Os resultados das pesquisas Produção e Vendas (PeV) e Conteúdo Digital do Setor Editorial Brasileiro foram divulgados na manhã desta terça (17). Coordenadas pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), e comandada pela Nielsen BookData, as pesquisas apresentam os principais dados do mercado editorial do ano anterior e oferecem um panorama confiável de como anda o setor. Nesta edição, 146 editoras - pequenas, médias e grandes - responderam o questionário. Em termos de faturamento, a mostra é de 60%. Vale ressaltar que a pesquisa é um retrato da indústria, ou seja, as editoras, e não o varejo, e que analisa sempre os dados do ano anterior. Em 2021, tanto a PeV quando a Conteúdo Digital mostram que o setor apresentou um movimento tímido de expansão, se comparado aos dados de 2020. A pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro aponta que o faturamento das editoras com a venda de livros para todo o mercado registrou um crescimento nominal de 6% e, em termos reais, queda de 4%, considerando a variação do IPCA de 2021. Já o levantamento Conteúdo Digital do Setor Editorial Brasileiro revela um acréscimo nominal de 23% e em termos reais, 12%, no faturamento com conteúdo digital. Mesmo assim, continua representando 6% do setor editorial. "O que a pesquisa Produção e Vendas mostra esse ano é que há um comportamento muito distinto no mercado para as editoras que produzem e vendem livros chamados “de leitura por vontade própria" ou "leitura obrigatória". Existe um comportamento diferente entre as editoras de Obras Gerais e Religiosos e Didáticos e CTP", analisa Mariana Bueno, economista da Nielsen responsável pelo estudo. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Em recuperação judicial desde 2018, a Saraiva divulgou seu desempenho no primeiro trimestre deste ano, com prejuízo de R$ 6,9 milhões. O dado positivo é uma redução de 63% em relação ao prejuízo registrado no mesmo trimestre de 2021. O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente, com inclusão do efeito do IFRS-16 nas despesas, foi de R$ 18,3 milhões – perda de R$ 2 milhões em relação a 2021. Nos três primeiros meses de 2022, a receita bruta alcançou R$ 17,6 milhões. Apenas a receita bruta das lojas físicas chegou a R$ 16,6 milhões, apontando redução de 36% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado. O tombo vem forte quando o foco é a receita bruta do site Saraiva.com, com queda de 85,2% em relação a 2021 – com redução de 83,3% nas vendas líquidas. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Marcada para os dias 30 de junho e 1º de julho, no Hotel Meliá, em São Paulo, a 30ª edição da Convenção Nacional de Livrarias está com valores promocionais. Evento organizado pela Associação Nacional de Livrarias (ANL), a programação terá o tema Tudo começa na livraria e já conta com alguns nomes de peso como palestrantes, como José Sarney (ex-presidente), Walcyr Carrasco (dramaturgo), Vinicius Barreto (#coisadelivreiro), Tiago Valente (criador de conteúdo) e Ronald Schild (CEO da MVB). Quem é associado da ANL pode adquirir a entrada a partir de R$ 490. Já para os não associados, o valor da entrada da Convenção sai por R$ 690. Os valores promocionais são válidos até o dia 10 de junho. Os ingressos podem ser comprados a através do site oficial da ANL. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

“Sozinhos podemos ir mais rápido, mas juntos podemos ir mais longe.” Bodour Al Qasimi, presidente da International Publishers Association (IPA), usou esse ditado africano quando fez declarações tranquilizadoras para os livreiros de 56 países na primeira Conferência Internacional de Livreiros em Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos. Al Qasimi disse que eles não estão sozinhos nos grandes esforços que fazem para promover a leitura em suas comunidades e reforçar a conscientização das pessoas sobre a importância dos livros. “Teremos o apoio dos editores”, afirmou. Seu pronunciamento foi feito na abertura do evento de dois dias que acontece junto com a 13ª edição do já consagrado Festival de Leitura Infantil de Sharjah. A convenção reuniu mais de 385 livreiros, editores, distribuidores, especialistas em publicação e consultores de negócios, para discutir tendências atuais e futuras em venda de livros e tentar avançar o negócio dos livros como um ecossistema regional e global. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Ricardo Basaglia começou uma carreira como um jovem tímido isolado em um datacenter e hoje é um dos headhunters mais seguidos nas redes sociais, e CEO do PageGroup, uma das consultorias de recrutamento mais respeitadas do Brasil. Hoje, no podcast especial do PublishNews patrocinado pela AltaBooks, o convidado é o Basa, como prefere ser chamado, que lança o livro Lugar de potência. Na obra, ele reúne lições de carreira e liderança acumuladas em mais de 10 mil entrevistas, cafés e reuniões, como diz o subtítulo do livro. Basaglia apresenta seu aprendizado de 15 anos como headhunter, acompanhado de uma visão contemporânea de gestão, fala como ser um líder e comenta todas as mudanças e rupturas que vem acontecendo no mercado de trabalho. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta njota.

