Autor cultuado entre fãs de ficção científica e categorias variadas do público geek, o britânico Douglas Adams (1952-2001) volta à Lista dos Livros Mais Vendidos do PublishNews, com novas edições de seus romances futuristas. Guia do mochileiro das galáxias - Edição ilustrada (Arqueiro) é a nova versão de seu clássico absoluto, que aparece em primeiro lugar na lista de Ficção, vendendo 1.261 exemplares. A obra surgiu como uma novela radiofônica em 1978. Depois Adams levou a história pra o papel, lançando o que ele chamou de “trilogia de cinco livros”, em seu humor tipicamente inglês. O segundo livro da saga, O restaurante no fim do universo, aparece na posição de número 11, com venda de 604 unidades. Na Lista Geral, quem aparece no topo é Pablo Marçal com a obra 8 caminhos que levam à riqueza (Buzz), que vendeu 4.140 exemplares. A prata ficou com a 33ª edição de Vade Mecum Saraiva 2022 (Saraiva Jur), com 2.856 cópias vendidas, e o bronze com Não confunda (Moderna), de Eva Furnari, com 2.491. Em uma semana de muitas novidades – são 18 no total – a lista apresentou um aumento de 7% nas vendas em comparação com a última semana. Refletindo esse crescimento, a categoria Infantojuvenil foi a que mais trouxe novidades na semana, são 14 no total. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Ninguém deu tapa em ninguém, mas a noite que marcou a volta dos badalados encontros de Happy Hour do PublishNews foi tão concorrida quanto a cerimônia do Oscar. Está bem, não vamos exagerar, mas um mundo de gente bacana que trabalha e gosta de livros lotou o Bar do Beco, no boêmio bairro paulistano da Vila Madalena, na quinta-feira (31), mesmo com a ameaça de chuva na primeira noite fria do ano. Mas ali a coisa esquentou. Rodinhas eram formadas por alguns editores, livreiros e a sempre extrovertida moçada do comercial e do marketing de livrarias, editoras e distribuidoras. Com a ótima cerveja gelada (consumida com moderação, vamos combinar), alguns papos mais sérios foram se transformando em rodas de risadas incontroláveis. Por outro lado, gente que já se divertia bastante às vezes deixava escapar alguma coisa nova sobre sua empresa. Passaram pelo happy hour nomes como David Alves, Bianca Castro e Ricardo Pérez, da Amazon – parceiros do Prêmio PublishNews 2021 – Julio Cesar da Cruz, Roberto Novaes, Cláudia Machado e Rogério Mancini (Catavento), Cinthya Muller, Maju Alves, André Freire, Leticia Copiano e Antonio Bitiati (Planeta), Vitor Tavares e Fernanda Gomes Garcia (CBL), André Fonseca (Citadel), Luciana Borges (Companhia das Letras), André Palme (Storytel), Ismael Borges (Nielsen), Taty Leite (Vá Ler um Livro), Pedro Almeida e Diego Drumond (Faro Editorial), Lu Magalhães e Larissa Caldin (Primavera), Bárbara Bressanin (Árvore), e muitos outros. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Nesta semana, Globo, Folha e Estadão destacaram o lançamento no Brasil de Sobrevidas (Companhia das Letras), do escritor tanzaniano Abdulrazak Gurnah, vencedor do último Nobel. É seu primeiro livro lançado no Brasil. Em entrevistas aos jornais, o autor fala do enredo do romance e seus personagens, que sobrevivem aos horrores do colonialismo europeu. “As pessoas que fazem parte de uma comunidade têm maneiras de tornar o insuportável mais suportável uns para os outros", afirma o autor. O Globo destaca também Manihot Utilissima Pohl (Alaúde), livro de 400 páginas organizado pelo chef Alex Atala. Ele passou dois anos na produção desse volume sobre a mandioca, trabalho para o qual recrutou historiadores, ilustradores, fotógrafos, indigenistas e, claro, outros chefs. Para Atala, “a mandioca é o ingrediente que une o Brasil”. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A Labrador, editora premium de autopublicação, abriu uma vaga para assistente de marketing. A editora procura alguém atento às tendências digitais, que tenha bom texto e seja proativo e comunicativo. A pessoa contratada será responsável por identificar e criar relacionamentos com influenciadores e também auxiliar com o desenvolvimento e execução do plano de marketing, atualização dos canais de comunicação interna e externa e criação de artes para mídias sociais. É preciso ter conhecimentos básicos em Google Ads, Illustrator (ou Canvas) e gestão de redes sociais. A Labrador dará preferência a formados em áreas ligadas à marketing, mas o fundamental é a postura, não o diploma. Interessados devem enviar currículos para daniel@editoralabrador.com.br com pretensão salarial e contando por que gostaria de trabalhar na Labrador.

