Um romance young adult bem peculiar, Luzes do Norte é a grande novidade na Lista Nielsen PublishNews deste mês, que apura os autores brasileiros mais vendidos em livrarias, supermercados e lojas de autoatendimento no país. Luzes do Norte (Galera Record), em 15º lugar, é a obra de estreia da escritora Giulianna Domingues [foto], feminista e bissexual, que propõe a releitura do famoso mito do lobisomem. A trama é protagonizada por Dimitria e Aurora, duas mulheres muito diferentes. A primeira é uma das melhores caçadoras do Cantão da Romândia, que tem como missão proteger Aurora, a primogênita da família mais rica do lugar. Dimitria começa então a conhecer seus reais sentimentos por Aurora. Outra estreia em ficção é A cesta de Dona Maricota (Paulinas), de uma das grandes damas brasileiras dos livros infantis, Tatiana Belinky, em 18º lugar. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

O Podcast do PublishNews desta semana discute esse mercado editorial cheio de altos e baixos. Com crises que sempre se fazem presentes, sejam elas econômicas ou localizadas, como os problemas da Saraiva e da Cultura, e, claro, a pandemia do coronavírus. Sobre os aspectos econômicos dos últimos meses, houve fechamento de livrarias, ao mesmo tempo que novos empreendedores apareceram em cena. Junto com suspensão de alguns lançamentos, foi registrado até um crescimento importante da leitura e da venda de livros em 2021. Mas, ao mesmo tempo, o mercado viu também a falta de matéria-prima no contexto de uma crise de desabastecimento mundial. Nesse panorama de contrastes, participam do Podcast Rafael Vido, diretor da GeoGráfica, uma referência em gráfica de livros no Brasil, e o CFO do grupo Companhia das Letras, Marcelo Santucci, uma das maiores editoras do país, tentando antever o vem por aí. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

No início de 2021, a International Publishers Association (IPA), comandada por Bodour Al Qasimi, formou a International Sustainable Publishing and Industry Resilience (InSPIRe – Plano Internacional de Publicação Sustentável e Resiliência da Indústria), uma força-tarefa com o objetivo de identificar os principais problemas acarretados pela covid-19 e inspirar um futuro pós pandemia sustentável para o setor. Mais de um ano depois do lançamento do projeto, a IPA lançou o relatório Um compromisso coletivo com um futuro sustentável, resiliente e inclusivo, que apresenta os resultados da primeira fase do InSPIRe. Durante esse tempo, a associação realizou um grande esforço para reunir informações sobre o impacto da pandemia de coronavírus, com mais de 60 organizações internacionais ligadas à indústria editorial envolvidas no projeto. Dessa força-tarefa, foi criada uma outra base de associados com 33 membros para ver quais semelhanças e distinções estavam sendo encontrados nos efeitos da crise. Desse exercício, a IPA criou uma linha do tempo, desde o início dos seus esforços, em março de 2020, até agora. As páginas de abertura do relatório incluem essa linha do tempo, um artigo que analisa elementos da crise com a perspectiva editorial e um prefácio de Bodour. O documento apresenta os obstáculos enfrentados pelo setor durante a pandemia, mas também os efeitos e progressos alcançados durante esse tempo. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Foi anunciada no final de semana a morte do desenhista de quadrinhos americano George Pérez, aos 67 anos. Uma semana depois da morte de Neal Adams, artista que revitalizou a trajetória do Batman, morre outro gigante da HQ, que foi responsável por outro resgate de personagem da DC Comics. No caso, a Mulher Maravilha, nos anos 1980. Se Gal Gadot é hoje uma estrela mundial de cinema interpretando a Mulher Maravilha, ela deve agradecer a Pérez, que recolocou a personagem no topo dos gibis mais vendidos. Sua fórmula para esse sucesso foi dar espaço nas histórias a muitos deuses da mitologia grega, transformados em heróis. Talvez apenas uma outra obra de George Pérez possa rivalizar em repercussão com sua visão da heroína amazona: a ambiciosa série Crise nas infinitas Terras, parceria com o roteirista Marv Wolfman que reuniu todos os heróis da DC. Clique no Leia mais para ler a íntegra desta nota.

