Na noite de segunda-feira (23), o British Book Awards concedeu o prêmio de Livro do Ano a Marcus Rashford e Carl Anka, com a obra infantil You are a champion. De volta a uma cerimônia presencial depois de duas premiações on-line por causa da pandemia de Covid-19, o prestigiado prêmio realizado pelo The Bookseller elegeu Marian Keyes como Autora do Ano e Dapo Adeola foi consagrado como Ilustrador do Ano. Todos os vencedores da noite ganham o Nibble, como é conhecida a estatueta do British Book Awards. Marcus Rashford é o idolatrado camisa 10 do time do Manchester United e também destaque da seleção inglesa de futebol. Durante o lockdown devido à pandemia do Covid-19, ele se uniu à instituição de caridade de distribuição de alimentos FareShare para cobrir o déficit de refeições escolares gratuitas para crianças vulneráveis em todo o Reino Unido, arrecadando mais de £ 20 milhões. Marcus pressionou com sucesso o governo para reverter a política em torno do programa de vale-alimentação gratuito, e conseguiu a liberação de £ 400 milhões para apoiar 1,7 milhão de crianças vulneráveis. Ele contou com ajuda do jornalista Carl Anka para escrever You are a champion, um guia de orientações para uma vida melhor endereçado aos leitores jovens. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A editora Record anunciou novidades no catálogo de Gabriel García Márquez (1927-2014). Acaba de ser lançado Diatribe de amor contra um homem sentado (96 pp, R$ 54,90), que traz a única peça de teatro escrita pelo colombiano ganhador do Nobel. Publicado originalmente em 1987, o livro estava inédito no Brasil. Para marcar os 40 anos do prêmio Nobel concedido a ele, a Record publica ainda este ano Duas solidões: um diálogo sobre o romance na América Latina, que transcreve uma conversa que ele e o peruano Mario Vargas Llosa, também ganhador do Nobel, tiveram em 1967. Outro lançamento, também em 2022, será Gabriel García Márquez: história de um deicídio, tese de doutorado de Vargas Llosa sobre a obra do amigo. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

O Grupo Livrarias Curitiba – maior rede de livrarias do Sul do Brasil – lançou o seu clube de assinatura. Intitulado de Hora do Conto em Casa, o projeto é direcionado para crianças de 4 a 7 anos e tem por objetivos formar o leitor do futuro, aproximar os pequenos do incrível universo lúdico que os livros oferecem, estimular brincadeiras e o aprendizado com os pais. “Nosso clube de assinatura é uma extensão das contações de histórias que realizamos nas lojas há mais de 20 anos”, explica a diretora de varejo da Livrarias Curitiba, Rute Pedri. Todos os meses os assinantes vão receber em suas casas uma caixa com um livro infantil, um item de papelaria ou brinquedo educativo e uma folha de atividades exclusiva com o tema da obra para desenhar e pintar. Para os adultos haverá um guia com orientações de como incentivar a leitura, sugestões de temas que podem ser explorados com o livro e dicas para se divertir com as crianças. A Hora do Conto em Casa oferece duas modalidades de participação e preço único. Tanto o box avulso sem período de adesão, quanto o plano anual de 12 meses – mas que pode ser cancelado a qualquer momento e sem multas – saem por R$ 79,90 cada, acrescido de frete. A segunda opção inclui o recebimento mensal. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

A Editora da Universidade de São Paulo (Edusp) decidiu publicar um catálogo de livros em formato eletrônico. A oferta aos leitores começa com 12 títulos ainda neste primeiro semestre. A iniciativa é justificada como mais uma ferramenta para manter o catálogo ativo, mesmo que as edições impressas fiquem esgotadas. A editora justifica que as escolhas dos primeiros títulos no novo formato seguiram critérios como aparecerem em listas de mais vendidos, terem recebido prêmios ou interessarem também a outros públicos além do universitário. Essa primeira leva tem três obras do geógrafo Milton Santos, um título fundamental do cientista político e historiador Boris Fausto e uma obra do antropólogo argentino Néstor García Canclini, entre outros. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

O Grupo Editorial Record abriu uma vaga para técnico de segurança do trabalho para atuar em São Cristóvão, Rio de Janeiro. É preciso ter curso técnico em segurança do trabalho ter conhecimento sobre e-fiscal; conhecimento em PGR e Agentes Nocivos para o eSocial; conhecimento da Legislação em Segurança do Trabalho e NRs; e de treinamentos obrigatórios de SMS. É desejável ter superior nas áreas de Engenharia de produção ou áreas afins e vivência no módulo SSO do RM TOTVS. As funções do cargo incluem elaboração e realização treinamentos, integração, DDS e campanhas de segurança; realizar a publicação de matéria, cartazes e avisos sobre segurança no trabalho, divulgar e desenvolver hábitos de prevenção de acidentes; abordagem aos funcionários a respeito da conscientização sobre uso e guarda e conservação dos epis e entre outras atividades; inspeção e avaliação de segurança no ambiente de trabalho; gerenciamento e análise de documentação de segurança; e realizar tratativas de Incidentes do Trabalho e investigação das causas. Interessados devem enviar currículos para rh@record.com.br colocando no assunto da vaga “Técnico de segurança do trabalho”.

