da Melhoramentos em 2020 foi substituído por Saboya – é agora o novo responsável pelo Comercial, Marketing e Logística da empresa fundada há 56 anos por Raul Maia. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

A International Publishers Association (IPA) anunciou detalhes do 33º Congresso Internacional de Editores, que terá dois dias de painéis de discussão e um jantar de gala com cerimônia de entrega dos prêmios IPA Voltaire 2022. O evento será realizado em Jacarta, Indonésia, de 10 a 12 de novembro, sob o tema “A leitura importa: abraçando o futuro". Pela primeira vez, o congresso será gratuito, com a oferta de pacotes de alojamento a preços competitivos. O programa inclui palestras do diretor-geral da Organização Mundial de Propriedade Intelectual, Daren Tang, e o premiado autor japonês Natsuo Kirino. “Estamos muito empolgados em revelar o grande line-up que temos para este congresso", diz a vice-presidente da IPA, a brasileira Karine Pansa, também presidente do comitê de programação do congresso. "Combinando inscrição gratuita e pacotes de acomodação de grande valor, nós realmente queremos trazer e reunir mais uma vez, pessoalmente, nossa comunidade editorial global." Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A Sharjah Book Authority (SBA) anunciou a abertura das inscrições para a 41ª edição do Sharjah International Book Fair (SIBF) Awards. Até o dia 1º de setembro, editores internacionais podem se inscrever no Prêmio Turjuman de Tradução; no Melhor Livro Internacional – Ficção e Não Ficção; e no Prêmio de reconhecimento à editora. O Prêmio Turjuman de Tradução contempla a promoção de obras literárias árabes para outros países, incentivando tradutores e editores internacionais a traduzir publicações intelectuais, culturais e criativas baseadas ou inspiradas em civilizações árabes e muçulmanas. Na última edição da feita, a editora Tabla ganhou o prêmio e levou para casa AED 1,4 milhão (cerca de R$ 2 milhões). Todos os títulos submetidos devem ter sido publicados nos últimos dois anos, desde que não sejam edições revisadas. No Melhor Livro Internacional de Ficção e Não Ficção, o vencedor leva AED 50 mil cada. Já no Prêmio de reconhecimento à editora, as empresas internacionais só podem se inscrever na subcategoria Melhor Editora Internacional. As inscrições podem ser feitas no site da feira. A 41ª Feira Internacional do Livro de Sharjah está marcada para 02 a 13 de novembro.

A Global Editora está com uma vaga aberta para analista de direitos autorais. É necessário conhecimentos em triagem e conferência do material enviado pela editoria (didática e paradidática); em licenciamento de textos, imagens e músicas (Mercado Privado e PNLD); e conhecimento geral do pacote Office. Para o cargo, também é desejável conhecimento em assuntos jurídicos que envolvem o Direito Autoral, trâmites de ISBN e Ficha catalográfica. A pessoa contratada fará o controle para que os conteúdos sejam utilizados em conformidade com a Lei (Compliance); cuidará da negociação com autores; fará cadastro de autores; e planejamento orçamentário. Interessados devem encaminhar currículos para recrutamento@globaleditora.com.br até 10 de julho.

Um dos eventos mais importantes do mercado editorial e livreiro, a Bienal Internacional do Livro de São Paulo está prestes a iniciar a sua 26ª edição. O evento começa no dia 02 de julho, no Expo Center Norte, e até o dia 10 espera receber 600 mil visitantes. Além dos livros e da massiva participação das editoras, o que faz da Bienal um evento tão relevante é a programação cultural. Com mais de 300 autores confirmados, a Bienal de São Paulo terá, mais uma vez, nove espaços dedicados a diferentes assuntos. Nesse episódio, o Podcast do PublishNews conversou com a curadora Diana Passy, responsável pela Arena Cultural Pólen e Salão de Ideias. Diana já acumula uma grande experiência no mercado editorial. Prêmio Jovem Talento do PN em 2018, ela já foi a criadora da Flipop – festival dedicado ao publico Jovem Adulto –, além de já ter feito a curadoria da Bienal Virtual em 2020. Agora ela conta como é montar este quebra-cabeça de mais de 80 mesas e diversas pessoas envolvidas, a logística de trazer tantos convidados, da relação com as editoras e da busca por autores que representem todos os públicos. Para completar, contamos também com a participação de outros curadores: Elisabete da Cruz, Leonardo Neto e André Dias. Clique no Leia Mais para conferir a íntegra desta nota e ouvir o programa.