Entre os destaques sobre literatura publicados no final de semana, o Globo trouxe entrevista com o escritor galês Ken Follett [foto], que tem mais de 160 milhões de livros vendidos ao redor do mundo. Autor de thrillers de espionagem, como O buraco da agulha, e romances históricos, como Os pilares da Terra, ele lança agora Nunca (Arqueiro), em que imagina um conflito entre EUA e China. O Estadão discutiu como a literatura pode ajudar a explicar a relação entre Rússia e Ucrânia. De Gogol e Bulgakov a Oksana Zabuzhko e Andrey Kurkov, escritores recriam em seus livros embates artísticos e políticos. A Folha dedicou uma análise ao último livro do cantor, poeta e escritor canadense Leonard Cohen (1934-2016), A chama (Companhia das Letras). O volume, com mais de 600 páginas, reúne poemas, autorretratos e rascunhos m que transbordam ruminações erótico-existenciais. O Valor trouxe duas críticas de obras escritas por mulheres. Da italiana Alba de Céspedes (1911-1997), a Companhia das Letras lança o romance Caderno proibido, lançado originalmente em 1952. Da britânica Anna Kavan (1901-1968), a Fósforo publica nova edição do romance experimental Gelo. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Para muitos o livro mais importante de ficção científica já escrito, 2001, uma odisseia no espaço ganha áudio lançado com exclusividade pela plataforma Storytel Brasil. Lançado originalmente em 1967, o romance de Arthur C. Clarke foi escrito ao mesmo tempo em que ele desenvolvia o roteiro do filme homônimo, em parceria com o cineasta Stanley Kubrick. O enredo acompanha a viagem de uma equipe de astronautas à Júpiter, dentro da nave Discovery. O computador que controla a nave sozinho vai se revoltar contra os humanos e pôr a missão em perigo. O áudio é narrado por Mauro Ramos, dublador conhecido por emprestar sua voz ao ogro Shrek. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Nascido 15 dias antes do golpe que deu origem ao período de ditadura militar no Brasil, o escritor, jornalista e editor Thales Guaracy lança seu primeiro livro de poesia. Em versos, Asas sobre nós (Assírio & Alvim, 326 pp, R$ 59,90) traz a proposta de contar a história da geração que cresceu nos anos 1960. O lançamento em São Paulo está marcado para hoje (09), das 18h às 21h, na Livraria Martins Fontes Paulista, na Avenida Paulista, 509. Thales Guaracy publicou duas dezenas de romances, livros de reportagem e de história. Como jornalista, trabalhou no jornal Gazeta Mercantil e depois na revista Veja. Foi repórter especial e editor em publicações como O Estado de São Paulo e a revista Exame. Este ano, lançou a operação no Brasil da editora portuguesa Assírio & Alvim. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Escrito num fluxo poético de memória e tragédia, reminiscências e episódios históricos, O plantador de abóboras (Todavia, 160 pp, R$ 59,90) é um romance único. Na prosa hipnotizante de Luís Cardoso, uma mulher – que por mais de duas décadas espera o retorno do noivo durante a ocupação indonésia no Timor – relata (a um interlocutor misterioso) a história de seu país. A origem dessa trama tem tanto a ver com a história da pequena nação asiática quanto com o seu próprio autor. Vivendo há décadas em Lisboa, Cardoso retornou ao Timor em 2001 numa viagem com José Saramago. No meio das ruínas da guerra, os dois escritores encontraram uma mulher que se pôs a falar sobre o país. O plantador de abóboras – vencedor do Prêmio Oceanos 2021 – é uma meditação sobre a criação do país e sobre todas as violências possíveis (o racismo, o comércio predatório, a exploração do homem pelo homem, o preconceito com os nativos, as invasões e o machismo). Belo e forte, este é um livro construído a partir de episódios históricos, lendas e tragédias políticas. Timor, cenário mítico, não voltará a ser o mesmo depois desta viagem em que o concreto e o fantástico, Sancho Pança e Chibanga, as rosas e o café, o cavalo e o ganso, o Império Colonial e o Oriente, a espera pelo amor e os dias vertiginosos da guerra são chamados à cena.

