Esta semana, o Radar de Licitações, seção fixa do PublishNews+, tem dois editais visando a aquisição de livros. O primeiro deles, com pregão marcado para 21 de março, tem como objeto a aquisição de diversas unidades de 192 diferentes obras para compor o acervo de bibliotecas. O valor estimado é de R$ 404.265,18. Já o segundo visa a aquisição de livros técnicos. Serão diversas unidades de 114 diferentes obras. A disputa acontece no dia 17 de março. A seção, exclusiva para os assinantes do PN+, é alimentada pelo Radar de Licitações, consultoria de Natália Vieira que, além de buscar novas licitações, presta um serviço de apoio aos editores e distribuidores interessados em vender para governos, nas mais diversas esferas de poder. Para acessar o Radar dessa semana, clique aqui.

O Reserva Cultural, conjunto de salas de cinema de arte já tradicional em São Paulo, abriu na última segunda-feira (7) a Livraria no Reserva, loja que tem curadoria do produtor artístico Vitor Daneu. As vitrines e prateleiras exibem livros, DVDs e cartazes de filmes. O novo empreendimento substitui uma filial da Blooks que funcionou no mesmo espaço até o ano passado e interrompeu a operação no período mais forte da pandemia. O Reserva Cultural funciona no térreo baixo do prédio número 900 da Paulista, que também abriga a Fundação Casper Líbero. A livraria fica aberta todos os dias, das 12h às 21h. Clique no Leia Mais para acessar a íntegra desta nota.

Estão abertas até 23 de abril as inscrições para um concurso de HQs inserido nas comemorações do centenário de nascimento do autor português José Saramago. É uma iniciativa conjunta do Camões – Centro Cultural Português, de Brasília, da Bienal de Quadrinhos de Curitiba e do Flipoços – Festival Literário Internacional de Poços de Caldas. O projeto Bienal Publica! Saramago reunirá as obras escolhidas em publicação impressa. Serão selecionadas 15 HQs inéditas de artistas brasileiros, de até quatro páginas cada. Os trabalhos precisam dialogar com o universo de Saramago, com referências a sua vida ou a sua obra. A publicação impressa terá mil exemplares e distribuição gratuita no Flipoços 2022, programado como evento presencial entre 3 e 11 de setembro. Clique no Leia Mais para acessar a íntegra desta nota e o link para inscrições.

A Oficina de Textos, editora que publica livros técnicos-científicos, abriu uma vaga de estágio em comunicação ou relações públicas. As funções do cargo incluem o apoio na organização de eventos; assistência com parceiros e influencers; elaboração de artes e postagens nas redes sociais Facebook, Instagram e LinkedIn; preparação de apresentações e suporte a webinars (conferências on-line). A editora procura alguém com conhecimentos do Pacote Office, Adobe, Canvas e plataformas on-line (redes sociais, site); e conhecimento básico de Design Gráfico. Os currículos devem ser encaminhados para adm@ofitexto.com.br.

A editora Fósforo realiza nesta quinta (10), às 19h, na Livraria LDM (Shopping Bela Vista, Alameda Euvaldo Luz, 92 - Horto Bela Vista - Salvador / BA) o lançamento do livro Erva brava, de Paulliny Tort. A obra reúne 12 histórias que orbitam ao redor de Buriti Pequeno, cidade fictícia incrustada no coração de Goiás. Estão ali as relações patriarcais; a monocultura da soja que devasta o cerrado; o clientelismo rural que separa mãe e filha e a religiosidade sincrética, por exemplo. Nesse lançamento, Paulliny irá conversar com Itamar Vieira Junior, autor de Torto arado e Doramar ou a Odisseia (ambos publicados pela Todavia).

A Biblioteca Sinhá Junqueira (BSJ - Rua Duque de Caxias, 547, Centro, Ribeirão Preto / SP) inicia este mês a 1ª edição da Mostra Identidade-s na Literatura. A programação, gratuita e aberta ao público, seguirá até junho, e terá a participação das autoras Amara Moira, Eliana Alves Cruz, Cidinha da Silva e Natalia Borges Polesso. “A Mostra fará parte de uma atividade permanente da Biblioteca e, em cada edição, traremos à discussão um assunto de atual relevância em nossa sociedade. Dessa vez, estamos dedicados à difusão, desenvolvimento e manifestação da cultura LGBTQIA+. Para isso, convidamos quatro escritoras para promover a discussão sobre a construção de identidades a partir de suas vivências e obras relacionadas à cultura LGBTQIA+”, explica Ciro Monteiro, coordenador da BSJ. A primeira atividade, mediada pelo curador da Mostra, Adonai Takeshi Ishimoto, será uma leitura do livro Neca, de Amara Moira. A mesa, que contará com a participação de Fernando Vinhota, está programada para a próxima quinta (17), às 21h. A programação completa e os links para inscrição você encontra no site da Biblioteca.

