Publicidade
Ganhei, Jabuti
PublishNews, Marcio Coelho, 14/11/2018
Nosso colunista Marcio Coelho foi ao Jabuti depois de algumas edições ausente. Ele gostou e conta como foi.

Foi numa reunião com Vera Esaú, amiga de longa data, que surgiu o convite para a 60ª cerimônia do Prêmio Jabuti. Achei ótimo, mas não me animei muito no início, porque sei que as edições do evento tendem a ser longas. “Este ano será diferente, Marcio, mais dinâmico”, disse-me Vera, entre um café e uma ajeitada nos óculos. Tá bom, vou.

Se eu dissesse que a chegada ao Auditório Ibirapuera foi de gala estaria mentindo, porque nada no mercado editorial é de gala. Foi-se o tempo. Nem André Palme estava lá, pra vocês terem uma ideia! Sinal dos tempos. Isso tudo passou pela minha cabeça do lado de fora do auditório, enquanto aguardávamos na fila, Juliana Albuquerque e eu.

Marcio Coelho, em primeiro plano, em uma de suas muitas selfies da noite de premiação do Jabuti 2018
Marcio Coelho, em primeiro plano, em uma de suas muitas selfies da noite de premiação do Jabuti 2018
Entramos no auditório e já começamos a ver os rostos amigos, os rostos conhecidos e o rosto desafeto. Balança positiva, seguimos entrando e, literalmente, esbarrando nas pessoas. Estava cheio. Oi. Olha lá o Francis. Sim. Gil, e aí, como vai? Ah, acabei de ver o Léo. Ixi, olha quem está ali! É, vamos pelo outro lado, não quero que ele me veja. Não, não, por aí não, porque vamos cruzar com aquele cara ali, ó. É mesmo. Que saco. Volta, volta.

Ao terceiro sinal subimos para a plateia. Cheio de abraços, beijos e promessas de encontros no coquetel. Sentamos bem longe do palco, mas logo passa ao nosso lado a Fernanda e o Torelli. Escolhemos estrategicamente o lugar? Não, foi coincidência mesmo. Oi, tudo bem com vocês. Olá, boa noite. Ih, alá o Serginho Groisman. Nossa, ele está de tênis e terno. Adoro. Fotos, postagens no Instagram. Thiago de Melo visceral. Seguimos com a cerimônia que, de maneira emocionante, culminou com o livro do ano conquistado por Mailson Furtado Viana, com seu À cidade. Chorei.

Vamos descer? Vamos. Coquetel, uma taça de espumante. Foto com Beto, meu aluno querido. Duas. Três. Canapés. Oi!!! Selfies. Quatro. Cinco. Que legal que foi a cerimônia, né? Legal estar aqui. Olha lá o Marcionilo. Venha com a gente, Marcionilo, estamos aqui no fundo. Seis. E aí, gostou? Selfies. Sete. Vamos ao Riviera depois daqui? Vamos. Muitos amigos, muita gente boa. O desafeto ainda estava lá, mas foi embora sozinho. O que diz muito sobre ele.

Oito. Enfim. Depois de um tempo fora – em Porto alegre, pra ser mais exato – voltar a ver as pessoas queridas foi avassalador. O grande vencedor da noite foi eu. Que noite! Que premiação! Que felicidade por você, Mailson! Que momento no Riviera! Que noite! Ganhei, Jabuti! Obrigado.

Marcio Coelho começou sua carreira como revisor na antiga editora Siciliano, passou por muitas editoras como Saraiva, Nova Fronteira e Ediouro. Trabalhou na TAG – Experiências Literárias, prestou consultoria para clubes de assinaturas de livros, é professor de cursos voltados ao mercado editorial e gerente de projetos especiais do Grupo Editorial Pensamento. Além de viver de livros há mais de duas décadas, é apaixonado por eles.

** Os textos trazidos nessa coluna não refletem, necessariamente, a opinião do PublishNews.

[14/11/2018 10:12:06]
Leia também
Em sua coluna, Marcio Coelho fala sobre como colocar a leitura na vida das pessoas de maneira leve e prazerosa
Em sua coluna, Marcio compartilha o seu sonho com Mike Shatzkin e reflete sobre o reconhecimento aos profissionais do livro
Em sua crônica desse mês, Marcio Coelho faz analogias entre o construtor de um edifício e um editor de livros
Em sua coluna, Marcio Coelho faz uma reflexão sobre o que é estar 'no livro' nesse momento de crise. Vale a pena?
Em sua coluna, Marcio Coelho fala sobre os leitores, o mercado editorial brasileiro e como muitas vezes, não enxergamos a verdade dos fatos e achamos que a situação é ainda pior do que parece
Outras colunas
Todas as sextas-feiras você confere uma tira dos passarinhos Hector e Afonso
Seção publieditorial do PublishNews traz livro escrito por Nath Araujo e os poemas de Heine traduzidos por Renato Aparecido Rodrigues
'Uma feiticeira extraordinária', de Nath Araujo, uma história de fantasia na qual seres fantásticos e contos de fadas se entrelaçam de um jeito leve, divertido e moderno
Tradutor brasileiro Renato Aparecido Rodrigues reúne, pela primeira vez, uma edição dos poemas de uma das maiores referências do gótico e fantasmagórico da literatura alemã
Programa discute os resultados das pesquisas de produção e vendas do setor editorial, ano base 2023