Para muitos a maior escritora da literatura brasileira, Lygia Fagundes Telles morreu neste domingo (3), aos 98 anos. Estava em sua casa, em São Paulo. Segundo familiares, sua morte ocorreu por causas naturais. Lygia deixa uma produção de romances irretocáveis em sua mistura de uma imersão ímpar no perfil psicológico de seus personagens e uma escrita fluida, elegante, e inquestionavelmente, popular. Seu talento é precoce. Antecedido por dois livros de contos, o primeiro romance, Ciranda de Pedra, de 1954, é uma obra madura, complexa sem medo de parecer simples. Embora, como toda artista, Lygia apresentasse uma inegável evolução estilística e temática, o romance de estreia entra em qualquer lita de suas grandes obras. Para aqueles que gostam de associar a grandeza artística a prêmios cobiçados, Lygia Fagundes Telles é imbatível. Vencedora por quatro vezes do Jabuti (1966, 1974, 1996 e 2001), principal reconhecimento na literatura brasileira, ela ganhou em 2005 o Camões, o maior prêmio para escritores de língua portuguesa. Desde 1985 ela ocupava a cadeira 16 da Academia Brasileira de Letras. Clique no Leia mais para cessar a íntegra desta nota.

O Grupo Livrarias Curitiba acaba de inaugurar uma loja no Golden Square Shopping, de São Bernardo. Com ela, a rede totaliza 26 unidades abertas em São Paulo, Paraná e Santa Catarina. A nova loja vai empregar 13 funcionários e oferecer livros, presentes, artigos de papelaria, decoração, brinquedos, games e produtos de informática. Essa é a primeira loja da rede que abre já apresentando os produtos LivLov, marca própria de varejo com opções que complementam o pacote do livro que a pessoa compra para dar de presente. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Boas notícias neste final de semana. No Estadão, o anúncio de que toda a obra de Luis Fernando Verissimo será reeditada. Segundo a Companhia das Letras, a publicação das novas edições começa em novembro, com o lançamento de uma caixa com dois volumes reunindo seus romances e um livro com crônicas de futebol. Na Folha, a coluna Painel das Letras, do jornalista Walter Porto, destaca lançamentos de autores chineses no Brasil. A editora Moinhos traz nomes contemporâneos, começando com Não acredito no eco dos trovões, de Bei Dao, talvez o grande nome da poesia na China de hoje. O outro é O além da montanha, de Yao Feng, poeta que escreve tanto em chinês como em português. No Globo, uma grande reportagem com o livro Memórias Sangradas (Editora Olhares), de Ricardo Beliel. Inspirado pelo cangaço, a narrativa fala de uma jornada de mais de 11 mil quilômetros pelo sertão, com ecos de Gonzagão, Guimarães Rosa e Ariano Suassuna. E o Globo continua falando de cangaço ao noticiar que o livro Estrelas de Couro, do historiador Frederico Pernambucano de Mello, ganha nova edição pela Cepe, depois que exemplares antigos da obra chegaram a ser vendidos por R$ 1.500 na internet. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A Todavia e HarperCollins abriram vagas de estágio. A Todavia procura um estagiário para o seu departamento administrativo. São requisitos estar cursando a partir do 2º ano ou 3º semestre em Administração; ter conhecimento do pacote Office; ser organizado, ter foco, dinamismo e vontade de aprender. Também é imprescindível demonstrar interesse em atuar na gestão de facilities, infraestrutura de tecnologia e despachos de correspondências. A pessoa contratada irá apoiar também nas rotinas administrativas, compras e RH. Vaga de estágio de 6 horas/dia de segunda a sexta-feira com uma hora de intervalo. Os interessados deverão enviar currículos até o dia 07 de abril para magda@todavialivros.com.br com o assunto Estágio administração. Já a HarperCollins precisa de um estagiário para o editorial. Para se candidatar, é necessário ser estudante de Produção Editorial, Letras ou Jornalismo (2º ao 6º período), e ter domínio do pacote Office e noções básicas de Adobe. Além disso, é desejável que o candidato tenha excelente conhecimento de português e inglês fluente, seja organizado e saiba lidar bem com pessoas. Auxiliar na coordenação de envio de material, no processo editorial e ainda acompanhar o andamento dos projetos da editora estão entre as atribuições do cargo. Interessados devem se cadastrar clicando aqui ou enviar currículos para oportunidadesrh@harpercollins.com.br com Vaga de estágio editorial no assunto até o dia 25 de abril.

Parte do Grupo Ideal Trends, comandado pelo empresário José Paulo Pereira Silva, a Ideal Books, publica obras através de dois selos: Ideal Business, com conteúdos voltado ao universo empreendedor, e Ideal Life, com livros direcionados ao desenvolvimento pessoal. A empresa projeta faturamento de R$ 5 milhões e lançamento de 11 livros em 2022. A estimativa de vendas é de 100 mil exemplares em lojas virtuais e livrarias de todo o país. O estreitamento do relacionamento com blogs e influenciadores também está nos planos da casa editorial. Até o momento, a editora tem dois livros publicados: Lições para você construir negócios exponenciais e Segredos do poder. A casa de publicação também lança este mês o livro Marketing de Performance, direcionado para quem deseja alavancar seus negócios nas plataformas digitais.