Nesta quarta (25), às 19h, o Sesc Consolação (Rua Dr. Vila Nova, 245 - Vila Buarque, São Paulo / SP) realiza na sala Ômega (oitavo andar da unidade) uma conversa sobre o mercado editorial e como administrar uma livraria de rua em São Paulo. O encontro contará com as presenças de Marcos Benuthe (Ria Livraria), Fernanda Diamant (Megafauna), Cecília Arbolave (Banca Tatuí) e Johanna Stein (Gato Sem Rabo), com mediação do jornalista e editor Leonardo Neto. Nesse bate-papo, eles falarão sobre os desafios de cuidar de uma livraria, curadoria, a relação com os clientes e também sobre as partes boas de se trabalhar com os livros.

Depois de enfrentar graves episódios de violência política, Manuela d’Ávila, feminista e ex-deputada federal, decidiu buscar histórias similares às suas. Assim nasceu Sempre foi sobre nós (Rosa dos Tempos, 224 pp, R$ 39,90), livro que reúne relatos de mulheres com importante atuação na política brasileira e que sofreram violência durante a campanha eleitoral e o exercício do mandato. Figuras como Dilma Rousseff, Marina Silva e Tabata Amaral – que, à primeira vista, se distanciam ideologicamente – unem forças contra a violência política misógina que as conecta. As vivências apresentadas na obra são chocantes não apenas pela agressividade das disputas políticas, mas por sua motivação intrínseca: todas as autoras foram e são atacadas quase diariamente apenas por serem o que são, mulheres. As agressões relatadas vão desde notícias mentirosas e distorcidas da grande mídia, como as perpetradas contra Dilma e Jandira Feghali, aos e-mails anônimos com ameaças de morte e estupro recebidos por Duda Salabert e Talíria Petrone. Sempre foi sobre nós dá nome ao fenômeno violência política de gênero. É também um convite para que a política seja repensada e para que situações de opressão não sejam mais toleradas. A obra conta com textos de Anielle Franco, Áurea Carolina, Benedita da Silva, Bruna Rodrigues, Daiana Santos, Dilma Rousseff, Duda Salabert, Erika Hilton, Isa Penna, Jandira Feghali, Jô Moraes, Manuela d’Ávila, Maria do Rosário, Marina Silva, Marlise Matos, Sonia Guajajara, Tabata Amaral e Talíria Petrone.

Depois de 20 anos, os movimentos de emancipação parecem ter mudado de direção. Já não se perguntam como transformar o mundo para que ele seja melhor, mas dedicam-se a proteger as populações daquilo que as ameaça: desigualdades crescentes, invisibilidade social, miséria moral. As pessoas exibem seus sofrimentos, denunciam as ofensas, dão livre curso a seus afetos, como marcadores identitários que exprimem um desejo de visibilidade. Em contraponto, consolida-se uma outra maneira de submeter-se à mecânica identitária: o isolamento. Essa é a tese de Elisabeth Roudinesco em O Eu soberano (Zahar, 304 pp, R$ 89,90 – Trad.: Eliana Aguiar), livro em que a autora se pergunta: o que fez com que os engajamentos emancipadores de outrora, notadamente as lutas anticoloniais e feministas, se fechassem de tal forma sobre si mesmas? À luz de Freud e Lacan, das obras de Sartre, Simone de Beauvoir, Aimé Césaire, Fanon, Judith Butler, Foucault e Derrida, Roudinesco tece os fios que unem os debates acerca de identidade, gênero, raça, interseccionalidade, pós-colonialismo, nacionalismo, República, extremismo e religião, buscando identificar o significado das mudanças contemporâneas na relação com a alteridade.

As catástrofes ambientais causadas pela mineradora Vale S.A. nas cidades de Mariana e Brumadinho motivaram o sociólogo Thiago Aguiar a fazer uma ampla pesquisa conduzida em dois países com forte presença da empresa, Brasil e Canadá. Suas entrevistas com trabalhadores, dirigentes sindicais, gestores e ex-gestores da mineradora têm intenção de mostrar as relações de trabalho ao longo dos anos, a reestruturação das operações da Vale no Canadá, que levou à maior greve no setor privado daquele país em 30 anos, e as recentes transformações da empresa no Brasil. Esse perfil da mineradora e as consequências devastadoras para comunidades e meio ambiente estão no livro O solo movediço da globalização: trabalho e extração mineral na Vale S.A. (Boitempo, 272 pp, R$ 65). No prefácio, escrito pelo professor Ruy Braga, “o lado sombrio da globalização capitalista foi iluminado por essa obra politicamente radical e sociologicamente instigante”.

Um livro que procura apresentar uma comunidade ao leitor explorando os sonhos de seus habitantes. Essa é a proposta da autora Hanna Limulja em O desejo dos outros: uma etnografia dos sonhos yanomami (Ubu, 192 pp, R$ 59,90), que pode ser definido como uma porta de entrada ao mundo yanomami. Entre os indígenas dessa etnia, os sonhos não são desejos inconscientes da pessoa, como é a definição da psicanálise. Para eles, o sonho é a chance de habitar outros mundos, encontrar outros seres e mobilizar-se pelo desejo dos outros. Os sonhos adquirem funções práticas no dia a dia da comunidade. Por exemplo, sonhar com o inimigo indica uma atenção redobrada em torno da maloca. O que importa para a autora não é tanto a interpretação do sonho mas o que se pode e deve ser feito com ele. Todos sonham, mas os xamãs são aqueles que dominam os sonhos, pois neles viajam e se abrem para o desconhecido, para o que está distante.