Programa destinado a incentivar a formação de leitores, o Ciclo de Leitura, nova iniciativa do Itaú Social, está com inscrições abertas. Podem concorrer associações da sociedade civil, coletivos e ações de bibliotecas comunitárias que atendam a um público leitor de 0 a 24 anos. Os projetos concorrem a um acervo de livros, orientados para os leitores da faixa etária atendida, à participação em dez encontros virtuais de troca de experiências sobre mediação de leitura, e a ações posteriores de monitoramento que visam acompanhar os efeitos dos encontros no trabalho desses grupos. É exigência do projeto que as organizações sociais, coletivos e bibliotecas comunitárias já tenham completado pelo menos seis meses de atuação. Iniciativas pessoais não podem ser contempladas no Ciclo de Leitura, nem instituições privadas que visam fins lucrativos. As inscrições podem ser feitas até 29 de abril, pelo site do Itaú Social. Clique no Leia Mais para acessar a íntegra desta nota.

Nesta quinta-feira (14), às 15h, as Edições Sesc promovem uma live com o pensador francês Edgar Morin. Aos 100 anos, ele é o principal nome na discussão da teoria do pensamento complexo, uma visão em que os saberes devem ser multidisciplinares e interligados, em contraponto aos saberes e ciências compartimentados. O evento virtual promove o lançamento de Edgar Morin, homem de muitos séculos: um olhar latino-americano (360 pp; R$ 73,00), organizado por Elimar Pinheiro do Nascimento, Maurício Amazonas e Alfredo Pena-Veja. O evento terá transmissão pelo YouTube do Sesc SP, com as presenças do diretor regional do Sesc SP Danilo Santos de Miranda, da jornalista Heloisa Pisani, do professor Edgard de Assis Carvalho, do sociólogo Elimar Pinheiro do Nascimento, do pesquisador Alfredo Pena-Vega, do professor Maurício de Carvalho Amazonas, da professora Teresa Salinas Gamero, da ambientalista e política brasileira Marina Silva, e do psicólogo Luís Carrizo. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A Editora Telha lança edital para seu primeiro Concurso Literário. O objetivo da casa é, a cada edição, promover um debate crítico e reflexivo sobre a temática abordada, revelar talentos e valorizar a cultura literária brasileira. Na estreia do projeto, o tema é antirracismo. O concurso está aberto a autores brasileiros maiores de 18 anos. Os textos devem ser enviados por e-mail até 31 de julho. Cada concorrente deverá se inscrever sob pseudônimo e respeitar o limite de apenas uma crônica por autor. Além de premiar três textos, a Telha vai selecionar dez trabalhos para que façam parte do livro Crônicas antirracismo. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Depois de abrir uma vaga de estágio no Rio, agora a HarperCollins procura um estagiário editorial para atuar em São Paulo. Para se candidatar, é necessário ser estudante de Produção Editorial, História, Ciências Sociais, Letras ou Jornalismo (2º ao 6º período). Também é desejável que o candidato tenha excelente conhecimento de português e inglês avançado, seja organizado e saiba lidar bem com pessoas. O estagiário ficará responsável por atividades como: auxiliar na coordenação de envio de material, pagamento e cobrança de fornecedores, acompanhar o andamento de projetos, participar do processo editorial e auxiliar em tarefas administrativas. As inscrições vão até 6 de maio e os interessados podem se inscrever clicando aqui.

A Companhia das Letras abriu uma vaga de estágio em comunicação para o seu departamento de educação. Os requisitos incluem cursar preferencialmente Comunicação Social, Marketing, Jornalismo, Ciências Sociais, Letras ou Pedagogia; ter excelente redação, comunicação interpessoal e proatividade; e conhecimento geral dos programas do pacote Office. Familiaridade com plataforma Canva seria um diferencial. A pessoa contratada irá apoiar as demandas da área de marketing digital/comunicação do núcleo de Educação; auxiliar na realização de pesquisa, pauta e elaboração de briefing para encomenda de vídeos e outros formatos de conteúdo; na criação de conteúdo para as redes sociais; efetuar postagens; contribuir nas ações de engajamento e interação com o público; auxiliar na execução dos eventos on-line; na otimização dos canais digitais já existentes e contribuir no planejamento. Interessados devem escrever para curriculo@companhiadasletras.com.br até 18 de abril, colocando no assunto Estágio educação.

