Nesta quarta (23), durante uma coletiva de imprensa na Feira do Livro Infantil de Bolonha, o historiador Yuval Noah Harari, autor do best-seller Sapiens, anunciou o seu novo projeto, uma série infantojuvenil. Divididos em quatro volumes, os livros são fruto de uma parceria entre Yuval, o ilustrador espanhol Ricard Zaplana Ruiz e a Sapienship Storytelling e serão publicados um a cada ano. O primeiro deles, intitulado Implacáveis - Como nós conquistamos o mundo (Unstopplable us), terá seu lançamento mundial no outono de 2022, sendo publicado por aqui pela Companhia das Letrinhas, no dia 15 de setembro, com tradução de Laura Teixeira Motta. A obra consiste em uma narrativa de não ficção e tem como objetivo tornar a história relevante para o dia a dia das crianças, além de provocar questionamentos consistentes. "Ao invés de ensiná-las sobre as guerras e questões mundiais, acredito que o mais importante é deixá-las curiosas para que façam as perguntas que os adultos esqueceram de perguntar", disse durante a conferência. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Esta semana, o Radar de Licitações, seção fixa do PublishNews+, traz dois editais para aquisição de livros. O primeiro deles visa a aquisição de obras de apoio pedagógico e se dará em um lote único. O valor estimado da licitação é de R$ 4.428.970,00, com pregão marcado para 30 de março. O segundo edital é para a aquisição de livros didáticos com valor estimado de R$ 534.951,00. A disputa está agendada para 31 de março. A seção, exclusiva para os assinantes do PN+, é alimentada pelo Radar de Licitações, consultoria de Natália Vieira que, além de buscar novas licitações, presta um serviço de apoio aos editores e distribuidores interessados em vender para governos, nas mais diversas esferas de poder. Para acessar o Radar dessa semana, clique aqui.

O Programa Minha Biblioteca, que tem por objeto a compra e distribuição de livros para compor acervos pessoais de alunos da rede municipal de ensino da cidade de São Paulo e ainda de bibliotecas escolares da rede, está com edital aberto. Os interessados deverão fornecer à Secretaria Municipal de Educação (SME) dois exemplares impressos de cada um dos títulos a serem analisados. Os exemplares físicos deverão ser entregues no CEFORP – Centro de Formação de Professores (Rua Estado de Israel, 200 - Vila Clementino, São Paulo - SP). É preciso também preencher um formulário on-line. O cadastro e a entrega dos exemplares deverão ser feitos até às 16h de 1º de abril.

A Editora Nós começou em 2022 o seu projeto de expansão da equipe e anunciou a contratação de Michelle Henriques. Após uma passagem pela Editora Morro Branco, Michelle, que também é uma das coordenadoras do projeto Leia Mulheres, será responsável pela área de comunicação e marketing da Nós. Mudanças também na Planeta. Desde 2018, quando passou a ter um atendimento dedicado, a Planeta viu a área do digital crescer significativamente. Com o bom desempenho do e-commerce também nos últimos três anos, a editora entendeu que precisaria de pessoas dedicadas para cada um desses departamentos. Assim, André Freire passa a integrar a equipe comercial para dar sequência ao projeto de produtos digitais – audiolivros e e-books –, que tem grande projeção na América Latina, e Cinthya Muller se torna coordenadora da área comercial responsável por implementar novos modelos de negócios no e-commerce. Outra contratação da área foi Maria Julia Alves. Antes responsável pelos projetos especiais do PublishNews, a Maju agora é responsável pela prospecção e realização de novos projetos comerciais com os autores da casa. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

A revista Livro, editada pelo Núcleo de Estudos do Livro e da Edição (NELE), entrega nesta quinta-feira (24), às 18h, o terceiro Prêmio Amigo do Livro, homenagem a profissionais que contribuem para o desenvolvimento do livro e da editoração no Brasil. Os agraciados deste ano são Alexandre Martins Fontes (foto), diretor-executivo da editora WMF Martins Fontes, além de publisher da Martins Fontes; Cida Saldanha, livreira há mais de 35 anos e e há quase três décadas na Livraria da Vila; e o Jornal da USP, em especial sua editora de Cultura, que sempre abriu espaço para os livros em suas páginas. O local da cerimônia da terceira edição do prêmio é a Livraria João Alexandre Barbosa (Edusp - Cidade Universitária 78, Complexo Brasiliana, São Paulo. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Em comemoração aos seus 21 anos de existência, a Editora Landmark lançou este mês o seu novo site. O novo espaço fornece aos leitores informações sobre a vida e as obras dos escritores e sobre cada uma das publicações do seu catálogo. O site conta ainda com interface moderna e ferramentas de busca interativa que propiciam a busca por autores, por títulos, por categorias e também sobre as todas as notícias das quais a Landmark tem sido destaque na imprensa. Além da loja para a aquisição dos títulos ser mais prática e dinâmica, todas as obras possuem links de acesso também para as livrarias parceiras da editora.