Qual o peso da família nas nossas vidas, e qual o peso do dinheiro? O que acontece quando uma mãe decide não cuidar da filha, e quando uma filha decide não cuidar da mãe? Seríamos diferentes se tivéssemos nascido em outro lugar, em outro tempo, em outro corpo? No romance As maravilhas (Todavia, 192 pp, R$ 64,90 – Trad.: Rubia Goldoni), de Elena Medel, há duas mulheres: María, que no final dos anos 1960 deixa sua pacata cidade de província para trabalhar em Madri; e Alicia, que faz o mesmo caminho 30 anos mais tarde, por razões bem diferentes. E há, claro, a mulher que as une e de quem praticamente não se fala: filha de uma e mãe da outra. As maravilhas é um romance sobre o dinheiro, ou melhor, sobre como a falta de dinheiro pode determinar uma vida inteira de precariedade e matar, um a um, todos os sonhos de alguém. Uma história sobre afetos, cuidados, responsabilidades e expectativas. E, também, uma jornada sobre o passado recente da Espanha, do final da ditadura franquista até a explosão do feminismo, contada por duas mulheres que tampouco podem ir às manifestações lutar pelos seus direitos porque têm, claro, de trabalhar para garantir o seu sustento.

Nascido em tom de esperança, Parque industrial (Companhia das Letras, 112 pp, R$ 49,90) foi escrito em 1932, quando Pagu tinha 22 anos, e publicado no ano seguinte sob o pseudônimo Mara Lobo. Em sua Autobiografia precoce, ela escreve sobre o romance: “Pensei em escrever um livro revolucionário. […] Ninguém havia ainda feito literatura desse gênero. Faria uma novela de propaganda que publicaria com pseudônimo, esperando que as coisas melhorassem. Não tinha nenhuma confiança nos meus dotes literários, mas como minha intenção não era nenhuma glória nesse sentido, comecei a trabalhar”. Abordando as consequências da industrialização brasileira do século XX, Parque industrial se consagrou tanto como retrato de época quanto como um manifesto em favor de seus personagens. Na obra, Pagu denuncia as precárias condições enfrentadas pelas trabalhadoras da indústria têxtil paulistana, alinhando a isso as frustrações, traumas e vivências pessoais da mulher proletária. Ao mesmo tempo universal e particular, este livro é passagem obrigatória não só para os leitores de Pagu, mas a quem se interessa pelo panorama social do período.

Publicado originalmente em 1892 numa revista de literatura, O papel de parede amarelo é considerado um texto precursor da literatura feminista nos EUA. Escrito por Charlotte Perkins Gilman (1860-1935), ganha nova edição brasileira, com contos agregados, em O papel de parede amarelo e outras histórias (Bazar do Tempo, 160 pp, R$ 44,00; Trad.: Heloisa Seixas). A narradora é uma mulher confinada em um quarto pelo marido, durante todo um verão, porque ele, que é médico, diagnosticou um quadro de “depressão nervosa temporária” e “tendências histéricas". A reclusão das mulheres por alegadas doenças era um recurso comum para maridos opressores no século XIX. Ela começa então a escrever um diário, e são essas páginas que discutem questões feministas muito tempo antes de ser criada qualquer agenda para isso. O título faz menção ao revestimento do quarto, sob o qual ela acredita que outras mulheres na mesma situação também se escondem.

Por que o feminismo importa? As feministas odeiam os homens? Como raça e feminismo se cruzam? Perguntas como essas são respondidas com muito bom humor pela quadrinista e cartunista Mirion Malle em A Liga das SuperFeministas (Oficina Raquel, 64 pp, R$ 62,00; Trad.: Maria Clara Carneiro). A atora francesa tem 28 anos, mora no Canadá e ganhou em 2020 o Prix Jeunesse no Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême. Inicialmente orientado para leitoras adolescentes, o livro pode ser degustado por gente de qualquer idade. Anedotas e questões pertinentes da sociedade se misturam em histórias com cavaleiros e princesas que discutem o consentimento na relação ou com super-heróis que discutem questões de gênero. Seus personagens também falam sobre privilégio, imagem corporal, inclusão e temas midiáticos. São quadrinhos de brincalhões com discussões muito pertinentes.