Há 16 anos no mercado, a Oficina Raquel anuncia seu novo posicionamento editorial. A mudança gera uma alteração no lema da editora, “Mais que livros, literatura”. Agora passa a ser “Mais que livros, diversidade”. E, não à toa, apresenta suas diretrizes na semana do Dia Mundial da Diversidade Cultural, comemorado no próximo sábado (21). “Mais do que um lugar que produz e comercializa livros, queremos ser um lugar que abraça a diversidade”, diz Jorge Marques, sócio da editora. Diante de um cenário brasileiro marcado por homofobia, misoginia e racismo, a Oficina Raquel divulga as quatro linhas editoriais nas quais passa a investir de forma sistemática: universo LGBTQIA+, condição feminina, questões raciais e estudos de gênero. O cotidiano das pessoas com deficiência também será uma preocupação levada em conta no catálogo. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

O singelo título Poemas reunidos (Círculo de Poemas, 384 pp, R$ 84,90) é perfeito para este volume retrospectivo que comemora 40 anos do trabalho de Miriam Alves. Porque a autora publicou apenas dois livros completos de poesia, Momentos de busca (1983) e Estrelas no dedo (1985), além de dois romances e duas coletâneas de contos. O trabalho de Miriam Alves está espalhado em publicações coletivas, antologias, revistas, zines e outros formatos. Editados agora em conjunto, seus poemas surgem ainda mais fortes. Nome fundamental da literatura afro-brasileira, Miriam Alves integrou o histórico coletivo Quilombhoje Literatura. Também fazem parte da edição as autobiografias da autora publicadas originalmente nos Cadernos Negros, um depoimento para a revista eLyra e os prefácios originais de seus dois livros de poesia.

Depois de ter obras elogiadas por nomes como Raimundo Carrero, Paulo Henriques Britto e Caetano Veloso, o autor Felipe Franco Munhoz lança seu terceiro livro, misturando novamente poesia e dramaturgia. Lanternas ao nirvana (Record, 112 pp, R$ 49,90) tem como cenário o mundo pandêmico entre março de 2020 e janeiro de 2021. Cada texto acompanha uma data indicando o dia exato do início de escrita. Foram 312 dias completos de isolamento transformados em narrativas, versos, diálogos, rubricas de cena e diferentes personagens, com as mudanças de perspectiva do autor durante a pandemia. O poema "Segundo andar: defronte, estou" abre o livro com certa inocência, com um olhar ingênuo que busca pequenas coisas, detalhes no confinamento; olhar que, de certo modo, não era capaz de compreender a dimensão do futuro próximo. Um trecho de Lanternas ao nirvana foi adaptado para o curta-metragem Parêntesis, dirigido por Natália Lage e com trilha sonora original de André Mehmari, que foi selecionado para festivais de cinema em países como Coreia do Sul, Itália, Turquia e Nepal.

Terceiro livro de poesia do escritor, dramaturgo e psicanalista sergipano Amarildo Felix, Literatura afeminada (Folhas de Relva, 86 pp, R$ 45,90) é daqueles que não deixam nenhum leitor indiferente. É uma provocação em versos de um artista que se define “poeta negro cisgênero gay nordestino”. Os 50 poemas podem ser lidos como uma espécie de autorretrato do autor. No poema que serve de apresentação da obra, Marcelino Freire fala de “renascimento, de reconhecimento... que não deixa as coisas paradas”. Na orelha do livro, Jurandy Valença escreve que Amarildo Felix “incorpora um Macunaíma urbano do século XXI, revisitando à deriva a cidade, a noite, os bares e quartos quaisquer... que reverbera o uivo de Allen Ginsberg”. Felix já publicou Sotaque/sintoma (2017) e O desmonte (2019), os dois pela Patuá.

Escritos ao longo da década de 1930 e publicados postumamente, estes Poemas humanos (Editora 34, 476 pp, R$ 72) são um dos pontos altos da poesia do peruano César Vallejo (1892-1938). O vocabulário hipnótico, a um só tempo coloquial e preciso; os versos livres, mas trabalhados em filigrana, muitas vezes escondendo métricas complexas; a gama de temas, que vão do mundano e do político ao trágico e ao existencial — tudo isso converge em poemas de intenso lirismo e igual modernidade, com poucos paralelos na poesia do século XX. Ler Vallejo é uma experiência extrema. O mesmo vale para a experiência de traduzir Vallejo, como advertia o próprio autor ao afirmar que “os melhores poetas são menos propícios à tradução”. Nesta nova versão brasileira dos Poemas humanos, Fabrício Corsaletti e Gustavo Pacheco enfrentaram o texto escarpado de Vallejo sem se conceder atalhos fáceis. O resultado é esta edição — bilíngue e acompanhada de notas —, que busca tornar audível em português do Brasil uma das vozes mais poderosas da poesia latino-americana.