Em O incrível garoto da Parada do Apito (Globo Livros, 320 pp, R$ 59,90 – Trad.: Ana Guadalupe), aguardada continuação do clássico Tomates verdes fritos, Fannie Flagg faz uma nova viagem aos cenários e personagens de sua primeira obra e sua adaptação cinematográfica da década de 1990. Bud Threadgoode cresceu na fervilhante Parada do Apito, uma cidadezinha às margens de uma ferrovia. Ele foi criado por sua mãe, a séria e carola Ruth, e Idgie, a quem chamava de tia, uma mulher à frente de seu tempo, que adorava se divertir e quebrar as convenções. Juntas, elas criaram uma cafeteria que se tornou uma das maiores atrações das redondezas, conhecida pelo ambiente descontraído e seus famosos tomates verdes fritos, a especialidade da casa. Como Bud costuma dizer a sua filha, ele teve a infância mais incrível do mundo. Porém, para a total tristeza de Bud, a estrada de ferro que sustentava a cidade foi desativada e a Parada do Apito se tornou uma cidade-fantasma. Não sobrou nada além de prédios abandonados e as memórias de dias mais felizes. Contudo, tomado pela saudade de sua infância, Bud decide fazer uma última viagem ao lugar onde nasceu, cresceu e aprendeu as lições mais valiosas da sua vida. Nessa jornada, ele descobrirá novos amigos assim como desvendará segredos não só a respeito do vilarejo, mas sobre Idigie, Ninny Threadgoode e outros personagens do primeiro livro. Ele também se verá como o centro de diversos acontecimentos emocionantes que mudarão para sempre sua vida e a de sua família.

Ela se chama Rodolfo (DBA Literatura, 264 pp, R$ 59,90) é o segundo romance de Julia Dantas. O primeiro, Ruína y leveza, foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura em 2016. No novo livro, Murilo aluga um apartamento e nele está Rodolfo, uma tartaruga. A dona do imóvel, uma mulher que depois terá segredos revelados ao leitor, chama-se Francesca e deixa uma série de instruções para que o novo morador tome conta do bicho. Murilo é porteiro noturno num edifício e vive uma crise com a namorada, que critica algo que ela classifica como falta de macheza no rapaz. A convivência com a tartaruga Rodolfo e, por consequência, com Francesca, vai levar o personagem central a questionamentos totalmente inesperados para ele. Durante a pandemia, Julia Dantas foi coorganizadora da antologia Fake fiction: contos sobre um Brasil onde tudo pode ser verdade e publicou o folhetim Pássaros na Cidade na revista Parêntese.

Cômico e melancólico, Os coadjuvantes (Companhia das Letras, 112 pp, R$ 54,90) é uma obra sobre o Brasil dos privilégios e uma geração perversamente obcecada por imagem e virtude. No livro, Vivian é uma jovem curadora de trinta e poucos anos que vive entre Rio e São Paulo. Seu currículo impecável só existe por conta dos diversos trabalhos mal remunerados em instituições prestigiadas, uma vez que vive do dinheiro da família. Quando um episódio trágico faz com que sua vida se cruze com a de Darlene, uma ambulante que vende cervejas em frente a seu apartamento, o mundo de Vivian ganha um rumo sombrio e imprevisível. O elo invisível entre seu conforto financeiro e a violência que mora ao lado convida o leitor a uma jornada ímpar. Entre o delírio narcisista, personagens obcecados por manter sua posição social a qualquer custo e um retrato cáustico do universo de pais e filhos ricos e privilegiados, a narradora de Clara Drummond convida a olhar para a tragédia humana e de um país.

Contar o dia a dia da sociedade inglesa do início do século XIX com humor refinado e por vezes cínico é o grande talento de Jane Austen (1775-1817). Suas heroínas sempre precisam lidar com casamentos forçados e, o que não chega a surpreender, a autora nunca se casou. Seus quatro livros publicados em vida, e dois póstumos, são clássicos inatacáveis da literatura inglesa. Mansfield Park (José Olympio, 518 pp, R$ 69,90), seu terceiro romance, é de 1814 e tem uma dose mais suavizada de seu humor agudo do que a encontrada em, por exemplo, Razão e sensibilidade ou Orgulho e preconceito (1813). Fanny, a protagonista, deixa os pais pobres para viver com os tios. Sua amizade com o primo Edward vai ajudá-la quando a família Crawford chega à propriedade vizinha e romances e interesses se misturam, como sempre acontece na obra de Austen. Um olhar feminino carregado de ironia faz de Mansfield Park um romance atemporal. Nesta edição, o leitor tem o privilégio de conhecer a tradução de Rachel de Queiroz (1910-2003), num encontro de autoras gigantes.