LabPub se transforma em faculdade e busca empregabilidade e internacionalização do mercado editorial
PublishNews, Guilherme Sobota, 15/05/2024
Fundada por André Castro e Cassia Carrenho, empresa sempre voltou suas atenções para o desenvolvimento dos profissionais envolvidos no setor, e agora dá mais um passo em direção à expansão

Nova logo da agora Faculdade LabPub | © LabPub
Nova logo da agora Faculdade LabPub | © LabPub
Desde março deste 2024, o mercado editorial brasileiro passou a ter uma faculdade para chamar de sua com a agora Faculdade LabPub. Criada no contexto do livro como escola de educação a distância em 2018, a empresa fundada por André Castro (ex-Ediouro e HSM, entre outras experiências, agora reitor) e Cassia Carrenho (curadora de muitos eventos do mercado, ex-PublishNews e agora vice-reitora) sempre voltou sua atenção para o desenvolvimento dos profissionais envolvidos no setor. De lá para cá, foram mais de 120 cursos e 4 mil alunos. Agora, a empresa dá mais um passo em direção à expansão.

A motivação principal para a transformação em instituição de ensino superior foi justamente qualificar e expandir os cursos: um diploma de uma IES é diferente do certificado de conclusão de curso de uma escola qualquer, destaca o agora reitor da LabPub, André Castro.

“Abrir uma faculdade é completamente diferente de abrir um centro de cursos, porque não depende da sua vontade, mas sim de diversas adequações ao que exige o Ministério da Educação”, explica. “O processo dura no mínimo dois anos e meio e demanda muito, muito trabalho. Acho que um aspecto positivo também é que a decisão de se transformar em faculdade partiu muito de uma vontade nossa de ir para o lado da economia criativa. O nosso foco é e continua sendo o mercado editorial, que está dentro desse nicho, mas uma faculdade possibilita a gente criar um pouco e incorporar as discussões sobre economia criativa, que são algo muito importante para o Brasil”.

Atualmente, cerca de 300 alunos passam pela instituição por mês, entre os cursos livres e os cursos de pós-graduação. Em abril, a faculdade passou a integrar o quadro da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), instituição voltada para o desenvolvimento das associadas, visando a melhoria da educação superior no país. No credenciamento com o MEC, a LabPub alcançou o conceito institucional 4 em EaD, a segunda maior nota possível.

Cassia Carrenho explica que desde já a maneira de pensar a empresa muda: “nos cursos livres, por exemplo, já pensamos o que podemos usar para um curso de graduação. Tudo que vamos fazer, vamos pensar como faculdade, como instituição de ensino superior. Participei do congresso da Bett Brasil em abril, estamos buscando informações e aprendendo sobre a área da educação cada vez mais, e entendendo, mesmo sendo pequenos, como nossas práticas podem se refletir também no mercado educacional”.

O primeiro curso de graduação da nova faculdade, a ser lançado entre o segundo semestre de 2024 e o primeiro de 2025, será o "Curso Superior de Tecnologia em Comunicação Institucional", com objetivo de formar profissionais por meio de um currículo voltado para as estratégias de eficiência para comunicação nas mais diversas mídias. Embora o curso já exista em outras instituições, os fundadores apontam que a proximidade da LabPub com o mercado editorial vai contribuir para a formação de profissionais voltados para o setor do livro.

Cassia e André, ao centro e de pé, e parte da equipe da LabPub | © LabPub
Cassia e André, ao centro e de pé, e parte da equipe da LabPub | © LabPub
O curso será na modalidade EaD, dividido em quatro semestres com oito módulos bimestrais, contendo em cada três disciplinas de 60h e, semestralmente, projetos de extensão com 40h. A Educação a Distância, aliás, segue como modus operandi da LabPub, criada em 2018 – antes da pandemia, portanto – como uma escola de cursos a distância.

“Quando a gente compara com outras escolas com esse modelo, algumas coisas a gente já tem até melhor, porque elas não nasceram com isso, mas migraram para o ensino a distância por conveniência, por demanda de mercado, etc. A gente não, a gente já nasceu assim por opção, temos isso no nosso DNA”, diz André.

Cassia complementa que outro aspecto importante – que se mantém e agora se potencializa – é o fato de o ensino na instituição estar atrelado à prática do mercado, desde o início. “Nossos professores dos cursos livres são profissionais do mercado editorial, não é o cara formado que vai trazer uma teoria. Foi muito interessante nessa minha busca mais recente na área da Educação ver dados de que as instituições que focam na prática são realmente as instituições que fazem mais sucesso entre os alunos, que depois conseguem emprego, etc”, afirma.

Empregabilidade e internacionalização

Outros planos da agora Faculdade envolvem um programa de estágios abrangente com as editoras e um processo de internacionalização do setor do livro no Brasil.

“A gente quer que o programa de estágios seja um divisor de águas mesmo no mercado, porque não existe algo parecido em larga escala para a inserção de profissionais do mercado de trabalho”, explica André. “Só é possível realizar um programa de estágio se for uma faculdade. Eu também não conheço nenhum programa de estágio entre editoras, ao menos não assim, massivo. Em qualquer outra indústria, tem empresas apresentando seus programas para alunos nas faculdades a cada semana. O grande objetivo é aumentar a empregabilidade”.

Para ele, o mercado de trabalho brasileiro – em geral, não só o mercado editorial – acaba pensando muito de maneira local. “Queremos ter diplomas reconhecidos na Europa e que o nosso curso seja convalidado com cursos do exterior, bem como fazer intercâmbio de profissionais e certificações com cursos estrangeiros. O mercado editorial é enorme e diversificado, e temos outros mercados amadurecidos que podem contribuir com o nosso. Não que os profissionais brasileiros sejam ruins, pelo contrário, mas há pouco dessa cultura de internacionalização. Queremos mudar isso”.

As mudanças no status da instituição devem começar a gerar resultados em breve. Talvez o primeiro deles seja que não há mais necessidade de parceria com outra instituição de ensino superior para emitir os diplomas de pós-graduação, por exemplo. A campanha de lançamento de cursos começou agora no início de maio, e a expectativa é que a transformação em faculdade também atraia mais alunos.

“Uma instituição de ensino é avaliada pelo sucesso dos alunos dela depois que terminam os seus estudos. As instituições se fazem pela comprovação no mercado de que os alunos que saem de lá são profissionais diferenciados, então a gente sempre tem que pensar nisso”, argumenta André.

Cursos oferecidos pela Faculdade LabPub

Atualmente, dezenas de cursos de pós-graduação e cursos livres oferecidos pela LabPub estão com inscrições abertas. Clique aqui para ver a grade. Abaixo alguns que iniciam turmas nas próximas semanas:

  • Ferramentas para revisão e preparação de textos: como utilizar Word, PDF e Google Docs na prática
  • Tradução de histórias em quadrinhos: curso prático - inglês-português
  • Crônicas e ensaios: oficina literária
  • Design Thinking para o mercado editorial: libere a criatividade e implemente suas ideias
  • Liderança e gestão de equipes: do autoconhecimento à formação de times de alta performance

Entre as pós-graduações, estão:

  • Pós-graduação em escrita criativa e carreira literária
  • MBA Book Publishing
  • Pós-graduação em produção editorial
  • Pós-graduação em tradução profissional inglês-português

Outras instituições

Conheça também o trabalho de outras escolas e instituições de ensino voltadas para a prática editorial:

[15/05/2024 10:30:00]