Entre as notícias sobre livros publicadas no fim de semana, Thalita Rebouças, vendedora de 2,3 milhões de exemplares, é entrevistada pela Folha. Elalançará na Bienal de São Paulo Confissões de um garoto talentoso, purpurinado e (intimamente) discriminado (Arqueiro). Lulu Santos escreve o prefácio da história de um jovem de 19 anos que faz um curso de maquiagem e cria um programa de entrevistas que apresenta montado como drag queen. Thalita também fala que os oito volumes de sua série de maior sucesso, Fala sério (Rocco), serão relançados em versões politicamente corretas, e que terá dez adaptações de suas obras para streaming e cinema. O Globo traz entrevista com Laurentino Gomes, que lança o último volume de sua trilogia sobre a história da escravidão, pela Globo Livros. Ele afirma ter certeza de que os negros brasileiros foram e continuam sendo vítimas de um processo sistêmico de genocídio. O Valor publica crítica de José Castello para Beatriz e o poeta (Todavia), novo romance de Cristóvão Tezza, um dos mais premiados escritores brasileiros. Ele retorna com uma história de sedução entre uma mulher madura e um jovem. O enredo se passa durante a pandemia. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A escritora americana Jenna Evans Welch estará no Brasil para encontrar seus fãs no domingo (10), último dia da Bienal Internacional do Livro de São Paulo. A data de sua visita não poderia ser mais conveniente. Estreou na semana passada, na Netflix, a adaptação para as telas de seu best-seller Amor e gelato, o que deve levar muita gente a ir atrás desse livro lançado originalmente em 2017. Jenna publicou três romances, editados no Brasil pela Intrínseca. Depois da estreia com Amor e gelato, vieram Amor e sorte e Amor e azeitonas. Em comum, além de muito amor, os livros mostram seus protagonistas em lugares de dar inveja ao leitor. No primeiro livro, as sorveterias da Itália e a beleza natural da Toscana. No segundo, estradas bucólicas na Irlanda, E, no mais recente, o litoral grego. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Hoje é o último de inscrições para acompanhar a participação do escritor Paulo Lins nesta terça (28), às 19h, na série de encontros virtuais “Morfologia da prosa contemporânea”, realizada pela Casa das Rosas. Com curadoria de Cidinha da Silva, autora premiada que escreveu obras como Um exu em Nova York e O mar de Manu, o projeto tem como objetivo reunir autores de prosa da atualidade para dividir referências de escrita e processos criativos. As inscrições para as conversas podem ser feitas aqui. O carioca Paulo Lins estreou da literatura com Sobre o Sol, em 1986. Depois escreveu dois livros consagrados: Cidade de Deus (1997), popularizado na versão cinematográfica de Fernando Meirelles e Kátia Lund, e Desde que o samba é samba (2012), que mistura ficção e história para contar a invenção do samba moderno na década de 1920. Na terça-feira da semana que vem, 05 de julho, a própria Cidinha da Silva encerra essa fase do projeto, conversando com leitores. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A obra de Mário de Andrade é atravessada por uma profunda inquietação em torno do sexo. Poucos sabem, por exemplo, que o livro Macunaíma teve uma passagem censurada que vigora até hoje. Pulsante e permanente, essa inquietação se traduz tanto na exploração do domínio erótico, de notável amplitude, quanto na incessante busca formal que o tema lhe impõe sem descanso. Na tentativa de reconhecer a silhueta de Eros nas tantas faces que o próprio escritor se atribuiu, sua produção literária se vale dos mais diversos recursos formais para dar conta de uma dimensão que parece continuamente escapar. Daí que o sexo venha a ser alçado ao patamar das suas grandes interrogações, onde se oferece na obscura qualidade de incógnita. Foi a partir dessas constatações que Eliane Robert Moraes concebeu a Seleta erótica de Mário de Andrade (Ubu, 320 pp, R$ 99), desdobrando-as em diversas perguntas pontuais, sem perder o foco na sexualidade. Fruto de uma visitação intensiva aos escritos do autor, o trabalho de seleção buscou contemplar tanto a variedade de gêneros por ele praticada quanto as diversas fases de sua obra, sem negligenciar aspectos biográficos ou editorais. Embora o volume tenha privilegiado os títulos mais representativos em termos de erotismo, com particular atenção aos textos canônicos, considerou-se pertinente apresentar exemplos da “obra imatura”, ainda pouco conhecida, além de amostras da grande massa de manuscritos ainda não publicada.