Um lançamento de fôlego. A escravidão na poesia brasileira: do século XVII ao XXI (Record, 714 pp, R$ 89,90), organizado pelo poeta, ensaísta, crítico e editor Alexei Bueno, é a única antologia poética feita no Brasil com o tema da escravidão. A ideia partiu do reconhecimento de obras que entraram para a memória brasileira, como O navio negreiro e Vozes d’África, de Castro Alves, e Essa nega Fulô, de Jorge de Lima. Bueno selecionou e organizou poetas e poemas que abordam o tema, mas foi além de uma antologia tradicional. Ele reuniu ensaios que focam características e consequências da escravidão, como a viagem pelo mar, a separação das família, os castigos físicos, as revoltas e as fugas, os quilombos e a religião, fazendo um painel da vida dos escravos e como os poemas se relacionam com ela. Na seleção de autores, muitos desconhecidos do grande público e algumas figuras essenciais da literatura brasileira, como Machado de Assis, Murilo Mendes, Cruz e Souza, Augusto dos Anjos, Carlos Drummond de Andrade e Ariano Suassuna, chegando a poetas em atividade, mostrando como o tema continua vivo na produção literária.

Yao Feng, professor catedrático na Universidade Macau há quase duas décadas, é um caso singular. Nasceu na China e desenvolveu seus estudos da língua portuguesa, se tornando um dos principais tradutores deste idioma e o único poeta chinês a escrever diretamente em português. Nos dois idiomas, já publicou mais de 20 livros de poemas, cônicas e ensaios. Entre eles se destacam Não escrever também é escrever (2010) e As palavras cansadas da gramática (2014). Chega agora às livrarias O além da montanha (Moinhos, 128 pp, R$ 50), mais uma evidência de seu modo particular de tratar as palavras. Como neste poema: "Na loja das metáforas/ em saldo as rosas/ mas escolhi uma pedra". Segundo críticos, Feng às vezes parece trilhar o caminho de um dialeto particular, onde um idioma influencia a compreensão e a utilização do outro. É de se esperar complexidade de uma tradutor elogiado de Carlos Drummond de Andrade e de Fernando Pessoa para o chinês.

Foi o vento que me trouxe até aqui (Patuá, 145 pp, R$ 40) é a obra de estreia da multiartista Paula Raia: poeta, compositora, letrista, atriz, performer, fotógrafa, ilustradora. A autora define o livro como “o encontro da natureza com o feminino. Do indivíduo com a sua história e ancestralidade. Do som com a palavra. É um convite para se pensar enquanto parte de um todo e para pensar o todo enquanto parte de si”. Mas a obra é muito mais. O belo, o singelo, a empatia – e o vento, que perpassa tudo –, se encontram ao longo das páginas, entremeadas por desenhos e fotografias de Paula, para falar de amor, da finitude, do tempo, da perplexidade humana diante da grandeza da vida. Divididas em três partes: Manhã, Tarde e Noite, as poesias vão num crescendo de temas e reflexões dispostas com simplicidade e sinceridade.

Durante os dois anos de pandemia, a jornalista e escritora Sabrina Abreu decidiu organizar os pensamentos e escrever sobre o tempo em que ficou isolada em seu apartamento. Seus versos se tornaram um diário visual da quarentena, compartilhados no Instagram como #notasisoladas. Pouco tempo depois, esses textos repercutiram entre amigos de vida, de profissão, atraíram a imprensa e foram além, conquistando a simpatia de pessoas notórias como o estilista Ronaldo Fraga, a jornalista Bianca Ramoneda, a cineasta Daniela Thomas, entre outros. Por fim, esse diário se tornou o livro Parece pausa, mas é travessia (Gulliver, 172 pp, R$ 44,90). Compilando 150 dos quase 400 poemas publicados, o livro não traz frases inéditas, mas a forma com que foram organizados cria uma narrativa sobre dois momentos experienciados por Sabrina em isolamento social. Parece pausa, mas é travessia, que dá nome à obra, é concentrada no estranhamento dos meses iniciais da quarentena, ironias do novo cotidiano e reflexões sobre o desencanto com a política. A segunda parte, Nós vamos dançar de novo, reúne as notas que encontram também beleza e esperança naquele período, apesar da solidão e da saudade imposta pela quarentena. O projeto gráfico é inspirado nas imagens criadas por Sabrina, em releituras da artista e designer Beatriz Albernaz, que assina também a capa e as ilustrações do livro.