Considerado por muitos o maior cronista da cultura e do espírito britânico da primeira metade do século XX, George Orwell (1903-1950) deixou uma vasta lista de obras, uma das mais consistentes do romance moderno. Mas ele é mais lembrado por suas alegorias de simbolismo direto, sem grandes disfarces, que são 1984, representação de um futuro ditatorial escrita em 1949 que se mostra muito pertinente nos dias atuais, e A Revolução dos Bichos (160 pp, R$ 39,90 - Trad.: Júlio de Andrade Filho), de 1945, que chega às lojas em publicação da Editora Serena. A história do grupo de animais que decide se rebelar contra o fazendeiro Sr. Jones e, por consequência, contra a exploração sofrida nas mãos dos humanos, pode parecer numa leitura desatenta uma fábula de tons fantásticos. Orwell, na verdade, quis construir uma sátira ao totalitarismo (o que fica óbvio) e, especificamente, aos rumos tomados nos momentos posteriores à Revolução Russa de 1917 (não tão óbvio assim). Vale elogiar a capa desta edição, que tem traço divertido, indo na contramão das capas com algum potencial aterrorizante que costumam envolver o livro de Orwell. Livro que, sim, é aterrorizante.

Clássico incontestável da literatura nacional, Macunaíma (José Olympio, 128 pp, R$ 44,90) foi lançado originalmente em 1928 numa edição paga pelo próprio autor, Mário de Andrade (1893-1945), ainda sob alguma ressaca da polêmica Semana de Arte Moderna de 1922. A segunda edição só viria em 1937, pela José Olympio Editora, e é essa versão que aparece resgatada na nova publicação que chega às livrarias. O livro segue o projeto gráfico que reproduz a arte de Thomaz Santa Rosa, um artista visual ímpar que foi responsável pelos livros da editora nos anos 1930 e 1940. Quem não conhece a história do personagem forjado a partir de lendas e recheado dos piores hábitos possíveis, para se tornar “o herói sem caráter”, ainda deverá se surpreender com a jornada de Macunaíma e seus irmãos, que atravessam o Brasil de norte a sul, de Roraima ao Rio de Janeiro, em busca do amuleto perdido, a muiraquitã. Macunaíma também é um caso raro de livro adaptado de maneira criativa e satisfatória no cinema, com o filme homônimo que Joaquim Pedro de Andrade dirigiu em 1969, que traz Grande Otelo como o Macunaíma negro e Paulo José fazendo o Macunaíma branco.

Esta nova edição de O poderoso chefão (Record, 518 pp; R$ 59,90 – Trad.: Denise Bottman) nasce das comemorações dos 50 anos do filme que Francis Ford Coppola dirigiu em 1972, com Marlon Brando e Al Pacino, ganhando várias estatuetas no Oscar e, mais importante, um ligar cativo entre os melhores filmes de todos os tempos. Esse impacto na história do cinema foi similar à repercussão que o livro do nova-iorquino Mario Puzo (1920-1999) teve nos meios literários em 1969. O primeiro livro sobre a Máfia italiana radicada nos Estados Unidos a liderar listas dos livros de ficção mais vendidos pelo mundo era muito mais do que uma trama de ação policial. Há uma representação da sociedade americana dentro da família Corleone, onde a figura paterna se relaciona com os filhos sob um filtro de orgulho e culpa, preparando seus meninos para assumir o comando do crime organizado. Don Corleone conduz uma historia onde violência e valores familiares se entrelaçam. E Puzo escreveu essa narrativa em ritmo vertiginoso, irresistível.

Coletâneas de contos policiais já formam um filão quase tradicional no mercado editorial. Mas não são muitas que trazem uma proposta de corte nesse tipo material tão peculiar como a apresentada em Mestres do mistério (Faro Editorial, 160 pp, R$ 39,90). Com curadoria de Vitor Bonini, brasileiro autor de romances policiais, a seleção traz cinco histórias em que os crimes acontecem dentro de salas que estavam trancadas por dentro. E há outro aspecto bem interessante no volume. Ao lado de dois nomes famosos na literatura de mistério, o britânico Arthur Conan Doyle (1859-1930) e o americano Edgar Allan Poe (1809-1849), o livro traz três escritores que ainda não ganharam no Brasil tanto público no gênero: o americano Jaques Futrelle (1875-1912) e os ingleses G.K. Chesterton (1874-1936) e Wilkie Collings (1824-1889), todos merecedores de apreciação pelos fãs de histórias intrincadas, que despertam o lado detetive do leitor.