No consultório de um certo dr. Seligman, em Londres, uma jovem realiza um procedimento sobre o qual temos apenas pistas. A paciente está de pernas para o alto enquanto narra em detalhes sua vida e seus desejos, em especial as lutas que trava com a própria identidade sexual, de gênero e nacionalidade. Nascida e criada na Alemanha, ela vive na Inglaterra há vários anos, determinada a libertar-se de suas origens familiares e do fardo de pertencer a uma pátria assombrada pelas atrocidades cometidas na guerra. A morte recente do avô e uma herança inesperada, entretanto, deixam claro que não se pode fugir facilmente à própria vergonha, seja ela física, familiar, histórica, pátria, ou todas as opções anteriores. Ou será que pode? Com a ajuda do dr. Seligman, é o que procura descobrir a narradora. Num monólogo que retoma a melhor tradição do romance neurótico, a personagem conduz o leitor por uma jornada verborrágica que vai de mães controladoras e fantasias sexuais com Hitler até as propriedades medicinais da cauda do esquilo, passando pela inusitada ideia de que as mudanças anatômicas podem servir de reparação histórica. A consulta (Fósforo, 104 pp, R$ 54,90 – Trad.: Angélica Freitas), de Katharina Volckmer, é uma estreia literária audaciosa, que desafia nossas noções do que é fluido e do que é imutável, provocando a pensar sobre as formas de fazer as pazes com os outros e com nós mesmos no século 21.

Publicado em 1958, este é o segundo de seis livros sobre Ferrara, cidade italiana onde o autor viveu. Os óculos de ouro (Todavia, 112 pp, R$ 59,90 – Trad.: Maurício Santana Dias) fornece uma amostra concisa da arte do escritor Giorgio Bassani: é elegante, tem a pungência de uma elegia e profundo apego às especificidades de seu tempo. A novela conta a gradual marginalização, ao longo dos anos 1930, do médico Athos Fadigati, uma figura admirada. Quando seu pendor homossexual fica impossível de disfarçar, Fadigati cai em desgraça, num processo de dilaceração com paralelos evidentes com o destino da Itália entregue aos horrores do fascismo. O que singulariza a obra de Bassani é o contraste poderoso entre a delicadeza de seu olhar e a monstruosidade histórica que ele é capaz de revelar.

Narrado em terceira pessoa, O Moleque Ricardo (Global, 304 pp, R$ 59) aborda a adolescência do protagonista que leva o nome da obra, personagem também recorrente do Ciclo da Cana-de-Açúcar de José Lins do Rego. Anteriormente, Ricardo também aparece em Menino de Engenho (1932), Doidinho (1933), Banguê (1934) e Usina (1936) – sendo que ele é o centro da história do último, que explora sua vida adulta. Repleto de transições, tanto de forma econômica quanto social, O Moleque Ricardo tem uma narrativa imersiva e ambientação impecável, como de costume nos livros de José Lins do Rego. A jornada começa aos seus 16 anos, quando ele se sente seduzido pelo apito do trem para a capital. Sem conseguir evitar sua vontade de conhecer o mundo, o jovem muda-se para Recife e deixa sua vida no engenho de Santa Rosa – onde nasceu e cresceu. Regado por impetuosidade e experimentação, o menino tem um grande choque de realidade. Apesar de ser uma obra com forte regionalismo, a experiência do personagem com preconceito racial e sua vivência na miséria é retratada de forma certeira, explorando os nuances complexos de uma vivência extremamente comum para o povo brasileiro, naquela época e hoje. Como resultado, a jornada de Ricardo se transforma em um conto atemporal sobre o sentimento deslocador perpetuado pelo ato de crescer e amadurecer. Esta edição tem capa ilustrada por Mauricio Negro.