O Instituto Estação das Letras está com inscrições abertas para os seus cursos que iniciam em abril - seu mês de aniversário. Durante este mês, o jornalista Ruy Castro conduz curso sobre Biografia, Ficção e Crônica. Serão três aulas on-line e ao vivo que iniciam no dia 04. Também a partir do início do mês a doutora em Literatura Brasileira pela UFRJ Márcia Cristina da Silva fala, até julho, sobre Literatura infantil para crianças e jovens, e Silvia Carvão aborda memória e escrita e com o objetivo de o público ter, ao final das oficinas, em junho, um caderno de memórias, a partir de técnicas que exploram, entre outros pontos, os cinco sentidos. Escritor e crítico literário, colaborador regular do Rascunho e do suplemento Pernambuco, José Castello conduz um Estúdio do Conto com o objetivo de oferecer aos alunos o exercício da autoria e da criação ficcional de narrativa curta. Durante três meses, os participantes trabalharão e retrabalharão seu texto. O curso inicia no dia 06. Há ainda curso sobre História da crônica no Brasil com o jornalista Felipe Pena e um mergulho no processo criativo da prosa de ficção, interagindo com a teoria e a prática do romance com Claudia Lage. Detalhes e outras informações sobre a programação estão disponíveis no site da Estação das Letras.

Em Eu quero um cachorro (Pequena Zahar, 48 pp, R$ 49,90 – Trad.: Ana Tavares), o escritor e ilustrador norte-americano Jon Agee conta a história de uma menina que está decidida a adotar um cachorro, e vai até um abrigo de animais à procura de seu fiel escudeiro canino. Porém, ao chegar lá, é surpreendida pelo funcionário do lugar, que tenta lhe convencer a adotar outro bicho. Então, ela vive uma sequência de diálogos inesperados com uma boa dose do humor nonsense característico do autor, ao ter de recusar os mais inesperados animais. Uma doninha, uma serpente, um marsupial, um albatroz, um porco-espinho e por aí vai. Em uma divertida inversão de papéis entre adulto e criança, o livro oferece ao leitor a possibilidade de ver a pequena protagonista no lugar de quem organiza as ideias e estabelece os limites. Por outro lado, é o homem adulto que propõe ideias malucas e despropositadas. Jon Agee também é autor dos livros O muro no meio do livro e Vida em marte.

O medo é um sentimento comum para crianças e adultos. Existe medo de todo tipo, uns bobos e outros mais sérios. Na prosa poética O medo que a gente tem (Miolo Mole, 24 pp, R$ 65 – Ilustração: Felipe Tognoli), a autora Paula Klaus faz os leitores pensarem sobre os medos que nascem e se transformam, mas sempre permanecem, tratando o tema com humor e leveza. O livro possui audiodescrição para pessoas cegas ou com baixa visão e narração via QR code e é o primeiro lançamento de 2022 da editora Miolo Mole. Com quase três anos de história, a editora é especializada em literatura ilustrada – infantil, juvenil e quadrinhos – e tem como objetivo exaltar a poética da infância e valorizar a diversidade e pluralidade cultural. Além dos livros, a Miolo Mole prepara este ano sua 1ª Ocupação literária, que pretende levar a equipamentos públicos da cidade de São Paulo bate-papos, oficinas, leituras e debates a respeito da produção literária e do mercado editorial.

A história de Uma bibliotecária maluquinha (Malê Mirim, 28 pp, R$ 46), livro de Zetó (José Antonio Pereira do Nascimento), se passa em uma biblioteca muito bonita e bastante frequentada. Lá, uma bibliotecária cria diversas atividades lúdicas e pedagógicas para as crianças, mudando a percepção delas sobre o uso de bibliotecas. Uma das atividades é a de incentivo para que as crianças criem suas histórias e livros. O autor conta que quando criança gostava de escrever histórias e um dia suas professoras resolveram criar uma manhã de autógrafos para seu primeiro livro, ainda artesanal. Por conta disso, aos dez anos, ele participou de um programa televisivo. Na entrevista dada, disse que seus escritores favoritos eram Mauricio de Sousa e Ziraldo. Ziraldo assistiu ao programa e foi até sua escola, no subúrbio do Rio de Janeiro, para conhecê-lo. O fato marcou definitivamente seu envolvimento com a escrita e leitura literária. As ilustrações de Uma bibliotecária maluquinha são de Reinaldo Lee.

A ideia do livro Sansão, o forte (Quatro Cantos, 36 pp, R$ 48 – Trad.: Gra Mattar), de Carina Gambale, nasceu da experiência materna da autora. Seu filho caçula, por volta dos seis anos, passou a ter grande atenção e interesse por armas, principalmente facas, e também a ter atitudes agressivas, como o uso frequente de palavrões na comunicação. A observação como mãe e psicóloga resultou na constatação de que esse comportamento tinha como origem medos profundos que o filho estava experimentando, e que a agressividade era um modo reativo de proteção. Nessa situação, o interesse pelas armas acontecia por representarem para ele meios de garantir essa proteção, contra os supostos “enemigos” – pois era assim que o menino se referia às supostas ameaças que seus medos e inseguranças o faziam acreditar que existissem. A narrativa mostra essa fixação do personagem Sansão por armas, evolui para a descrição de seus medos, medos esses tão comuns entre as crianças e até mesmo entre adultos, e caminha para a resolução através do apoio das pessoas próximas como familiares e amigos e da retomada de confiança. Essa conquista passa muitas vezes pelo reconhecimento dos nossos próprios medos e da verbalização das nossas angústias.