O que pesa no Norte (Moinhos, 296 pp, R$ 74,90) é uma narrativa sobre os valores e os arbítrios da classe média brasileira, especialmente a do Nordeste. Uma narrativa que põe o dedo na ferida de práticas que perduram, que passam de geração a geração, projetando para o presente valores de um passado patriarcal. A busca de Ricardo por Guilherme, indo da Paraíba para São Paulo atrás de resgatar para o núcleo familiar o seu filho que “se perdeu”, é dramática. Ricardo, um pai autoritário, áspero, com sua carga de valores, é de fato um peso para a família, especialmente para o filho Guilherme. Estudante de direito, ele quebra as expectativas paternas quando resolve optar pelas artes cênicas. Ana, a esposa de Ricardo, tem valores opostos aos do marido – é afetiva, protetora dos filhos. E foi sendo moldada por Ricardo para cumprir o papel que cabe à mulher no núcleo patriarcal – o de dona de casa, cuidadora da prole. Gustavo, o outro filho do casal, é desde cedo mais “macho” do que Guilherme, e mais afinado com os valores de Ricardo – e por isso não sofre os preconceitos e punições do pai. Ricardo é fúria e afeto. É um personagem triste. E sua tristeza não vem apenas do fato de as escolhas de Guilherme o constrangerem – mas pelo fato de Ricardo, à sua maneira, amar o filho, e fazer o que faz pelo filho perdido na grande cidade. Escrito por Tiago Germano, O que pesa no Norte é um livro que lança os seus personagens numa existência dilacerada, num desencontro insuperável e incontornável.

Lenni é uma adolescente de 17 anos, dona de uma personalidade especial e de muito carisma. Pode-se dizer que é uma garota cheia de vida... exceto que, segundo os médicos, ela está à beira da morte. Como um modo de preencher seus dias no hospital em que está internada e sozinha - e de cumprir uma aposta feita com o padre da capela -, Lenni começa a frequentar aulas de arte terapêutica. E é então que conhece Margot, uma senhora de 83 anos, doce e de coração rebelde como o de Lenni. A conexão entre elas é intensa e imediata, e as duas percebem uma peculiaridade: juntas, têm um século de vida! Para celebrar esses 100 anos que compartilham, decidem montar uma exposição de 100 pinturas. Em cada uma, retratam uma memória importante dos anos que viveram. Histórias de paixão, juventude, amadurecimento, alegria, afeto, de quando se encontra em alguém o amor de sua vida. Histórias que merecem, sempre, ser compartilhadas. Os cem anos de Lenni e Margot (Planeta, 352 pp, R$ 56,90 - Trad.: Flavia Souto Maior), romance de estreia da escritora inglesa Marianne Cronin, está em processo de adaptação para um longa-metragem pela Columbia Pictures, com distribuição da Sony.

A autora Tessa Bailey se inspirou em Schitt's Creek (2015), sitcom canadense sobre uma família rica que tem a vida virada de cabeça para baixo após perder a fortuna, para escrever o divertido romance Aconteceu naquele verão (Intrínseca, 448 pp, R$ 59,90 - Trad.: Dandara Morena e Mayumi Aibe). Na obra, Piper Bellinger é uma it girl famosa de Los Angeles que não anda na sua melhor fase. Aos 28 anos, ela não tem emprego, implora para ser notada nas festas e, para completar, acaba de levar um fora do namorado após três semanas de relacionamento — aliás, esse é o máximo de tempo que conseguiu ficar com alguém. Quando ela invade a cobertura de um hotel e faz uma festa que acaba saindo do controle, seu padrasto decide dar um basta no estilo de vida inconsequente de Piper. Ele corta boa parte do seu dinheiro e a manda para Westport, uma cidadezinha pesqueira, na esperança de incutir na enteada alguma noção de responsabilidade ao fazê-la assumir o bar deixado pelo pai dela. Ao pôr os pés em Westport, Piper conhece Brendan, um capitão barbudo que está certo de que a garota não aguentará nem uma semana. Mas Piper está decidida a provar para o padrasto e aquele capitão rabugento (embora bem charmoso) que ela é mais do que um rostinho bonito, mesmo que para isso precise cuidar de uma espelunca e morar em um apartamento minúsculo. A patricinha que adora festa é o extremo oposto do pescador pé no chão, mas a atração entre eles é inegável. Decidida a evitar distrações, Piper acaba encontrando em Westport um lar, se reconecta com seu passado e começa a se perguntar se a vida glamorosa, porém vazia, que levava em Los Angeles é realmente o que deseja.